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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Grupo de Trabalho da Cultura de Itapira


Aconteceu neste último 11 de dezembro, a festa de Amigo Secreto do departamento de Cultura. Infelizmente nem todos participaram. Vou nominar os que participaram.

Da esquerda para a direita (em pé): Gisele (Menotti Del Picchia) - Eloy e Mislene (Biblioteca) - Daniela (Turismo) - Jose Carlos Vieira (Diretor de Cultura) - Jessica (Eventos) - Jose Palandi (Motorista e Diretor da Orquestra de Viola)
Mesmo sentido (agachados): eu (museu historico) - Junior (Museu de Historia Natural) - Ronald (Biblioteca) - Marcelo (Museu Histórico) - Thiago (biblioteca)

domingo, 12 de dezembro de 2010

História da Icab de Itapira - 1913

HISTÓRIA DA ICAB – IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA BRASILEIRA NASCIDA EM ITAPIRA NO ANO DE 1913.
FUNDADOR: CÔNEGO MANOEL CARLOS DE AMORIM CORREIA
PESQUISADO POR: MARCIO CARLOS (coordenador)





Cônego Manuel Carlos de Amorim Correia



SUMÁRIO


De tempos em tempos, as pessoas que professam alguma religião, os mais devotados, os mais esclarecidos, em resumo, aqueles que ultrapassam as barreiras dos limites humanos, sentem-se guindados pela razão e fé, que lhes são próprios, vividos intensamente em suas vidas e de acordo com suas construções cognitivas e psíquicas, a procurar outros caminhos, porque este ao qual andam, não lhes dizem mais o que querem saber.
Tomo a Icab, como pesquisa, pois, a mesma nasceu em Itapira em 1913. Uma igreja nacional, com cores nacionais e uma desproporcional luta contra a Igreja Romana.
Veremos no correr deste trabalho, como surgiu, quem foi o fundador, os fatos que levaram-no a fundar uma igreja nova, amalgâmica com a estrutura e profissão de fé da Igreja Romana. O temperamento do fundador e a guerra travada pelos jornais da época. Os escândalos e o declínio da Icab Itapira. Na seqüência continuamos com o ressurgimento da Icab em 1945, no Rio de Janeiro com Dom Carlos Duarte da Costa, onde novamente se constitui grande alvoroço por parte da mídia e dos intelectuais. Falamos um pouco da historia de Dom Carlos, de seu “manifesto à nação” e, da continuidade da Icab até os dias de hoje.

