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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

NOMES INESQUECÍVEIS... ASSIM CONTOU JOÃO TORRECILLAS

Nas crônicas de João do Norte (Torrecillas), encontramos um material bastante interessante e com muita certeza, atingirá várias famílias queridas de nossa terra. Ele, foi elencando durante um período de 22 meses, no Jornal A Cidade de Itapira, os nomes, atividades e importância dessa gente penhense. Ele procurou escrever de modo leve e engraçado, muitas das situações e, envolvido pela moral daquela época, pois, estamos falando dos primeiros anos de 1900.
Bom, vamos lá.
A primeira pessoa a ser examinada com minúcia é Nhá Carola do Prado, moradora na Rua rui Barbosa, quase em frente ao Solar do Tenente Artur Venâncio. Seu xodó era fabricar finos cigarros de palha, sendo que o maço continha 20 unidades. Palha da melhor qualidade. Custava ao cliente, o valor de 400 réis, e esses de encontravam às centenas. A qualquer hora em que se entrasse no casarão, encontravam-na, a mãe do Ludgero Prado, confeccionando os cigarros, coisas de sua pequena indústria.
João do Norte recorda aqui que Itapira já teve sua fábrica de cigarros, que nada devia aos fabricados em São Paulo ou Rio de Janeiro. Funcionou de 1916 a 1917. Infelizmente, para seu proprietário, a fábrica não conseguiu ir em frente. Detinha três marcas: Feline, Izólda e Explendor. Os dois primeiros custavam respectivamente 400 e 200 réis. Explendor custava 100 réis. As belas embalagens eram iguais as dos cigarros Castelões (marca famosa na época), caixa curta onde apareciam as pontas dos “rebenta-peitos”. O dono era o sr. Luiz Galdi, que foi grande empreendedor, mas naqueles tempos não era nada fácil manter uma empresa. Seu gigantesco sonho não se tornou realidade. Deixou sim, para os seus, a honra de ter feito em Itapira uma verdadeira fábrica voltada ao tabaco.

Não tenho a foto destes, mas mostro outros da mesma época:








Outro nome é do Delegado de Policia, o Bacharel Dr. Antonio Monteiro de Araripe Sucupura. Ele chefiou a policia de 1912 à 1916, rumando para Batatais, para comandar lá a delegacia local. Pela quantidade de cartas, telegramas e outros meios, deixou muitos amigos.
No mês de julho de 1933, o povo de Itapira, recebia a noticia do falecimento do distinto médico baiano, Dr. Antonio Joaquim Ramos. Trabalhou ele, por 30 anos da Santa Casa de Misericórdia, dedicando-se muito ao atendimento à população desde a fundação, 1907.

Em 20 de setembro de 1927, o povo chorou a morte do Capitão José Gomes da Cunha, conhecido na cidade como Juca do Barreiro.

O Cônego Guerra Leal, foi pároco de Itapira e, quando transferido para Araras, teve seu passamento em 1923. Consternou muitos conterrâneos nossos. Em seu lugar, veio, o Padre Vicente Rizzo que batalhou deveras para a constituição da Escola Comercial, que funcionou no Grupo Escolar Dr. Julio Mesquita, de 1923 à 1927, formando duas turmas de contadores.







Ali na Loja Barateira, do Major João Manoel Pereira de Oliveira, casa construída pelo Comendador João Cintra, os figurões daquele tempo se reuniam para elogiarem uns e descerem o sarrafo em outros, ou falar das façanhas de um pescador itapirense que dizia ter pego um dourado à unha, ou ainda do caçador Salustiano, que com um único tiro, derrubou 20 marrecas que voavam a 100 metros do chão, atribuindo tal feito, por ter chacoalhado a espingarda. Corria o ano de 1917 e, a 1ª Guerra Mundial destruindo a vida na Europa. O Major Fortunato da Rocha Campos, muito bem quisto na cidade, ao passar e ouvir tais disparates, emendou: “Em tempo de guerra, mentira como terra”. Envolvidos na conversa estavam: Anthero Cintra, Firmino (O cego), o acadêmico Heitor, filho do Major Juca Salles, João Jacinto Cintra, Pe. Guerra Leal, Francisco da Rocha Porto e Francisco Job.

