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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Visita ao Museu Histórico por uma OS da cidade

A entidade é itapirense e segue a descrição abaixo retirada do site da mesma, que voces podem acessar pelo endereço http://jovememacaoitapira.com.br.


A entidade Jovem em Ação fundada em 26 de julho de 1994, é uma associação civil de direito privado, sem fins econômicos em duração por tempo indeterminado. Localiza-se a Praça João Sarkis Filho, 135 – Centro – Itapira – SP.
Objetivo Principal: A prática e o desenvolvimento pessoal e profissional para a formação de adolescentes, promovendo sua posterior inserção no mercado de trabalho como aprendiz, de ambos os sexos, com idade entre 15 anos e meio até 24 anos (Conforme Lei da aprendizagem).
Missão
Nossa Missão principal é preparar os jovens com competências básicas e específicas para que adquiram os conhecimentos das principais exigencias do mercado de trabalho que valorizam a ética e a cidadania, que estejam conscientes das suas necessidades de desenvolvimento pessoal, profissional e capaz de atuar de maneira pro-ativa para alcançar seu aperfeiçoamento. Além do objetivo profissional a qual a entidade se propoe a beneficiar estes atendidos, a entidade se propõe também a desenvolver um trabalho com esta população de adolescentes e jovens, no sentido de preveni-los contra a violência, tráfico de drogas, a marginalização, formando-os para atuar junto as famílias, escola e na comunidade em que estão inseridos.


Hose, recebemos a visita da eduacadora Adriana de Carvalho que veio até o museu com 25 jovens. Todos bastante preocupados em conhecer não só o museu histórico como também a Casa Menotti Del Picchia e o de História Natural, pois, todos ficam perto um do outro. Abaixo as fotos da visitação.







quarta-feira, 20 de julho de 2011

MORRO DO GRAVI........ HOMENAGENS EM 2011

Se há local em Itapira onde todos sabem, referir-se à Revolução Constitucionalista de 1932, é com certeza, o Morro do Gravi. Na divisa com Mogi Mirim, nossa cidade-irmã, foi palco de uma grande batalha, por ser a porta de acesso à Campinas, e em conseqüência, a Capital Paulista. Segundo relatos de itapirenses e legalistas, o confronto foi aterrador porque, do alto do morro, onde estive agora no 9 de julho, dava uma plena visão da aproximação inimiga e, tinham eles uma posição privilegiada. É mais fácil defender do que atacar um local protegido, basta lembrar da campanha da FEB na Itália em 1945.

De qualquer forma, todos os anos, à partir de 1934, Itapira reverenciou seus heróis e aqueles que sobreviveram àquela contenda. Durante anos, os ex-combatentes da cidade de Jacareí prestigiaram esses eventos na nossa cidade. Até uma avenida foi batizada com o nome dela. Tive informações, não confirmadas, que soldados de Caçapava e de Rio Claro estiveram aqui no evento bélico.

Estima-se que 400 soldados bandeirantes, tombaram naquele solo.

O Governo Municipal, comandado por Antonio Hélio Nicolai, preocupou-se em tornar mais digno o palco de homenagens no morro. Após remodelação e iluminação, foi realizado em 09 de julho de 2011, as homenagens, com grande presença de público e pessoas da Administração, como também militares e a Guarda Municipal de nossa cidade. Uma testemunha ocular dos acontecimentos também se fez presente, Antonio Cescon. A Banda Lyra Itapirense colaborou tocando as marchas militares que levaram nossos pensamentos de volta à 32. Ao final dos discursos a Banda fez o Toque do Silêncio. Naquele clima frio, pois, foi de manhã, ouvindo apenas o som do vento entre as árvores, provocou uma sensação de mais respeito pelos acontecimentos.