INTRODUÇÃO
Itapira, como qualquer outra cidade brasileira, nasceu da vontade de antigos moradores. Nos idos de 1820, alguns desbravadores sob a influência da fé católica iniciaram a derrubada de mata, para construir uma capela, em honra e devoção a Nossa Senhora da Penha, imagem recebida dos antepassados de João Gonçalves de Moraes, um dos fundadores de Itapira. Outro nome que aparece nos livros históricos da cidade, é de Manoel Pereira da Silva. Até 1824, ainda império de Dom Pedro II, celebra a primeira missa, nessas terras, o Padre Antonio de Araujo Ferraz (ITAPIRA E SUA HISTÓRIA). A vila, formada por gente simples, prosperou, alcançando anos mais tarde, a condição de cidade. Salienta-se que este povo não tinha instrução, lapidados no trabalho bruto do campo, imersos em crendices e, sob a influência da Igreja Católica, que na época, passava a mensagem da salvação mas sem explicações detalhadas sobre sua estrutura e missão. Era muito mais iconográfica que racional. As cerimônias eram em latim e o sacerdote tinha uma importância enorme na comunidade. Condições bastante favoráveis, para que noventa anos depois, pudesse acontecer um cisma, que teria conseqüências inesperadas para a Igreja no Brasil.
QUEM FOI O CÔNEGO AMORIM ?
Nasceu em Mujães, província de Minho, Portugal, em 30 de julho de 1873, em uma família católica. Foi batizado dois dias depois na Igreja Paroquial de Mujães. Veio pequeno para o Brasil, com sua mãe viúva e seus dois irmãos. Aqui, recebeu sua formação eclesiástica. Posteriormente, sua mãe e irmãos voltaram a Portugal, onde ela veio a falecer em 1914.
Cursou o ginásio no Colégio dos Padres Salesianos em Lorena. Ingressou em São Paulo no Seminário Episcopal, sob a proteção de Monsenhor Manuel Vicente. Recebeu a primeira tonsura em 31 de julho de 1897, no Estado do Espírito Santo, de Dom João Baptista Correa Nery. Recebeu as Ordens Menores a 22 de junho de 1902 de Dom A.C. Alvarenga. O subdiaconato e o Diaconato em 1 e 2 de novembro de 1903 das mãos de Dom Nery, bispo de Pouso Alegre. Recebeu o Presbiterato das mãos de Dom Julio Tonti, Núncio Apostólico (Embaixador do Vaticano) na Catedral de São Paulo, a 8 de novembro de 1903. Cantou sua primeira missa em 8 de dezembro de 1903, na Matriz da Consolação, em São Paulo. Exerceu seu ministério sacerdotal nas paróquias da Consolação e Jundiaí como coadjutor e, em Bananal, Araras e Itapira como Vigário. Nesta última em 1909.
Portanto, se tratava de uma pessoa que conhecia muito bem a Igreja Romana e que foi moldado pelos bispos mais importantes da época. Gozava de muita amizade e profundo relacionamento com todos eles, principalmente com Dom Nery.
Mas, volvamos o nosso olhar para as duas últimas cidades anteriores à Itapira. Bananal e Araras. Segundo o livro “O Papa Verde-Amarelo” de Jacomo Mandatto, Amorim sofreu reveses nessas comunidades. É interessante ver o comportamento de Amorim em Bananal.
Conforme pesquisa feita na internet, no site “História de Itapira” de Sergio de Freitas, passo à transcrição do texto relatada por testemunha ocular dos acontecimentos:
““ Historia de Bananal e o Padre Amorim – Deparamos com o seguinte texto abaixo ao pesquisarmos a ”Pequena História de Bananal”, as pag., 293 e 294 do autor Agostinho Vicente de Freitas Ramos. Esta obra foi editada pela Secretaria de Cultura, Ciências e Tecnologia – Coleções Históricas – Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas, SP em 1978. Achamos por bem retroceder as origens históricas e eclesiásticas do Padre Amorim antes de sua vinda para Itapira. Podemos observar que desde aquela época (1906) quando assumiu suas funções eclesiásticas na cidade de Bananal, o Padre Amorim já possuía uma verve polêmica, dificultando a compatibilização do sacerdócio com sua personalidade intolerante, vingativa e prepotente.
(pela cópia) 1906 – setembro -27 – “A Palavra” – redator chefe – Padre Manoel Carlos de Amorim Correia (português); gerente – Teseu Tressoldi; editor - Benedito Vitorino da Costa. Esta folha é consagrada à religião católica e aos interesses do município de Bananal. “ Verbum dei non est aligatum”.
NOTA: Padre Amorim Correia era ditador, violento e arbitrário. Além de pároco, tornou-se logo provedor da Santa Casa.
Na direção de seu jornal excedia-se, até que um dia, Izaltino de Mello, diretor do grupo escolar, situado quase junto a Matriz, reclamou pela “A Voz do Povo”, jornal dirigido, criteriosamente, por Isaac dos Santos Coelho, contra aquele bimbalhar constante de sinos. Foi o bastante – Amorim, ao ler a reclamação, chamou Benedito e mais auxiliares, mandando que fizessem soar estridentemente todos os sinos da matriz, durante mais de uma hora. Izaltino de Mello, no numero seguinte de “A Voz do Povo” – escreveu o célebre artigo intitulado “Selvageria” que permanece na memória dos bananalenses ....”nossa cordata e ordeira população, habituada...”. Então, teve inicio a luta.
Padre Amorim faz do púlpito sua tribuna de ataque e de censura. Eis, que falece Jose Monteiro Gonçalves (português), na Rua Comendador Manoel de Aguiar, onde, possuía uma sapataria. Irmão remido da Santa Casa, tinha direito de, aí ser sepultado. Padre Amorim se opôs tenazmente, sob alegação de que Monteiro não tinha direito. Vários elementos muniram-se de malhos, para arrombar o portão da Santa Casa que dá para o cemitério. Criou-se um ambiente sombrio. O enterro fez-se, mas o povo queria a saída do padre. E os grupos se formaram pelas esquinas. Era mais de oito horas da noite. Otávio Ramos, chefe indiscutível, percebendo a tragédia e, embora inimigo do padre, foi até a igreja e disse-lhe: “daí-me vosso braço, sigamos; vossa vida corre perigo”. E, da matriz ao sobrado onde funciona o grupo escolar, Amorim Correia, entre alas de inimigos. No dia seguinte, o comboio para frente à chácara do Coronel Pedroca, para recolher o padre Amorim que se dirigiu para Araras e depois Itapira, onde fundou a célebre Igreja Brasileira que tanto mal fez à religião católica, não só pelo mau exemplo de apostasia como e, principalmente, pela falsa doutrinação.”
Segundo informações colhidas no livro “O Papa Verde-Amarelo”, de Jacomo Mandatto, sobre Araras, encontramos a seguinte matéria:
“Em Araras, Amorim, percebeu a falta que fazia à população um hospital e, assim pensando, resolveu fundar uma Santa Casa de Misericórdia. Contudo, um grupo de ararenses já havia tomado à si a incumbência de prover a cidade de tal melhoramento. Será, que a cidade foi informada dos acontecimentos em Bananal? Desgostoso e contrariado nos seus intentos, Amorim, solicitou sua transferência para outra paróquia e, o bispo de Campinas, Dom Nery, encaminha-o para Itapira, sucedendo ao padre Bento Dias Leme.”