O Lojeiro Viana, mudou-se para Nova Louzã, vendendo seu imóvel para o Sr. Sebastião Batista de Oliveira. Em Nova Louzã, Viana convidou a cidade para uma festa, com direito até jogo de futebol. Nosso time ganhou de 3 a zero. Os jogadores: Lico Fonseca, Ditinho Vieira, Antonio Rovaris, Pedro Fernandes, Didi Cintra, Quin Amaral, Joanico Cintra, Antonio Gonçalves, Renato Pereira, Nico Mari, Pedro Barizon, Bépe Marella e Quinzinho Albano. O cronista lembra também do Antonio Corajoso, que foi dono de um Circo de Touros, que muitas vezes visitou Itapira.

No mês de maio de 1937, morria o sambador Thomaz, no asilo São Vicente de Paula. Justamente na semana da novena a São Benedito, na qual, ele tanto participava. Outros cidadãos que faleceram nesse ano foram: Carlos Lang, com 39 anos de vida. O Conde Francisco Matarazzo, que passava por Itapira indo até as Termas de Lindóia visitar seu amigo, Dr. Francisco Tozzi; João Bianchi que morreu em acidente de automóvel; do jovem Anthero; Jovino Alves da Silva, hoteleiro bem quisto, que era conhecido como Compadre Jubilado; João Batista Pauletti, Gina Zonino (parteira), Miloca Bicudo, Dr. Francisco Tozzi, Quinzote Venâncio, Angelo Rosseti, Domigos Passini. Caio Pereira da Silva era o prefeito e no ano anterior, Anacleto Magalhaes Pereira. Foi idéia do General Barbedo tendo apoio do Cel. Francisco Vieira a criação do Tio de Guerra em Itapira. O primeiro instrutor foi o Sargento Silva e João Corneteiro que o auxiliava.




Os capitalistas construíram muitas casas em solo itapirense: Capitão Adolfo de Araujo Cintra, Antonio Capellini, Francisco Vieira, Orestes Pucci, Capitão João Pereira Ribeiro da Cruz, Cristovan Colosso, Jose Almeida e o agente consular português, Manoel Pinto Boaventura.

O Cel Juquinha Filadelfo não agüenta mais que um forasteiro de nome Alfredo Azevedo, comandasse Itapira, pois, já o vinha fazendo, desde 1901. Ele, Alfredo, tinha um jornal “O Itapirense”, sabia lidar com as massas populares e derrubou um governo sólido, que havia feito inúmeras benfeitorias a população de Itapira. Era hora de mudança. Alfredo, havia desbancado do poder o Cel Jose de Souza Ferreira. Quando, em uma conversa na porta do Clube XV, Bento da Rocha, disse que “Sem um jornal, ninguém derruba nenhum governo”, O Cel Juquinha Filadelfo, moveu céus e terras para conseguir um. Foi achá-lo em São João da Boa Vista. Tipografia completa, alemã, pronto para rodar. Custou 5 contos de réis, uma dinheirama. Surgiu o bi-semanário, “A Cidade de Itapira”, em 01 de janeiro de 1907. Contava com os srs. Mario da Fonseca e Adalberto Pinheiro de Ulhôa Cintra. As palavras do pai do Cel Juquinha se mostraram proféticas. Ao final daquele ano, subia ao poder o seu grupo político. Infelizmente, o Dr. Alberto, genro do major Francisco Octaviano de Vasconcelos Tavares, esse nobre senhor, já que era filho de Antonio Pinheiro de Ulhôa Cintra – Barão de Jaguara – não teve tempo de festejar a vitória de sua ala política, visto que tombou ferido à bala pelo Dr. Luiz Augusto Nogueira. Foi no 8 de novembro de 1907. Para Juiz foi chamado o Dr. Firmino Witaker, da Comarca de Mogi Mirim. Dezesseis dias depois, aportava em Itapira, calorosamente recepcionado, o Dr. Manoel Augusto Ornellas. Outros dois jornais da mesma época foram o “Mexe-Mexe” de A.R. Gomes e “O Tempo” de Pedro Eirale.