Abaixo coloco as fotos destes momentos, que foram belos:















Prefeito e autoridades
























Banda Lyra Itapirense











Guarda Municipal - Heraldo Sabadini e Jose Carlos Ramil






1o Tenente Marcos Sanches e o 1º Sargento Garcia





Professoras Municipais






Visão noturna do local

segunda-feira, 18 de julho de 2011

ITAPIRA, UM DOS PALCOS DA REVOLUÇÃO DE 1932

PARTE III

Algumas fotos mostram os momentos dessa Guerra Civil em Itapira:



Defronte ao Paço Municipal, onde funcionava a Casa de Saúde Dr. Hortêncio: Além dos soldados, as senhoras da família Galdi (Josephina, Nanci e Lucia), a menina é Lilia Ap. Pereira da Silva.









O Dr. Hortêncio Pereira da Silva








Forças Paulistas em Barão Ataliba Nogueira













Tropas federais nortistas ocupando a casa da Fazenda do Sr. Francisco de Assis Pereira.













Tropas federais nos jardins da Santa Casa










Tropas federais no Parque Municipal





Mausoléu dos Soldados, onde se vêem: Noé Rocha, Dr. Hortencio Pereira da Silva, Maria Galdi Terra, João Galdi, Afonso Celso Vieira e o soldado Guedes.








Translado das urnas funerárias com os restos mortais de voluntários de 1932, sendo levados para o mausoléu do Cemitério, passando pelo Rua Rui Barbosa.









Ainda consegui fotos de dois ex-combatentes. O Marcelo Rosa que trabalha comigo foi quem se lembrou dos nomes. Fomos até as casas e, as filhas dos nobres soldados nos forneceram os retratos.






Anibal Puggina, pai de Sinira, doadora das imagens.














Antonio Guedes, pai de Heglacy, doadora das imagens.














Itapira sempre é lembrada, quando o assunto é Revolução Constitucionalista de 1932. Em 2006, a cidade de Santa Barbara d’Oeste, inaugurou o Museu da Imigração, na Praça 9 de Julho. A mostra contou com objetos fornecidos pelo Museu Virgolino de Oliveira, de Itapira.

















Na Ata de Sepultamento do Cemitério Municipal encontramos os nomes de soldados que foram aí enterrados:
1- 25/08/1932 -MARIO MASINI – IDADE: 32 ANOS – 1ª CIA, DO 2º BATALHÃO FRANCANO
2- 25/08/1932 -JOAQUIM PEREIRA – BATALHÃO DO RIO GRANDE DO NORTE – 3ª CIA
3- 25/08/1932 -SEGUNDO INURARI – 3º SARGENTO, DO BATALHÃO DO RIO GRANDE DO NORTE
4- 25/08/1932 -JOSE DA COSTA JUNIOR – 1º SARGENTO
5- 25/08/1932 - ANTONIO ARAUJO – IDADE: 25 ANOS – FERIMENTO A BALA NO PULMÃO
6- 06/09/1932 - JOSE TUGLIZE – IDADE: 19 ANOS – FERIMENTO A BALA NO TORAX
7- 09/09/1932 – JOÃO ROCHA – FERIMENTO A BALA NO TORAX
8- 10/09/1932 – JOAQUIM LOUCALOS – IDADE: 21 ANOS – FERIMENTO A BALA NO ABDOMEN
9- 12/09/1932 - ROMARIO NEVE – IDADE: 23 ANOS – FERIMENTO A BALA NO TORAX
10- 21/09/1932 – MANUEL FELIPE SILVA – IDADE: 22 ANOS – SINCOPE CARDIACA
11- 27/09/1932 – PEDRO CELESTINO COSTA – IDADE: 24 ANOS – PERITONITE AGUDA GENERALIZADA
12- 29/09/1932 – JOÃO BATISTA FERREIRA NUNES – IDADE: 20 ANOS – PERITONITE AGUDA GENERALIZADA
13- 30/09/1932 – PEDRO SANTOS – IDADE: 20 ANOS – PERFURAÇÃO A BALA NO CRÂNEO
14- 03/10/1932 – EMILIO TUDALECIO – IDADE: 24 ANOS – DESLOCAMENTO DA REGIÃO ARTERO SUPERIOR DA PERNA ESQUERDA
15- 07/10/1932 – REINALDO FERREIRA – IDADE: 23 ANOS – FERIDA PENETRANTE, REGIÃO OCIPITAL
16- 11/10/1932 – OCTAVIANO MOREIRA – IDADE: 24 ANOS – FERIMENTO A BALA NO ABDOMEN