Em 25 de setembro de 1909, quando de sua chegada a Itapira, Amorim, foi recebido com grande festa e júbilo. Mostrou-se empreendedor e dinâmico. Fez várias melhorias no serviço ao povo, incluindo aí a conquista da vinda de Dom Nery, numa visita pastoral e administração da Crisma, que por mais de trinta anos não acontecia na cidade. Com isto, aumentou mais ainda seu prestígio junto ao povo e ao bispado. Em contraste com sua imensa atividade, Amorim, tinha uma saúde frágil. Após esses acontecimentos, caiu enfermo por vários meses, sempre amparado por seus paroquianos e amigos.
Outra atitude de Amorim, foi proibir que se fizessem quaisquer atos de fé na “Igreja da Santa Mãozinha Aparecida”. Naqueles tempos, a ignorância aliada às superstições, transformaram um fungo nascido numa porta do edifício, na forma de uma mão espalmada de um ex-escravo, que morrera ali de lepra. Que somente após a nova edificação do templo e as bênçãos apostólicas do bispado de Campinas, é que se poderia usá-la para tal fim. Isto é, como templo e não como culto a tal crendice. Mal sabia Amorim, que aquele local serviria como templo da ICAB quatro anos à frente.


ORIGEM DO CISMA

Em 1912, começa a circular a noticia que o Vigário vivia em sua chácara, com uma mulher de má reputação. A mulher em questão é Cantídia Menezes Sampaio. Todos sabiam que ela não era só governanta na chácara Paraíso, propriedade de Amorim. Isto, para os católicos, era um escândalo. O bispo, Dom Nery,
chama Amorim para tratar pessoalmente do caso. Em Campinas, chegam ao entendimento de que Amorim Correia deveria afastá-la de sua vida. Essa separação aconteceu por um tempo. Depois, tudo voltou como era antes, como Cantídia queria. O fato mais consistente que Cantídia coabitava com Amorim, confirma-se pela nota de agradecimento que ela fez pelo jornal quando do falecimento do Cônego. No jornal, A Gazeta do Povo, de São Paulo, em 20 de fevereiro de 1913, o jornalista narra a escandalosa união ilegítima e impensável para um sacerdote como a de Amorim e Cantídia, afirmando que em testamento, o sacerdote havia deixado tudo o que era seu, para sua amante. O Cônego João Moyses Nora de Mogi Mirim, também confirma esta afirmação.
Fabiano Jose Bueno Sobrinho, que foi considerado amicíssimo de Amorim, declarou: “que o sacerdote bebia demais e ficava até altas horas jogando ou divertindo-se com seus amigos.” Menotti Del Picchia escreveu: “ o que não pode nem o episcopado e a política, fez o lúpulo e a cevada.”
Amorim, que era também jornalista, haja vista, como ele dirigiu o jornal católico em Bananal, tinha verve política e temperamento forte quanto a defender suas idéias. Na dissertação de mestrado, de Arnaldo Lemos Filho, sob o título “ Os catolicismos de Itapira”, mostra o quanto a elite itapirense ajudou a igreja matriz. Por sua vez, Amorim, preferiu a companhia dos pequenos comerciantes, negros e pobres, rivalizando com as necessidades dos dirigentes políticos e católicos do município. Fica óbvio, a animosidade causada na classe de pessoas que tinham formação social e, ciência das atitudes do pároco.
Isto iria redundar em reclamações e pedidos para o afastamento do sacerdote. Dom Nery sabia da vida de Amorim, porque como já vimos, estiveram juntos em muitos episódios, nas suas passagens por algumas paróquias. Para ser ordenado, Amorim, naquela época, pediu a ajuda da mãe deste bispo, para que interviesse a seu favor. Nas declarações de Nora e nas anotações informais no livro encontrado na Igreja Matriz de Itapira, o Padre Henrique de Moraes Mattos, sob o pseudônimo de “Euzebius Ignatus”, também põe uma nota aludindo ao fato do reitor do Seminário relutar por diversas vezes em sua elevação como sacerdote. Dom Nery percebeu que deveria fazer algo para paralisar os desvarios do vigário mas, sem causar nenhum novo escândalo envolvendo a Igreja. A saída é transferi-lo de Itapira. Em outubro de 1912, envia carta, avisando-o que sua jurisdição sobre Itapira terminaria em dezembro desse mesmo ano. Faz saber à população que a paróquia seria encampada por Campinas e que a cidade sediaria novo seminário para descanso e progresso espiritual de aspirantes às Ordens.
O Jornal “Commercio de Itapira”, pertencente à Ludovino Andrade, grande amigo de Amorim, em 29 de dezembro de 1912, estampa na primeira página, matéria sobre os problemas entre o padre e o bispo. Amorim é dispensado de realizar ofícios na matriz. Parte então para a igreja de São Benedito, que pertencia à irmandade do mesmo nome. Também lá, ele é impedido, pois, a irmandade fecha a igreja por tempo indeterminado. Em 25 de janeiro de 1913, Dom Nery suspende Amorim de suas ordens sacerdotais. Essa suspensão ocorre porque chega aos ouvidos do bispo que Amorim amotinou as irmandades para não obedecer suas ordens. Aconteceu em dezembro de 1912, no Theatro Santana, em Itapira, reunião de desagravo, onde as irmandades e o povo recusavam a saída de Amorim da igreja matriz. Em 26 de janeiro de 1913, Amorim, pelo jornal, exige uma retratação do bispo, no sentido de Dom Nery apontar quem o acusou de revoltar o povo.
Tudo o que Dom Nery não queria. Amorim tratava de assuntos de interesse eclesiástico através de um jornal. Como consta no Código Canônico, nunca o padre poderia ter feito semelhante ato.