Dentre os mestres da fotografia na Itapira de 1916, apareceu o Sr. Bartolomeu Sarracino, que tinha estúdio na Rua Regente Feijó, bem perto da praça central. A Igreja Católica estava sob o comando do Cônego Guerra Leal, que morava na casa paroquial em frente ao Grupo Escolar Dr. Julio Mesquita, mantinha um verdadeiro zoológico lá, Torrecillas relata isto para contar de um assalto frustrado na casa. Quando da aproximação de chuvas, os irracionais, faziam barulho juntamente com a siriema da Dona Carolina (viúva do Sr. Izidro França) e, não seria diferente com o ladrão. O Cônego usando sua arma automática, atirou para cima, fazendo o meliante correr feito um raio pelas ruas. Ao cruzar com moradores que voltavam de compromissos, os mesmos pensaram em se tratar de assombração. Coisas de 1916.
No mesmo ano, com a vinda do General Barbedo para Itapira, que trouxe o Tiro de Guerra, foi ele, juntamente com o Cel. Juquinha Filadélfo para o salão de barbearia do Almintare Gilbert. A barba rendeu para o barbeiro a quantia de 11 mil réis. O preço normal era de 500 réis. É que todos queriam pagar a barba: Cel. Chico Vieira, Dr Mario da Fonseca, Noé Rocha, Juca Salles, Saturnino França e outros. Como todos queriam pagar e para não desgostar ninguém, ele tascou mil réis para cada um, além dos 5 mil réis que o General fez questão de dar pelo capricho. Esta história, Almintare contou para os amigos: Antonio Donatti, Dona Eliza Adorno, Francisco Del Nero, Julinho Bueno, Domingos Anastácio e Benjamin Orlandi.

Falando da Banda Lyra Itapirense, João do Norte se recorda dos nomes ligados a ela, como: Flaminio Simões, Antonio Paulino de Castro, Antonio Rodrigues Gomes (Niquinho), Fidélis Trani, Albertino Moraes, Bépe Marella, Ivahy Batista do nascimento, Manoel Cabral, José Thomé, Angelim Careti, Antonio Passarella, Brazilio Modonezi, Francisco Raimundo da Silva (Chico Pistão), Rodolfo Ribeiro, Adelermo Boretti, Alfredo Ceragioli, Orestes Zerbinatti, Justino de Castro, Francisco Boretti. Ele não consegue recordar os nomes, então, faz alusões aos familiares que eram bem conhecidos: o baixista (pai de Antonio Gonçalves), o clarinetista Zico (filho da professora de música, Dona Narcisa), o Manézinho (pai do Altino, futebolista do Paulista Esporte Clube, o forte esquadrão do bairro da Santa Cruz). Tocar o flautim, era tarefa para gênios, e os nomes lembrados são os de Duduca Nunes, filho do homem do Tabelião, José Xavier Nunes e, Américo de Freitas, casado com Dona Deolinda, irmã do Horácio, José e Benedito Machado. Em 1932, Amériquinho, como era carinhosamente chamado, tocou seu flautim quando São Paulo se levantava contra Vargas, isto nas ruas da Capital. O instrumento foi doado à Banda Lyra por um descendente, Dr. Flávio de Freitas.