Guilherme de Almeida, poeta e grande participante da Revolução de 32, deixou vários escritos sobre a mesma. Estou postando um deles:

ORAÇÃO ANTE
A ÚLTIMA TRINCHEIRA

Agora é o silêncio.
É o silêncio que faz a última chamada:
É o silêncio que responde:
- Presente!
Depois será a grande asa tutelar de São Paulo,
asa que é dia e noite e sangue e estrela e mapa
descendo, petrificada, sob um sono que é vigília.
E aqui ficareis, Heróis-Mátires, plantados firmes,
para sempre, neste santificado torrão de chão paulista.

Para receber-vos, feriu-se ele da máxima
de entre as únicas feridas, na terra,
que nunca se cicatrizam,
porque delas uma imensa coisa emerge
e impõe-se que as eterniza.
Só para o alicerce, a lavra, a sepultura e a trincheira
se tem o direito de ferir a terra.
E, mais legítima que o alicerce,
que se eterniza na casa, a dar teto para o amor,
a família, a honra, a paz;
Mais legítima que a ferida da lavra,
que se eterniza na árvore,
a dar lenho para o leito, a mesa, o cabo da enxada,
a coronha do fuzil;
Mais legítima que a ferida da sepultura que se eterniza no mármore
a dar imagem para a saudade, o consolo,
a bênção, a inspiração;
Mais legítima que essas feridas
é a ferida da trincheira,
que se eterniza na Pátria,
a dar pura razão de ser da casa,
da árvore e do mármore.

Este cavado trapo da terra,
corpo místico de São Paulo
em que hora existis consubstanciados,
mais que corte de alicerce,
sulco de lavra, cova de sepultura,
é rasgão de trincheira.
E esta, perene, que povoais,
é a nossa última trincheira.

Esta é a trincheira que não se rendeu
a que deu à terra o seu suor,
a que deu à terra a sua lágrima,
a que deu à terra o seu sangue!
Esta é a trincheira que não se rendeu,
a que é nossa bandeira gravada no chão,
pelo branco do nosso Ideal,
pelo negro do nosso Luto,
pelo vermelho do nosso Coração.
Esta é a trincheira que não se rendeu,
a que, atenta, nos vigia,
a que, invicta, nos defende,
a que, eterna, nos glorifica!
Esta é a trincheira que não se rendeu,
a que não transigiu,
a que não esqueceu, a que não perdoou!
Esta é a trincheira que não se rendeu:
Aqui a vossa presença, que é relíquia,
transfigura e consagra no altar
para o vôo, até Deus, de nossa fé.
E, pois, ante este altar, alma de joelho,
a vós rogamos:

- Soldados Santos de 32,
sem armas em vossos ombros, velai por nós!;
sem balas na cartucheira, velai por nós!;
sem pão em vosso bornal, velai por nós!;
sem água em vosso cantil, velai por nós!;
sem galões de ouro no braço, velai por nós!;
sem medalha sobre o cáqui, velai por nós!;
sem mancha no pensamento, velai por nós!;
sem medo no coração, velai por nós!;
sem sangue já pelas veias, velai por nós!;
sem lágrimas ainda nos olhos, velai por nós!;
sem sopro mais entre os lábios, velai por nós!;
sem nada a não ser vós mesmo, velai por nós!;
sem nada senão São Paulo, velai por nós!