FUNDAÇÃO DA ICAB



Chácara Paraíso (Vaticano Tupiniquim)



Em 30 de janeiro de 1913, Amorim funda sua igreja nacional. No dia seguinte, Dom Nery cria o seminário e empossa outro vigário na matriz. Em 02 de fevereiro de 1913, o jornal “Commércio de Itapira” descreve os motivos do surgimento da ICAB. No dia seguinte, Dom Nery assina a ex-comunhão do Cônego Manoel Carlos de Amorim Correia.
Uma vez fundada, a nova seita precisava se propagar. Amorim e Bino Bispo (Ludovino Andrade - dono do jornal) procuram trazer ovelhas ao rebanho. Amorim vai a São Paulo. Dá entrevistas. Com auxilio de ex-padres, como Francisco Frederico Arditi, italiano, procura expandir sua igreja para outras cidades e estados. O proselitismo de Amorim era de causar espanto, pois, a pessoa não conseguia distinguir diferenças entre os catolicismos e, aceitava a decadência da Igreja Romana como algo liquido e certo.
Nos meses seguintes, o jornal “Commercio de Itapira” vai noticiando sobre a ICAB, até chegar ao mês de setembro de 1913, mês em que Amorim vem a falecer. Já no mês de fevereiro, uma voz em Mogi Mirim se levanta contra Amorim. É o Cônego João Moyses Nora, português como Amorim, em defesa da Igreja e do bispo Dom Nery. São cinco artigos, cujo titulo é: Relhadas no Patriarca da Cebolas em Itapira – Carga 1,2,3,4 e 5. Amorim chega ao ponto de interpelar na justiça, seu ex-colega de batina, mas perde o embate. Para Nora, ele é um louco que precisa ser paralisado. Para qualquer outra pessoa, um homem como Amorim, não conseguiria seguir como católico romano, pensando e agindo como ele o fazia.







Amorim, produz um “Manifesto Pastoral”, onde esclarece a doutrina, organização, pontos divergentes com os Romanos e sua missão como Patriarca.