Ainda falando em Bandas Musicais de Itapira, são citados: Jacinto Della Sanitá, que dirigia a corporação musical da Fazenda Santa Bárbara, cujo dono era o Dr. Paulo Barbosa; Ananias Vieira, da Banda União; Italo Sartini, que comandava a Banda do Sartini; Messias Franco que comandava a orquestra da Matriz, que tanto orgulhava ao Padre Bento; no Theatro Santana, o Tenente Victorino Prost; Gino Dozza, que fez sua primeira apresentação em Itapira, revertendo o dinheiro arrecadado para as obras da Santa Casa de Misericórdia, em 1908. Na orquesrtra de Gino, participavam os músicos: Drs. Athos Teixeira, Francisco Vieira, Messias Franco, Flamínio Simões, Azevedo e Silva, João Leste, Francisco Octaviano de Vasconcelos Tavares e Sebastiana Vasconcelos.

Nas eleições de 1910, o Sr Alfredo Azevedo, veio ajudar ao Marechal Hermes. Nada adiantou, pois, o vencedor nas urnas itapirenses foi Rui Barbosa com 628 votos contra os 235 de seu oponente. Alfredo tinha amigos aqui, sendo que aqueles que o ajudaram foram os srs: Bento Cunha, Juca do Barreiro, Arlindo da Rocha Campos, Anthero Cintra, Pedro Fidelis, Jorge Frai, Joaquim Ozório e Rafael Antunes Garcia.
Em 1907, o poder político foi formado por: Presidente, Coronel José de Souza Ferreira; Vice-Presidente, Dr. Francisco de Paula Moreira Barbosa; Secretário, Dr. Mario Pereira da Fonseca; Tesoureiro, Major David José Pereira da Silva. Na Câmara: Presidente, Dr. Norberto da Fonseca; Dr. Julio Augusto da Cunha, Coronel Juquinha Filadelfo, Major João Manoel Pereira de Oliveira, Dr. Arlindo da Rocha Campos, Capitão João Ribeiro Pereira da Cruz, Arthur Pereira e Major Francisco Octaviano de Vasconcelos Tavares. Nesse tempo não havia eleição para prefeito, sendo escolhido dentre os oito edis, o Major Francisco Octaviano que morreu em pleno exercício do mandato no ano em tela. Também no mesmo ano, perde a vida o Major David Pereira.
Naquele tempo, comprar sapatos, não era possível em lojas, motivo porque Itapira detinha vários profissionais do calçado, como: Ferrucio Dini, Julio Bonetti, Paschoal Della Mura, Jose Abate, Agnello Della Mura, Angelo Pínola e Orestes Pucci. A pessoa poderia encontrá-los em qualquer dia menos nas segundas-feiras. Procurado para saber o por que da folga semanal nas segundas, o decano dos sapateiros, Agnello Della Mura, disse que o dia de São Crispin é 26 de outubro. Mas como ninguém sabe qual segunda, para não ofender o santo, ficou convencionado este dia para lembrar do titular dos sapateiros.

O Sr Aldo Piva iniciou sua carreira de sapateiro em Itapira no ano de 1911, vindo a falecer em 1981. Sua filha, Maria de Lourdes Piva Dalmolin fez doações dos equipamentos que ele usava na confecção de sapatos.


























No ano de 1907 aconteceu um fato estarrecedor. Uma potente bomba explode junto à janela da casa do bem quisto fazendeiro Bento Cunha. A brincadeira (????) não feriu ninguém e só após 40 anos, foram descobertos os responsáveis: Pedro Eirale e Bino Andrade. Na verdade, o Bino foi apenas uma testemunha ocular do malvado Pedro Eirale.

Ainda no 1907, João Leste, sogro do Bimbo, dono de um coração bondoso, vendia fiado a muita gente. O dinheiro era difícil e ele, apertado em seu comércio, se viu obrigado a tomar uma atitude enérgica. Fez no jornal uma declaração, que saiu assim: “...BASTA! É DEMAIS! As pessoas que me devem e não quiserem ver seus nomes nas colunas dos jornais, queiram entender-se comigo no prazo de 5 dias. Moro na Rua Comendador João Cintra, n 7.... João Batista Salgado...” Ele não recebeu nada e publicou os nomes como prometera.