Guilherme de Andrade de Almeida (Campinas, 24 de julho de 1890 — São Paulo, 11 de julho de 1969) foi um advogado, jornalista, crítico de cinema, poeta, ensaísta e tradutor brasileiro . Foi combatente e muito fez pela causa constitucionalista.
Na capital de nosso Estado foi erigido um magnifico monumento mausoléo em memória da Soldado Constitucionalista. Obelisco Mausoléu dos Heróis de 32 ou Obelisco do Ibirapuera. Fica no Parque do Ibirapuera no bairro com o mesmo nome. Possue 4 faces e uma cripta. O Obelisco é um projeto do escultor ítalo-brasileiro Galileo Ugo Emendabili. O obelisco, feito em puro mármore travertino, foi inaugurado em 9 de julho de 1955, um ano após a inauguração do Parque do Ibirapuera. Símbolo da Revolução Constitucionalista de 1932, o obelisco é o maior monumento da cidade e tem 72 metros de altura. A construção do monumento foi iniciada em 1947 e e concluída em 1970. Tombado pelos conselhos estadual e municipal de preservação de patrimônio histórico, o mausoléu do Obelisco guarda os corpos dos estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo (o M.M.D.C.) - mortos durante a Revolução de 1932 -, e de outros 713 ex-combatentes. Guilherme de Almeida e Ibrahim de Almeida Nobre, ex-combatentes e respectivamente considerados como o poeta de 32 e o tribuno de 32, se encontram sepultados no mausoleu. Também se encontra sepultado o corpo do agricultor Paulo Virgínio da cidade de Cunha, considerado mais um dos heróis da Revolução na Região do Vale do Paraíba.
Para homenageá-los e preservar a memória da rebelião, há cenas bíblicas e passagens da história paulista feitas com pastilhas de mosaico veneziano.



























Outra contribuição à minha pesquisa, veio de Mogi Mirim, pela filha de um ex-combatente que é funcionária da prefeitura daquela cidade, Rosana Julia Megiatto Bronzatto de Azevedo. Dos depoimentos de Orlando Bronzatto, o Pintaca, e do Tenente-Coronel Ângelo Ricardo.
“....Inverno de 1932, quase no seu final. A revolução continuava aguerrida nas suas linhas de combate, demonstrando a todos, civis e militares, que o fim do conflito estava ainda distante Na pequena estação ferroviária de Mogi Mirim, diariamente, passavam trens com os vagões lotados de jovens soldados constitucionalistas: “Batalhão XI de Agosto.” Eram alunos da Faculdade de Direito da capital, com a finalidade de reforçar os contingentes nas linhas de fogo, na divisa de São Paulo e Minas Gerais...”

















Fontes: A Revolução de 32, Hernani Nonato (1982); A Revolução Constitucionalista de 1932 (Setor Leste), Odette Coppos(1996); Nosso Século, Abril Cultural(1980); Jornal A Cidade de Itapira, João Torrecillas Filho (1972/1982); Ata de Sepultamento do Cemitério Municipal de Itapira (Adultos, 1931 a 1938); Ata da Câmara Municipal de Itapira (1932); Jornal das Trincheiras (1932); site Wikipedia e outros sobre o movimento; CORONEL PM MARIO FONSECA VENTURA,SECRETÁRIO DA SOCIEDADE VETERANOS DE 32-MMDC; Depoimentos de Orlando Bronzatto, o Pintaca, e do Tenente-Coronel Ângelo Ricardo. Pesquisa: Rosana Julia Megiatto Bronzatto de Azevedo, 2009.Mogi Mirim.

domingo, 17 de julho de 2011

ITAPIRA, UM DOS PALCOS DA REVOLUÇÃO DE 1932

PARTE II






História
Os federais não esperavam tamanha resistência em Eleutério. Foram rechaçados várias vezes pelas tropas paulistas. O uso de aviões e do trem blindado foram decisivos nestas missões. No contingente dos federais havia agrupamentos do II Batalhão do Rio Grande do Sul; Batalhão da Policia Baiana, 1º Regimento da Infantaria; Batalhão da Policia da Paraíba; Batalhão da Policia do Ceará; vanguarda da Tropa da Cavalaria, comandada pelo Coronel Eurico Gaspar Dutra (que ficou ferido no Gravi); IV Regimento da Cavalaria de Tres Corações; e o grupo de artilharia VIII RAN. Há a determinação do avanço e, Eleutério suporta por alguns dias (26) com grandes baixas, principalmente dos federais. O ponto de contenção se desloca para Barão Ataliba Nogueira. Logo alcança a cidade e o Morro do Gravi.