Amorim Correa, português de nascença, educado em escolas e seminários católicos, após mais de 20 anos de trabalho como padre católico romano, cria uma nova igreja, de caráter nacional e, enfrenta sozinho sua cruzada contra o Vaticano e por extensão, à elite brasileira.
No Manifesto, ele aponta o bispo de Campinas como único culpado do que aconteceu em Itapira. Que o bispo deve dar o exemplo de amor e compreensão que Cristo ensinou. Não lhe tirar as Ordens. Um padre sem Ordens, não é nada. Na seqüência, vai demonstrando que suas Ordens são válidas e que tem os mesmos poderes que um bispo ou o Papa possuem. Sua autenticidade vem de que recebeu as suas Ordens do bispo romano, que descende diretamente dos apóstolos de Jesus. Que a Igreja é um caminho que leva ao Pai. Existem muitos caminhos neste mundo. Que os prelados, incluindo o Papa, só pensam em poder e riquezas. Estão distantes do povo. Que os padres são as criaturas mais desprezadas e infelizes do mundo, sem direito à defesa contra esses opressores, cuja única saída, como no seu caso é mudar de religião ou deixar a batina.
Convoca a todos os padres que pensam como ele a se juntar á ICAB, acabando assim com o monopólio romano; que todos sofrerão ataques da Igreja Romana, da imprensa nacional, dos políticos e das elites cristãs que trabalham nas paróquias; profetiza o desaparecimento do cargo papal, que fará reascender em todos a vontade de ser uma só igreja de Cristo; e não sabe se a ICAB surtirá efeito, isto é, crescer no mundo inteiro. No Brasil sim, ela será praticada pela maioria dos cristãos.
Agora, ele aborda temas sobre a conduta da ICAB no mundo: Fé, Moral, Sacerdócio, Disciplina.
Fé: a mesma romana, crer em Jesus Cristo como redentor. Quanto ao demais dogmas, ele não os combate por conta da liberdade individual;
Moral: pecado é transgressão livre e deliberada, com pleno conhecimento e consenso da vontade, de qualquer dos preceitos divinos, que se acham nos mandamentos de Deus, escritos na Bíblia;
Sacerdócio: diz não ter encontrado na Bíblia e nem na Tradição Romana a instituição do primado de Pedro. Continua afirmando que todo o padre tem a plenitude da ordem e que essa estória da plenitude estar com bispos é puro controle de poder. Se a maioria das religiões não aceita um líder mundial como o Papa, porque aceitarmos?;
Culto: Crê na Santíssima Trindade, na Virgem Maria, nos anjos e santos, admitindo também o uso de imagens para cultos;
Sacramentos: Admite 6 sacramentos – de instituição divina: Batismo, Eucaristia, Penitência e Ordem; de instituição apostólica: Crisma e Extrema Unção. O casamento não considera sacramento por não se achar na Bíblia indícios de que Jesus o considere assim. Admite que os noivos recebam na igreja as bênçãos de Deus através do bispo.
Confissão: Fica abolida a confissão auricular pelos mesmos motivos da anterior. Não se acha na Bíblia. Cada um peça o perdão em particular;
Indulgências: São nulas, como também os títulos nobiliárquicos e os de 3ª e 4ª gerações;
Relações com outras igrejas: Aceita a participação de todo e qualquer crente de outras denominações e nunca irá discutir matéria religiosa com eles;
Jejum e abstinência: Admite-os, mas sem que decorra qualquer infração à Fé. Nas sextas-feiras da Paixão ele é obrigatório;
Dias Festivos: Admite todos os santos da Igreja Romana, em que os fies são livres para observar, sendo o domingo, o único exigido a todos;
Oração: Orar pouco mas orar bem. O Pai Nossa e Ave Maria devem ser ensinados aos filhos desde a mais tenra idade;
Rito: Semelhante ao Romano. Com o bispo voltando-se ao povo a cada oração. As outras mudanças deverão ser realizadas pelo Concilio, que acontecerá em data oportuna, aqui em Itapira;
Impedimentos Matrimoniais: ficam abolidos todos, exceção feita ao 1º Grau de Consangüinidade e aqueles apontados pelas leis do país;
Impedimentos Canônicos: São os crimes de morte, adultério notório, roubo, estupro e toda a nota pública de infâmia. Não há dispensa possível de tais impedimentos;
Oficio Divino: Abole o breviário romano. Coloca-se no lugar a leitura da Imitação de Cristo, Antigo Testamento e Evangelho. Os bispos devem sempre fazer orações, meditações e exames de consciência. Fazer a pregação evangélica, missas diárias, administração dos sacramentos e cuidado com os pobres, enfermos e crianças;
Catequese: por ser uma nova religião, os bispos devem se esforçar para mostrar as diferenças fundamentais para com a Igreja Romana, principalmente aos menos favorecidos;
Ordens Monásticas: Estão proibidas, por se tratarem de muralhas que protegem o Papa. Reconhece os benefícios que algumas trouxeram à humanidade, mas se alguém quiser fazer esta vida, que a faça em casa e sem dependência;
Dioceses: Cabe aos bispos e ao Patriarca, criar as dioceses. Será organizado o Conselho dos Doze, que se reunirá no primeiro Concilio, analisando todos os problemas. Quanto ao celibato, fica extinto. Só poderá ser sacerdote, homem maior de 30 anos, casado e de vida ilibada;
Uniforme dos Bispos: Ele regulamenta as cores verde-amarelo, e também o uso do anel, como símbolo de união entre os bispos e a Igreja. Exclui vestes luxuosas e o cajado. O clero poderá receber as esmolas que os fiéis queiram dar e não haverá tabelas. Admite a formação de irmandades. Rejeita a infalibilidade papal e pede que nas missas sempre peçam bênçãos de Deus para os dirigentes do país;
Disposições Finais: A eucaristia continuará sendo reverenciada dia e noite no sacrário como faz a Igreja Romana. Será distribuída a todos os fiéis desde que absolvidos de seus pecados. O candidato à dignidade episcopal deverá ter conhecimento completo da língua portuguesa e consagrar um ano inteiro ao estudo da religião, juntamente com o bispo. Como a ICAB nasceu em Itapira e seu criador reside nesta cidade, receberá ele o titulo de Patriarca, por ser o chefe espiritual de uma grande família. Exercerá inspeção sobre todas as igrejas e presidirá o Concílio. A sua eleição será feita pelo Concilio. Diz que os novos adeptos esperem a ida dele ou de um bispo para as celebrações. Orienta sobre o batismo , unção e casamento que poderão ser feitos com reta intenção do crente. Que não procurem a Igreja Romana para administração dos sacramentos, pois, os mesmos são nulos. Volta a pedir aos padres católicos que reflitam bem sobre a Igreja Romana, pois, poucos serão salvos visto o numero reduzido de santos canonizados.
Ele termina a leitura do manifesto dizendo que o documento ainda esta incompleto e que outros virão para completar-lhe o sentido. Dá sua benção com 1o Patriarca da ICAB, como seu único fundador.
16 de fevereiro de 1913.