No comércio ele lembra dos seguintes nomes: João Zócchio, Agnello Della Mura, Ferrucio Dini, João Passarella, Nicolau Farah, Fedélis Antonio Trani, Joaquim Batista, Afonso Celso Vieira, Roque Giagrande, Durval Sergio da Cruz, Rodolfo Paladini, Mario Francisco, Paulo Venturi, Saturnino França, Jose Martinez, Joge Nicolau, Paschoal Della Mura, Francisco Antonio dos Santos (Chico Portugues, alfaiate), Constantino Calil, Francisco Pereira, Clemente Bertini, Pepino Ferraiol, Alfredo Ceragioli, os xarás, Marcelino Ribeiro e Marcelino Antonio Bueno, João Jacob, Januário Galli, Angelo Quiroli, Antonio Brócolo, João Galvão, Antonio Teixeira, Luiz Galdi, Julião Cobos, Godinho Arruda, José Abate, Abilio Franco, Orestes Pucci, Angelo Bertoni e o caixeiro Julio Cesar de Moraes.

Loja de móveis de 1920.



Os apelidos grudavam mais que cola nas pessoas da antiga Penha. Delphino Soares de Alvarenga (Finoque), Laudelino Pires Monteiro (Laú do Simplicio), Jose Antonio da Silveira (Juca Preto). Torrecillas conta uma pequena história envolvendo as pessoas cujos apelidos eram conhecidos por todos: “...Ali na porta do Cine Recreio, quatro amigos batem um papo gostoso. São eles... o Bento Fogo, o Chico do Padre, o Godinho Arruda e o Tavico...
Faltam cinco minutos para as 9 da noite. Na tela, vai ser projetada a figura belíssima de June Caprice e mais o galã Wallace Reid...
O Pimpote vai até o tabuleiro da Nhá Lia, compra meio litro de amendoim torrado, coisa que devora no correr da sessão cinematográfica. O maestro João Macuco, vai incumbir-se da parte musical, pedalando a famigerada pianola, já que a orquestra está em greve.....
Aqueles cinco cavalheiros não querem entrar no Recreio, sabedores como são, que a fita é uma bomba. O quinteto em questão? Eis seus apelidos: João Corneteiro, Padeirão, Laú do Simplício, Zé Cadela e João Mamangava...
Ao lado do tabuleiro está a viúva do Manduca, falando com o famoso açougueiro, Finoque, que no final da rua estão os terríveis Dito Zoiudo, Rebita Dedão, Joaquim Cabeça de Véia, Jorge Pintadinha e o Mario Seco, tramando um assalto aos pastéis e outros comes de Nhá Laia. A mulher está traquila, pois, vai contar com a presença dos guapos homens da lei, os policiais: Bigodudo, Guineli, Joaquim Bunda de Inça e o Pau de Fumo. Diante do pelotão consideraram furtar da carroça do Bastião da Noite, frutas, lá para os lados do Cubatão. A sessão começa e, em frente ao banco do Cel Juquinha Filadelfo, o Anterão Pitada, violão em punho, espera por Santo Raposa e o Duduca Flautista para a serenata que logo iriam fazer. Em frente a farmácia do Cel Chico Vieira, um grupo se junta e parece que coisa boa não vai sair. Braz Apita Mogiana, Quatro Paus, Dito Canela de Frango, Dito Canário, João Gambá e o Zé do Abilio. Comentando a confusão que crescia, de frente a Loja Barateira, trocam palpites, Anginho Alfaiate, Dito Mendengue, Aristides Padréco, Chico Tucano, João Alegre e mais o Dito Coriango. Não querendo nada com o que acontecia na praça, o maestro Niquinho mais seu filho Zé Rabona, pegam carona num Ford de Bigode do chaufeur de praça, Querubim do Queixo Torto e seguem para casa. Atrás da Igreja, um colóquio bizarro chama a atenção – João Toco e Maria Colaquinha, marginalizados da sociedade itapirense, conversam e vão para o Portão Preto, local de dormida e outras coisas. Nas imediações, no bar do João Graminha, o pai de Bépe Marella, está às voltas com o bêbado inveterado, Pisca Burro, que sem tostão algum, quer tomar uma pinga...”