Sobre as tropas do Morro do Gravi, Odette afirma que o 6º RI do Exército e o Batalhão 9 de Julho da F.P. é que faziam a proteção de Mogi Mirim e do Gravi. Com o avanço dos federais, utilizando bombardeios e a infantaria, que eram superiores numericamente, provoca a retirada dos batalhões para Mogi Mirim.
Um rascunho de carta encontrada no Gravi, diz que o ataque final foi violento e cruel. Para desalojar os combatentes bandeirantes, foram precisos aviões com suas bombas, canhões e artilharia pesadas. O 1º Batalhão da Policia Civil, comandada pelo Capitão Romão Gomes, consegue por duas vezes reter o inimigo mas o cansaço, falta de munição, ausência de aviões paulistas e a renovação de soldados é o grande vilão daquele teatro de lutas. O Gravi não resiste. Numa das cartas encontradas com federais se lê: “ ... amigos e inimigos rolando, blasfemando, juncando o solo comum.... mas era preciso tomar o Morro do Gravi! Sessenta e oito horas de rugir incessante, de um fustigar vertiginoso! Se caíssem cem ditatoriais, de imediato novos pelotões os substituíam e eram como vagalhões foribundos, chegando... morrendo.... avançando... uns após outros....”.

Na carta de Leonardo Gomes, enviado especial dos Diários Associados, no mês de julho, nomina diversos itapirenses que se envolveram diretamente nos acontecimentos. São eles :




Dr. Eugênio de Toledo Artigas

“Conforme seu artigo no Jornal A Cidade de Itapira, “Memória de um combatente de 32, relata o seguinte: Que a nossa cidade foi ponto de convergência de pessoas importantes do Governo Vargas, acompanhados de aproximadamente 800 cavalarianos, com artilharia e mais de um milhão de tiros para fuzil e metralhadora. Dentre esses oficiais, cita os nomes de Gal. Jorge Pinheiro, Coronéis Eurico Gaspar Dutra, Cristovão Barcellos e Galdino Alves. A tropa estava sob o comando de Benjamin Vargas (irmão do Ditador).
Confabularam as forças paulistas e mineiras, da cidade de Pouso Alegre lutar juntas. O dia do encontro foi marcado e para lá, seguiram as tropas de Itapira, formadas pelos contingentes da Força Pública comandadas pelo Capitão Pitcher, outra pelo batalhão de Plinio Prado, que deu o nome de Piratininga a esse grupamento e, ainda o Batalhão 14 de Julho, organizada e comandada pelo Coronel Chico Vieira.
Dias antes, o grupo ao qual o Dr. Eugenio servia, foi deslocado de São Jose do Rio Pardo para atacar a cidade de Guaxupé. Por força de estratégia, foi suspensa a invasão. Com a presença de Marrey Junior e Aureliano Leite, as tropas paulistas voltaram para a origem. Este fato provocou a mudança dos comandos em Pouso Alegre. O que havia sido combinado com os comandos (a confraternização), não seria feita pelos novos oficiais. Sem saber, o Batalhão Piratininga, comandado pelo oficial da F.P. Plinio Prado, seguiu para Pouso Alegre sem preocupações. Foi recebido com rajadas de metralhadoras que alem de matá-lo, feriu outros soldados. Ao se reorganizarem, regrediram até Itapira, seguidos pelos inimigos que foram parados em Eleutério, sofrendo os federais muitas baixas.
Uma figura popular, dono de oficina mecânica, Alcides de Oliveira, foi quem transportou os feridos ao hospital improvisado de nossa cidade. Ele, Alcides, seria convocado posteriormente durante a ocupação federal em Itapira, para cuidar da manutenção dos veículos militares. Na farmácia do Sr. Antonio Serra, no Largo da Matriz, alojou-se o Major Juarez Távora, adido do Governo Vargas, e viu seus mais caros remédios serem requisitados. Seu prédio sofreu estragos por conta da adaptação. Após ser invadida, Itapira foi logo policiada para evitar o saque, já que a maioria da população havia deixado a cidade rumo às fazendas e matas, com medo do que o inimigo poderia fazer. De qualquer forma, afirma a testemunha ocular que Itapira não sofreu imposições vexatórias, com respeito e ordem às famílias.
Daqui, a tropa do Dr. Eugênio foi transportada para Águas da Prata. Foram tomadas as posições e feitas as trincheiras. A tropa possuía os fuzis Mauser, granadas e bombardas (morteiro Stokes-80). Uma metralhadora Maxim, de origem americana e francesa, que atirava 1.000 tiros por minuto, também fazia parte do armamento. O trem blindado foi usado para combater o inimigo que por uma fatalidade não cumpriu sua missão. Uma bala inimiga conseguiu atravessar uma fresta do trem atingindo o maquinista que morreu depois no hospital. Enquanto do lado dos federais, munição não faltava, incluindo a chegada de canhões Krupp 75 mm e aviões de ataque. “
Itapira, após dois anos da “Revolução” (1934), inaugura um memorial para ser lembrado pelo seu povo no Morro do Gravi, em que todo o ano, no mês de julho, são feitas comemorações. Tem também a Praça 9 de Julho, um marco constitucional. No cemitério há o túmulo ao Soldado Constitucionalista. No Museu Histórico está preservada a memória, através de documentos, armas, fardas, bandeiras, fotos e outros símbolos.

ITAPIRA
Em Itapira, como relatei acima, houve a preocupação em preservar a memória dos acontecimentos de 32. Já na sessão do Conselho Consultivo Municipal de Itapira em 10 de julho de 1933 “.... os diretores da Comissão Pró-transladação dos corpos dos soldados que tombaram no campo de luta, durante a revolução constitucionalista deste Estado, mui respeitosamente, requerem de V.Excia, sejam concedidas duas quadras de terreno no Cemitério local, afim de ali ser construído um jazigo, que perpetue a Memória da mesma, como homenagem do Povo de Itapira e de seus companheiros de luta, representados pela Federação de Voluntários.... M. de Magalhães Pereira e Maria Apparecida de B. Fonseca....”





CEMITÉRIO MUNICIPAL




No MORRO DO GRAVI, em 1934, era inaugurado o memorial.





Em 9 de julho de 1957, vemos abaixo, uma das comemorações anuais no Morro. Helio Pegorari, Antonio Celidonio Ruette, vereadores, ex-combatentes e autoridades civis e militares.















PRAÇA 9 DE JULHO

No cinqüentenário da Revolução Constitucionalista de 32, no governo Barros Munhoz, foi inaugurada a PRAÇA 9 DE JULHO. No monumento foi escrito o motivo: “ Homenagem aos cinqüenta anos da Revolução”. A data: 9 de julho de 1982.






Na foto vemos o marco do 9 de Julho. Esta praça fica bem pertinho do Estádio Chico Vieira.



PRAÇA MMDC
Em 03 de julho de 2002, ainda no Governo de Barros Munhoz, é criada a Praça MMDC na rotatória que fica na confluência das avenidas: Jacareí e Vereador David Moro, no caminho que leva até o Morro do Gravi. Com a presença de autoridades civis e militares, foi criado mais um local à memória da Revolução Constitucionalista, mostrando o respeito que Itapira tem pelos acontecimentos daquela época.




















MUSEU HISTÓRICO
No museu, temos vitrines onde estão armas, munições, capacetes, talheres, estribos, anéis, fardas e bombas. Além, de grande material registrado em livros e jornais, tanto de itapirenses como historiadores de renome nacional.



















Deparei com alguns documentos que fazem a ligação dos acontecimentos com pessoas conhecidas e outras esquecidas. Aqui, ofícios para o Governo do Estado para solicitar a Medalha do Cinqüentenário da Revolução Constitucionalista, em 1982.






Medalha da Constituição para a cidade de Itapira em 1972





Concessão da Medalha do Cinqüentenário da Revolução Constitucionalista, em 1982





Ao Sr. Virgolino de Oliveira, pelos serviços prestados à causa Constitucionalista de 1932, o diploma e o Capacete de Aço, que se encontram no museu histórico.






( CONTINUA NA TERCEIRA PARTE)