A MORTE DO PATRIARCA

Sete meses após fundar sua Igreja, Amorim, falece em sua residência, na Chácara Paraíso. Seus amigos, paroquianos e, sua governanta, chamaram o Dr. Bologno Bologna para acompanhá-lo. Esse médico era bastante conhecido na cidade e cidadão ilibado. O médico, tenta de todas as formas a recuperação do Cônego, com seu arsenal conhecido na época. Tudo em vão. No começo da madrugada, ele vem a falecer. No atestado de óbito, o doutor relata o seguinte: “Atesto que o Padre Manoel Carlos de Amorim Correia, com 40 anos de idade, faleceu no dia 30 de agosto de 1913 às duas horas da madrugada, em conseqüência de congestão pulmonar e paralisia cardíaca.” Cito esse momento doloroso para os seguidores do padre porque foi aventado por algumas mídias e até mesmo, pelo re-fundador da ICAB em 1945, Dom Carlos Duarte da Costa que Amorim havia sido envenenado, dando titulo de mártir ao Patriarca. O médico que cuidou dele nos últimos momentos, não registrou isto em seu óbito, tão pouco, seus seguidores não moveram nenhuma ação na delegacia de polícia, para indicar um crime. Na seqüência dos acontecimentos, ele foi sepultado no Cemitério de Itapira, seguido por grande público.
O padre Arditti, que havia voltado de sua peregrinação a outros estados da federação, duas semanas antes da morte de Amorim, é que assume seu lugar como Patriarca.



DECADÊNCIA DA ICAB

O Padre Arditti, italiano, foi sacerdote romano, que também sofreu a perca das Ordens. Trabalhou com afinco, como já mencionamos, e se autodenominou “bispo coadjutor”, sendo em linha, o sucessor de Amorim. Em 08 de setembro de 1928 vem a falecer. Em seu lugar, assume o Padre Carlos Augusto dos Santos, nascido em Portugal, onde parece ter recebido as Ordens Eclesiásticas. Foi vigário em Serra Azul, onde criou um “caso” que exigiu sérias providências do bispado.
A situação financeira da Igreja estava indo de mal a pior. O comércio já não dava crédito às necessidades da instituição. O apoio financeiro dos paroquianos estava em crise. Os padres Arditti e Santos, se ausentaram por muitos períodos da sede patriarcal deixando a impressão de abandono. O Conselho da ICAB então exonera o Patriarca Santos e, chama o padre Jose Rosetti, também apóstata, para a direção da seita. Isto em 1914.
Em 1919, a direção da Igreja está entregue provisoriamente ao bispo Ludovino Andrade porque Rosetti também seguiu os passos de seus antecessores. Passam então pela direção da ICAB, os “bispos” Ernesto de França Ferreira, Fernando Candido de Oliveira Valle e Pellegrino Guarino. A 24 de outubro de 1928, assume o padre Arnaldo Cardoso, que viera de Colina (ES). Este patriarca causa tantos dissabores na sede, que é exonerado pelo Conselho, sendo impedido de exercer o sacerdócio em todo o território nacional. Dois anos depois, ele é recebido no seio da ICAB e volta com plenos poderes. Apossa-se de tudo, como terceiro e imediato Patriarca, de forma ditatorial e afirmando que quaisquer decisões teriam que ter sua aprovação.
Nesse tempo, passaram por Itapira os “bispos” Jose Maria Assunção, que se dizia advogado. Consta, nos recortes de jornais do museu que este homem foi preso em Itapira, por retirar da conta do Professor João Batista Aquino, por procuração, a quantia de 7:000$000 réis. Diz o jornal que o autor do delito já era conhecido pela policia desde 1916. O delegado, Dr Cysalpino de Souza e Silva, retirou o anel de advogado que Assunção usava e pressionado confirmou que comprara o diploma no Rio de Janeiro em1923, graças ao filho de um político influente. Jose Maria de Moraes, outro bispo, fundou uma Congregação com o nome de Santo André, sendo ele presidente inamovível. Em 1935, Cardoso entrega ao prefeito as chaves do templo da Mãozinha. Isto ocorre, devido a Ação de Comisso movida pela prefeitura para reaver o prédio e terreno, visto que os atuais proprietários falharam quanto ao pagamento de impostos e que a transação (irmandade e Icab) foi feita sem conhecimento da edilidade. A situação de ruína atinge seu ápice quando Avelino Carvalho, presidente do Conselho Administrativo, resolve, a 28 de outubro de 1935, suspender as reuniões, até que o mesmo tenha as chaves do templo e os objetos a ele pertencentes. Somente 10 anos depois, em 20 de setembro de 1945, quando o bispo de Maura faz ressurgir a ICAB, seus reflexos se voltam à Itapira.