FONTE: Jornais Cidade de Itapira - Colunas de João do Norte


CULTURAL
No museu existem vários quadros. Escolhi um com uma mensagem sobre a Paz que é muito bonito, tanto pelo conselho como pela pintura.




domingo, 4 de setembro de 2011

COLEÇÕES DO MUSEU – FONOGRÁFICOS

Uma outra coleção que pertence ao acervo do Museu Histórico é , sem dúvida, os discos de vinil. Quanta gente comprou, cuida e adora estes suportes para musicas. Conta com aproximadamente 310 peças. Os discos, geralmente, estão nas capas ou em álbuns. Muitas vezes os álbuns trazem a melodia e letras, com as pautas. Tem dedicatórias e datas que vou mostrar no correr desta pesquisa.






O nome “Batista” é importante para Itapira e tem renome nacional. Estou falando de Batista Junior, itapirense, nascido em 1894. No site do Dr. Freitas conhecemos mais este fato histórico acontecido em nossas terras. No livro de Odette Coppos “O livro de Itapira”, Jácomo Mandatto, a pedido da grande itapirense, escreve sobre ele:
“Antes de ser o grande artista da ventriloquia, cuja a fama atravessou as fronteiras dos Estados brasileiros, de ser pai das cantoras Linda e Dircinha Batista, recebeu o apelido de João Fiaca, que significava sua pouca vontade para o trabalho dos simples mortais. Foi barbeiro e fracassou. O que ele queria mesmo era estar sobre um palco e fazer o que mais gostava – cantava, contava anedotas(comediante), compunha e principalmente, “falava com a boca fechada”. Imitava a voz de quem quer que fosse e de forma perfeita. Na nossa cidade, nos anos 10 ou 20, ele não teria como evoluir.
Foi quando apareceu na cidade outro artista, renomado, Cornélio Pires. Ao perceber os dotes de belas-artes de Batista Junior, convidou-o a segui-lo pelo Brasil através dos circos e teatros. Quando o nosso itapirense voltou, trouxe consigo o título de “ O Rei da Ventriloquia”. Não havia platéia que resistisse aos seus “bonecos”. Em Itapira, se apresentou no Theatro Recreio com bastante sucesso, sendo muito aplaudido pelos seus conterrâneos. Faleceu em 1943, vitima de colapso.





Fato importante é também que suas duas filhas foram famosas no Brasil, Dircinha e Linda Batista.







Florinda Grandino de Oliveira (São Paulo, 14 de junho de 1919 — 17 de abril de 1988), mais conhecida como Linda Batista, foi uma cantora e compositora brasileira. Começou sua carreira acompanhando sua irmã mais nova ao violão durante suas apresentações. Em 1936, teve que substituir a irmã no programa de Francisco Alves na Rádio Cajuti, obtendo boa aceitação do público. Também naquele ano, participou, ao lado de Dircinha, do filme Alô, Alô, Carnaval.
Linda precisou de apenas um ano para se consagrar como cantora. Em 1937, foi a primeira cantora a ser eleita Rainha do Rádio, título que manteve por onze anos consecutivos. O concurso foi realizado no Iate dos Laranjas, barco carnavalesco atracado na Esplanada do Castelo, no centro do Rio de Janeiro. Pouco depois, como contratada da então nova Rádio Nacional, fez uma excursão de grande sucesso no Norte e Nordeste que durou seis meses, começando por Recife, PE. Ali, apresentou-se no Teatro Santa Isabel, cantando músicas de Capiba acompanhada da Jazz-Band Acadêmica. (fonte: Wikipedia)




Dirce Grandino de Oliveira (São Paulo, 7 de abril de 1922 - 18 de junho de 1999), conhecida como Dircinha Batista, foi uma atriz e cantora brasileira. Dircinha Batista foi uma cantora de enorme sucesso. Em mais de quarenta anos de carreira, ela gravou mais de trezentos discos em 78rpm, com muitos grandes sucessos, especialemente músicas carnavalescas. Trabalhou em dezesseis filmes. Uma criança prodígio, Dircinha começou a se apresentar em festivais aos seis anos de idade. Ela começou a participar dos shows de seu pai no Rio de Janeiro e em São Paulo a partir daquele ano. Em 1930, aos oito anos, gravou seu primeiro disco, para a Columbia, com duas composições de Batista Júnior, "Borboleta Azul" e "Dircinha". Em 1931, ela se tornou um membro do programa de Francisco Alves na Rádio Cajuti, onde trabalhou até seus dez anos, então se mudou para o Rádio Clube do Brasil. Em 1933, ela gravou "A Órfã" e "Anjo Enfermo", de Cândido das Neves, com acompanhamento do compositor ao violão, junto de Tute. Aos treze anos, participou do filme "Alô, Alô, Brasil" e, no ano seguinte, de "Alô, Alô, Carnaval" (ambos de Wallace Downey). Em 1936, gravou dois discos pela RCA Victor. (fonte: Wikipedia)
Lendo a biografia das cantoras podemos observar o nome das gravadoras: Continental e RCA Victor. A história do disco de vinil vem de 1877, pelo inventor americano Thomas Alva Edison, com a criação de cilindros que retiam magnéticamente o audio. Em 1887, outro inventor, também americano, Emile Berliner, cria aquele tipo de midia que conhecemos ainda hoje, não mais cilindrico e sim, achatado. Nos primórdios, o material usado como base era a goma-laca. Posteriormente passou-se para as resinas sintéticas. Aquela foi a época dos gramofones ou fonógrafo.




No museu encontramos uma peça de fonógrafo que é o braço.



Então, na coleção encontramos diversos discos e capas, que vão nos remeter aos bons anos de nossas vidas.
Eruditos: musicas clássicas, óperas, instrumentais
MPB: cariocas, paulistas e nordestinas.
Cômicas
Políticas
Infantis
Músicas de Raiz
Declamação
Contos
Reportagens
Futebol



Os LPs (Long Play) cujas rotações variam (75, 77, 78 por minuto) trazem ritmos, em que diversos, eu mesmo nunca ouvi. Dando exemplo: tanguinho, modinha, fox-canção, marcha-rancho, baião, valsa, sertaneja, moda de viola, bolero, samba-canção, dobrado, rumba, etc.
Houve a preocupação de doadores em entregarem albuns completos, tanto de discos como de partituras.



DOADORES


GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
DIVINO APARECIDO INACIO
LUIZ EDESIO CAVENAGHI
CASA DA CULTURA - PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPIRA
JACOMO MANDATTO
EDNA FIORIM
NYMPHA DE FREITAS BOSSO
MARIA APARECIDA VALENTIM VALDISSERA
MARIA REGINA DISPERATI
RAUL RODRIGUES GERALDI



O s anos de doações foram: 1973, 1980, 2008, 2009 e 2010.
Os anos das gravações foram: 1903, 1916, 1947,1962, 1968, 1972, 1974, 1981, 1982 e 1983.




Vamos às imagens:





4 albuns contendo discos - vinil





Album sertanejo – Musica de Raiz de Araras-SP






Album de Angélica no começo de sua carreira








Fotos de alguns discos de vinil





















Outros álbuns do Museu















Uma curiosidade: o disco de vinil não precisa de um aparelho de som propriamente para ser “tocado”. Experimente colocar o disco rodando na vitrola, sem áudio, com as caixas de som desligadas. Você conseguirá ouvir o disco, pois seu princípio de funcionamento se baseia na vibração da agulha no sulco dentro das ranhuras, que nada mais são do que a representação freqüencial do áudio em questão.