OUTROS FATOS

Em 30 de agosto de 1985, pela comissão organizadora, assinados por Jacomo Mandatto (historiador itapirense e ex-vereador) e Odette Coppos (atriz, escritora e jornalista), promovem a inauguração da reforma do túmulo do Cônego Manoel Carlos de Amorim Correia, no cemitério MORITURIS de Itapira. Ao evento, foram convidados famílias, amigos e parentes em homenagem ao Patriarca da ICAB. Celebraram a missa, os bispos da ICAB de Brasilia, Dom Luiz F. Castillo Mendéz; de Niteroi, Dom Jose Antenor da Rocha; de São Paulo, Dom Agnaldo Soares; e de Jundiai, Dom jurandyr A. Padovani. As personalidades da cidade que fizeram discursos foram o vereador Jacomo Mandatto, Odette Coppos , Lazaro Andrade, Prof. Maria do Carmo (Minininha), Salgado Pereira da Silva e Cesar Bianchi. Foi cantado o Hino da Igreja Brasileira e feita a oração ao Bem-aventurado Manoel Carlos de Amorim Correia.



Quando em 1945, o ex-bispo Católico, Dom Carlos Duarte da Costa faz o famoso “Manifesto à Nação” , reascende a chama da igreja nacionalista proposta por Amorim. Logo ao final da apresentação da atual Igreja Católica Apostólica Brasileira, faremos um comparativo entre as duas religiões.

Dom Duarte, nasceu no Rio de Janeiro em 21 de julho de 1888. Concluiu seus estudos no Colégio Salesiano Santa Rosa, em Niterói, RJ. Em 1897, seu tio, Bispo de Goiás, enviou-o à Roma para estudar no Colégio Internato Pio - Latino Americano. Retornando ao Brasil, estudou no Seminário Filosófico e Teológico em Uberaba. Foi ordenado padre no dia 1 de abril de 1911, pelo Cardeal dom Arcoverde. Foi pároco em diversas igrejas no Rio de Janeiro e em 1923, foi nomeado Vigário Geral da Arquidiocese do Rio de Janeiro, sendo sagrado bispo pelo Cardeal Dom Sebastião Leme.

EVENTOS QUE O LEVARAM AO CISMA

Dom Carlos, foi um bispo polêmico. Defendia o divórcio, sob algumas condições; em 1932, organizou “o batalhão do bispo”, para lutar na Revolução Constitucionalista, tendo a frente ele próprio como comandante. Chegou a ir para a luta mas a guerra havia terminado; possuía uma ação social agressiva que dilapidou os cofres da diocese. Por pensar e agir, unindo a práxis às ciências sociais, já era um precursor da Teologia da Libertação. Criticava o regime de Getulio Vargas e da aliança do Vaticano com os regimes totalitários da Europa. Continuava a pregar contra a infalibilidade papal, atitude liberal para com o divórcio e liberdade para os clérigos se casarem. É igualmente interessante salientar que ele mesmo nunca se casou. Veicula tudo pela revista chamada: “Mensageiro Nossa Senhora Menina” onde rivalizava com o governo Vargas, com a Igreja Católica e com a intelectualidade em geral.

Por suas posições e os gastos desmedidos em sua diocese, ele foi investigado pela Cúria Romana e, em 1937, renunciou ao seu posto, recebendo o título honorário de Bispo de Maura, uma diocese extinta, no norte da África. Voltou para o Rio de Janeiro.

Em 1944 foi preso, sob alegação de agitador. Os Estados Unidos e a Inglaterra, pressionaram o governo de Getulio pela sua soltura. Foram tentadas por diversas vezes, visitas dos bispos romanos, na intenção de apaziguar a situação entre o bispo e a Igreja, que resultou nula. Em 1945, Dom Carlos, denunciou uma suposta atividade organizada pelo Vaticano, chamada “Operação Odessa”. A tal atividade, que incriminava os cardeais e o Papa, segundo Dom Carlos, existia para retirar oficiais nazistas da Europa. Isto foi o estopim, para que o Papa Pio XII, o excomunga-se. Dom Carlos ignorou a excomunhão e, em 18 de agosto fundou sua Igreja Católica Apostólica Brasileira. Dom Carlos, um mês após, ordenou bispo, Dom Salomão Barbosa Ferraz que era pastor presbiteriano e que unia usa igreja à dele. Em 1959, Dom Salomão abandona a ICAB para ingressar na Igreja Romana, sendo reconhecida a sagração feita por Dom Carlos. Em outubro de 1945, Dom Carlos, fundou um partido político “ Partido Socialista Cristão”, do qual , era presidente. Chegou a lançar um candidato que antes mesmo dos comícios, desistiu. Em outros recortes de jornais dessa época, deparamos com um mandato de segurança, impetrado pelo bispo Dom Carlos, no Superior Tribunal Federal, para que pudesse realizar uma missa campal em Itararé-SP. Foi negado à ICAB autorização para práticas externas, visto que, segundo os ministros, a ICAB usava, sem a permissão da Igreja Romana, a aparência desta última para fazer proselitismo, pois, a grande maioria do povo brasileiro é Católico Romano e, seria levado por engano a participar de um culto não romano. Após sua morte, ocorrida em 1961, Dom Duarte foi canonizado pelos bispos da ICAB, em 1970, como São Carlos do Brasil.

Como, em 1913 em Itapira, o Cônego Amorim, foi contestado violentamente pelo Cônego João Moyses Nora, em 1945, uma voz se levanta contra Dom Carlos. O padre Florencio Dubois, barnabita, divulga o livro “O ex-bispo de Maura e o bom senso” – Editora Vozes Limitada – com 95 páginas. O volume , que se encontra no museu, está no numero 5. Aqui, Dubois, rebate todas as assertivas de Dom Carlos, de forma contundente.

Consultando a reportagem feita por David Nasser e Jean Manzon, impressa pela revista “A Cigarra” em setembro de 1945 – RJ, lemos a entrevista dada por Dom Carlos que reafirma todas as suas convicções.

Eles terminam a reportagem assim: “ Não resta a menor duvida de que era impossível a Dom Carlos permanecer no seio da Santa Madre Igreja Católica Romana depois de ter, clara e violentamente, discordado não apenas das normas atuais, mas de há muitos séculos, “desde as catacumbas”. Se ele estava contra, não podia continuar marchando junto ao que estava errado. Dom Carlos disse aos repórteres que ele queria ser contestado pela Igreja, mas a resposta, foi o silêncio.






BIBLIOGRAFIA
1- História Ilustrada de Itapira – Jacomo Mandatto – 2006 – 3 edição – Ed Ind Grafica Everesty
2- Revista A Cigarra – Revista Manchete – setembro de 1945
3- O livro de Itapira – Odette Coppos – 1995 – Ed Linhasgerais
4- O Papa Verde-Amarelo – Jacomo Mandatto – 1999 – Ed. Graficall – A Tribuna de Itapira
5- Os Catolicismos de Itapira – Arnaldo Lemos Filho – 1980 – Dissertação Acadêmica
6- A Longa Viagem, parte I – Menotti Del Picchia – 1970 – Ed.
7- Algumas informações sobre Itapira em 1916 – Jacomo Mandatto – 1976
8- O ex-bispo de Maura e o bom censo – Padre Florencio Dubois – 1945 – Ed. Vozes
9- Manifesto Pastoral – Cônego Manuel Carlos de Amorim Correia – 1913 – Ed Tip O Pensamento (fundação da Icab de Itapira)
10- Livro de Matrícula, anotações não oficiais – Padre Henrique de Moraes Mattos – 1957 - Padre Tadeu
11- Acção de Commisso – João da Gama Cerqueira – 1936 – Empresa Grafica da Revista dos Tribunais
12- ICAB – Site Oficial – busca na Internet ( História da Icab; Estatuto e Código Eclesial)
13- Dom Carlos Duarte da Costa – Wikipédia – busca na Internet (a vida do religioso)
14- Recortes do jornal Diário de São Paulo – Caetano Munhoz – 1945 (Igreja da Mãozinha)
15- Manifesto à Nação – Dom Carlos Duarte da Costa – 1945 – (fundação da Icab atual)
16- Relhadas no Patriarca da Cebolas de Itapira – Cônego Moyses Nora – 1913 – Jornal A Comarca de Mogi Mirim – Oficial do Museu Presidente João Theodoro Xavier, André Luiz Xavier da Silva
17- Jornal Commércio de Itapira – Diretor: Ludovino Andrade – de 29/12/1912; 02/02/1913; e 04/09/1913 (conflito, fundação da Icab e falecimento do Patriarca)
18- Informações adicionais sobre a doutrina atual da Icab – 2010 – Padre Martini, ICAB
19- Recortes de jornais – Mandato de segurança contra ordem do Superior Tribunal Federal – ano de 1946
20- História de Itapira – Site de Sergio de Freitas – busca na internet (História da IC