CULTURAL

É luxo só
(1957)

Samba
Composição: Ary Barroso e Luiz Peixoto
Interpretação: Jorge Goulart

Ary de Resende Barroso nasceu em 7/11/1903 em Ubá MG. Como seus pais faleceram quando tinha apenas 8 anos, foi criado pela avó Gabriela e tia Ritinha que foi sua primeira professora de piano. Aos 12 anos já tocava piano fazendo fundo musical nos cinemas de Ubá. Em 1921 foi para o Rio de Janeiro onde prestou vestibular para a Faculdade de Direito. Iniciou o curso em 1922, trabalhando ao mesmo tempo como pianista em vários cinemas. Formou-se advogado somente em 1930 na mesma turma do cantor Mário Reis, mas nunca exerceu a profissão


É LUXO SÓ
(1957)



Olha, esta mulata, quando dança, é luxo só...
Quando seu corpo todo se embalança, é luxo só.
Tem um "não sei quê" que traz; dá confusão,
O que ela não tem, meu Deus, é compaixão.


Êta mulata bamba!


Olha, esta mulata, quando dança, é luxo só...
Quando seu corpo todo se embalança, é luxo só.
Porém, seu coração quando se agita e palpita mais ligeiro
Nunca vi compasso tão brasileiro.


Êta samba cai pra cá, cai pra lá; cai pra cá, cai pra lá.
Êta samba cai pra cá, cai pra lá; cai pra cá, cai pra lá.
Mexe com as cadeiras, mulata
Que no requebrado me maltrata; ai, ai!...


Êta mulata bamba!


Olha, esta mulata quando dança, é luxo só...
Quando seu corpo todo se embalança, é luxo só.
Porém, seu coração quando se agita e palpita mais ligeiro
Nunca vi compasso tão brasileiro.


Êta samba cai pra cá, cai pra lá; cai pra cá, cai pra lá.
Êta samba cai pra cá, cai pra lá; cai pra cá, cai pra lá.
Mexe com as cadeiras, mulata
Que no requebrado me maltrata; ai, ai!...

Site: paixãoeromance.com


FONTES: sites - Wipkipedia, Paixão e Romance, História de Itapira; A Historia de Itapira, de Odette Coppos, A Historia Ilustrada de Itapira, de Jacomo Mandatto.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

SEMANA AGITADA NOS MUSEUS DE ITAPIRA

Nesta semana que termina, os museus foram intensamente visitados por escolas do município
e também de Mogi Guaçu. A EMEF Izaura Silva Vieira veio por duas vezes com seus alunos. Totalizando 120 crianças. Professoras: Loide Lopes Bueno, Sandra Cristina Marques e Katia S.F. Pellisser.
As de Mogi Guaçu foram EMEF Cel Joaquim Leite e EMEF Adirce C.Cavenhanha. Aqui a totalização foi de 156 alunos. Professoras: Paula Regina de Melo(Inspetora), Claudia Ines S. Oliveira, Luzia Angelica Andreata, Elis Ap. Pinaffi e Sandra R. de Souza Lima. Trocamos emails com as escolas e a resposta foi de contentamento pelo modo como as recebemos.

Todos participaram ativamente da visita, procurando olhar tudo, fazendo diversas perguntas. Os adolescentes
fotografaram-se nos vários locais dos museus. Acreditamos que, apesar de ser contemplativa, muitos conheceram diversas coisas sobre itapira. Já procuramos combinar com as mestras, visitas com um número menor de educandos, para que possamos de fato, fazê-los conhecer os aspéctos dos museus, como montamos uma exposição, os cuidados com o acervo, como pesquisar e o por quê da existência de uma instituição museológica. Quem sabe, daí possam surgir futuros historiadores, professores, literários e zoólogos. Diante da beleza que cerca um museu é possivel fazer desabrochar a vontade de se dedicar ao trabalho nesta importante área da sociedade. Abaixo vão fotos das visitas: