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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

REUNIÃO DO POLO SISEM DE CAMPINAS EM ITAPIRA

Itapira, no dia 23 de novembro passado, sediou o terceiro encontro do Polo Regional do SISEM-SP. Participaram várias cidades da região administrativa de Campinas. O SISEM - Sistema Estadual de Museus, criação do Governo do Estado, está procurando, desde 2009, aproximar os museus do Estado. A intenção é conscientizar os gestores públicos da Cultura sobre os equipamentos (museus) já criados e, que ainda tem um grande caminho a percorrer em nome da difusão do acervo e da cidadania. Na reunião, foi solicitado a todos que procedam às solicitações das demandas pertinentes a todas as cidades do polo. Serão encaminhadas para a Coordenadora, Renata Gava (Piracicaba) e Rodrigo Santos, coordenador adjunto(São Pedro), que as levarão para o SISEM-SP. As demandas se concentram em: visias técnicas aos museus; o abrigo de exposições temporárias; cursos de capacitação aos funcionários dos museus; e ainda, para as cidades que não possuem um equipamento desses, a instalação. Ao final da reunião, que ocorreu no IESI- Instituto de Ensino Superior de Itapira, atendidos que fomos pelo Diretor, Prof Ulisses e a Patricia da secretaria, convidei a todos, conhecerem os museus da cidade, que estão próximos e instalados no Parque Juca Mulato. Das cidades que participam, vejo que seus coordenadores, demonstram uma grande dedicação e carinho pelos seus museus. É o que eu observei. Aqui vão fotos da visita no Museu Virgolino de Oliveira.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

DR FREITAS.... UM NOME A SER LEMBRADO

Ontem à noite, recebi telefonema de minha filha, avisando que o Sr. Sergio havia falecido. Fiquei muito triste, pois, além da nobre profissão de médico, foi um historiador de nossa cidade. Ele mantinha um site "História de Itapira". Site rico em informações por ele coletadas. Voltarei em alguns dias, para homenageá-lo à altura. Por enquanto fica o sentimento, um vazio, pois, a cidade, perdeu mais um grande homem. Adeus...Dr Freitas. Fique com Deus.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

SEMANA DA CONSCIENCIA NEGRA NO MUSEU HISTÓRICO

O próximo dia 20 de novembro, celebrado desde a década de 60, é dedicado em todo o Brasil, à reflexão sobre a inserção do "negro", em nossa sociedade. Chama-se de "Semana da Consciência Negra" aquela na qual estiver inserida a data acima. O dia, coincide com a morte de Zumbi dos Palmares, negro, nascido em Alagoas, livre até os seis anos de idade. Reuniu milhares de pessoas negras e brancas, no Quilombo dos Palmares (comunidade auto-sustentável) na resistência à Escravidão, isso em 1695 quando foi morto pelo governo imperial.

Ele é o símbolo da do ser humano trazido da Àfrica contra sua vontade e pressionado a ser um "homem" de segunda categoria. Os movimentos negros no Brasil visam com os eventos que ocorrem nessa semana, conscientizar a pessoa da raça negra sobre sua situação social: seus direitos, deveres e ascensão no extrato social. Procura mostrar sua dignidade humana, retirar o preconceito diante de uma cultura que diferencia pessoas pela cor de sua pele e demonstrar que o negro , pode ter um papel importante na construção, de uma sociedade brasileira melhor e mais justa. Foi a Tais Helena Modesto, Agente de Eventos, incumbida pela Secretaria de Cultura da Prefeitura, para eleborar uma mostra sobre o tema. Ela pesquisou no museu e na internet, preparou cartazes e, fez uma exposição na Sala "Cidade" dentro desse aparelho cultural. O Fidelis e a estagiária Paula, ajudaram-na na montagem e colocação de peças tridimensionais, que ajudam o visitante a entender um pouco da vida do negro no Brasil.















Gargantilha (falta o cadeado e corrente)



Tornozeleira (falta a corrente que a liga ao madeiro pesado preso na cabeça do escravo)


Algema (para braços ou pernas)












Tábua de Suplicio - Falta a parte de cima (para prender pés ou mãos, junto ao chão)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

EE DR JULIO MESQUITA VISITA O MUSEU

Nesta sexta (11/11), os alunos do 5 ano, da Escola Dr Julio de Mesquita, liderados pela Professora Ruth da Silva, estiveram nas dependências do museu. Alguns já conheciam, para outros foi novidade. Muitas perguntas, curiosidade e atenção foram as marcas dessa turma. Fiz perguntas tipo: "Para que existe o museu?" ou "O que tem no museu", e responderam certinho. Parabéns à Professora.

A HISTÓRIA .....DO MUSEU HISTÓRICO DE ITAPIRA


Oficialmente, começa a existir em 1972. A cidade, através de seus mais nobres artistas e historiadores, reclamava a existência de um museu. Odete Coppos, Jácomo Mandatto e Lilia Pereira, são nomes lembrados quando o assunto é museu. Sondando as noticias nos jornais da década de 60, encontramos vários indícios da vontade desses itapirenses, em ver funcionando um espaço público destinado à memória de Itapira. O ex-prefeito Benedito Alves Lima,
governou Itapira de 1964 à 1968. Foi no final de seu mandato que instituiu, pelo município, o Museu Histórico e Artístico. Pela Lei n. 725, o criava em prédio próprio e responsabilizava o Departamento de Patrimônio pelas providências. Pelo visto, não saiu do papel.


O local seria o mesmo onde hoje está o Museu Histórico. Outro museu, o da Imagem e do Som foi criado também em abril de 1990, pelo então Presidente da Câmara, Antonio Orcini e, igualmente não vingou. O que impressiona é a vontade dos políticos em tentar criar espaços museológicos. Eles sabiam da importância desses equipamentos culturais.


Acompanhando os jornais “A Cidade de Itapira” e “Folha de Itapira”, podemos ter uma idéia de como evoluiu a efetiva implantação do Museu Histórico. “Cuida-se da instalação do Museu de Itapira”. Com esta manchete, o jornal (Folha de Itapira – 26/02/1967) coloca Odete Coppos como principal agente da instalação do museu. Juntamente com Jácomo Mandatto e Lilia Pereira da Silva, que irão doar documentos, peças e telas. O texto fala ainda que rapidamente ocorreria a inauguração, pois, o prédio das antigas instalações dos serviços de águas, estava sendo reparado.

Odete Coppos
Lilia Aparecida Pereira da Silva
Jácomo Mandatto



Novamente, o Prefeito Alves Lima, afirma que aguarda apenas, a vinda de Odete Coppos, para organizar e dotar o museu histórico e pedagógico, de tudo o que fosse necessário para inauguração no decorrer do ano de 1968. O jornal (Folha de Itapira – 17/12/1967) diz que a idéia do equipamento cultural era de Odete e, que encontrou apoio tanto no Prefeito, Câmara, várias entidades e a principal delas, Centro Itapirense de Cultura Artística, capitaneada por Jácomo Mandatto.
As obras no edifício das antigas instalações de águas de Itapira vai a passos largos. Abertura de portas em uma parede que equivale a uma forte. A idéia é fazer um grande salão para festividades cívicas, festivais, palestras, exposições e apresentações artísticas. No salão superior, pinacoteca. Nas paredes externas, pinturas lembrando as paisagens e casas de Itapira antiga e portas, ornadas por colunas. Aqui, o perfil do museu é “ Arte, História e Folclore de Itapira” (Folha de Itapira – 21/07/1968)
Após dois anos, (Folha de Itapira – 03/04/1970), Odete coloca matéria no jornal, declarando que, cansada de esperar pelo museu de Itapira, doa à Mogi Mirim, diversos itens particulares, ao Museu João Teodoro Xavier. Foram 68 peças, entre elas: lustre árabe de madeira, miniaturas japonesas, pedras semi-preciosas. Além de quadros e esculturas. Novamente, no jornal Folha de Itapira – 26/09/1970, aparecem noticias de Odete Coppos. Ela convida os itapirenses para inauguração do Museu de Caxambú, criado por ela e, com o apoio do Prefeito Jose Ferraz Caldas. Outra vez, o jornal Folha de Itapira – 20/12/1970, noticia que o museu da cidade de Campanha será reorganizado pela grande artista itapirense, Odete Coppos.




Em 19 de março de 1972, esteve por aqui o poeta Paulo Bomfim, que ocupava o cargo de Diretor do Conselho Estadual de Cultura. Era prefeito o Sr. Helio Pegorari e, sua amizade com o governo do Estado era nítida pelos relatos e fotos nos jornais de Itapira. Creio que, o assunto museu em Itapira, toma corpo nesse período. Paulo Bomfim ligado ao Conselho de Cultura, tinha amizade com o sr. Plinio Magalhães da Cunha. Plinio era Diretor do Arquivo do Estado. Na mesma pasta, como Diretor do Departamento de Museus Históricos, aparece a notável figura de Vinicio Stein Campos. Aqui, devo abrir um parentese:
Stein, criou a maior rede de museus históricos e públicos do país. O lema proposto por Stein foi “ preservar a história da cidade e do patrono”. Com a criação dos quatro primeiros museus, pelo seu antecessor, sr. Solon Borges dos Reis, que contam a história dos quatro presidentes republicanos paulistas: MHP Prudente de Morais (Piracicaba), MHP Campos Salles (Campinas), MHP Rodrigues Alves (Guaratinguetá), e MHP Washington Luís (Batatais), Stein vai continuar a contar a história republicana paulista através de outros museus. Assim, nascem mais de 50 aparelhos culturais no Estado de São Paulo. No ano de 1973, contabilizava 73 museus. Em Itapira, a predileção desse homem, se manifestava pela sua presença aqui, constante e, sempre preocupado com a missão primordial para ele, que era a pedagógica.
Para a Professora, Doutora e Pesquisadora, Simona Misan, de cujo trabalho me sirvo para falar sobre Vinicio Stein Campos:


“As cidades presentes nos mapas analisados têm, portanto, certa singularidade na relação dos aspectos históricos e geográficos. Com relação à importância histórica do conjunto das cidades, podemos destacar que, nessa vasta geografia delineada pela rede de MHP, podemos percorrer o caminho das Bandeiras, as passagens de D.Pedro I, de D.Pedro II, a proliferação de grupos escolares, os importantes encontros políticos e convenções que antecederam a proclamação da República21, as cidades-sede dos institutos históricos e geográficos e do Partido Republicano Paulista, os focos de resistência da Revolução Constitucionalista de 1932 e, por fim, o avanço da economia agropecuária e industrial”


Para Vinicio, Itapira faria parte importante dessa criação monumental de museus históricos e, por isso seu empenho em constituir tal museu. Quando da montagem do equipamento, buscava na rede de educação, pessoas que ele mesmo capacitava para dirigí-los. Imaginem, ir pessoalmente a tantos lugares no Estado, cuidar pessoalmente da estrutura, montagem, treinamento e incentivo na continuidade daquele ideal. Ele mesmo fazia as primeiras doações. Em Itapira, doou ao nosso museu, cerca de 156 itens, entre eles, grande quantidade de moedas. E, isto ele fez em todos os museus criados no Estado. Segundo o sr. Plinio, ele tinha o dom da oratória. Homem de grande cultura, sabia falar sobre tudo nas áreas da Educação e museologia.
Para Itapira, quem poderia ser indicado para a árdua tarefa? Stein procura o sr. Plinio, cuja origem está em uma grande e nobre familia itapirense, a familia Cunha. Foi dificil a decisão de sair de São Paulo, com toda a amizade e trabalhos diversos que lá fazia. Até programa de televisão, o sr. Plinio tinha. Ainda o trabalho nas colunas em jornais e, principalmente, a direção do Arquivo do Estado. Conversou com sua esposa e filha.
O jornal Folha de Itapira estampa em sua primeira página aos 16 de abril de 1972, a foto dele e do diretor do jornal, sr. Januário Robustes, na primeira entrevista sobre o assunto: instalação do museu. Uma cidade sem museu é uma cidade sem memória.


Sr. Plinio
Dona Carmelita

É com essa frase que se inicia a conferência entre os jornalistas. É sabido que o sr. Plinio está aqui também, na qualidade de Inspetor Regional de Museus Históricos, além de implantador do museu itapirense. Ele declara os itens que são inerentes ao trabalho museal e que devem ser guardados pelo museu: documentos históricos por exemplo e, segue com uma lista enorme. Ele tem o apoio da Secretaria do Estado de Cultura, Esporte e Turismo, sr. Pedro de Magalhães Padilha, do Diretor dos Serviços dos Museus Históricos, professor Vinicio Stein Campos, do Prefeito Helio Pegorari, vereadores e do Departamento de Educação, na pessoa da Professora Hilda Proença Pinto. O local será as dependências do prédio do antigo serviço de águas. Ele já está trabalhando em uma sala cedida pela prefeitura, recebendo doações.

Prefeito Helio Pegorari


Em 20 de julho de 1972, no Folha de Itapira, novas noticias. Pensou-se em instalar-se provisóriamente o museu, no casarão onde funcionou a telefônica, um casarão antigo com muitas janelas e portas de tamanhos exagerados, como era costume. Acontece até uma crítica, visto que seus proprietários iriam alugar para o comércio, descaracterizando o mesmo. O editoral pede que o prefeito tombe ou desaproprie, preservando aquele local. De qualquer forma, vai ser na casa do sr. Plinio Cremasco, esquina com a 15 de Novembro, logo abaixo da Câmara, que o nosso museu vai começar. Em 03 de setembro do mesmo ano, outra noticia. O museu será inaugurado em 24 de outubro. Continua o sr. Plinio soliciando a colaboração da população para doações e, na casa citada, já se encontra muito material histórico, como jornais e a promessa de doação de peças referentes à Revolução de 32. Em 1 de outubro, continua o jornal (Folha de Itapira) solicitando doações disponibilizando o horário comercial para isto. Em 24 de outubro, finalmente é inagurado o museu. Na lista do acervo vemos: peças antigas, coleção de armas, documentos, coleção de jornais itapirenses, galeria de prefeitos, vultos ilustres, fotografias da cidade do século passado, coleção de material bélico da Revolução Constitucionalista de 1932, uma liteira de 100 anos, troles, pilões, moedas e etc. Na opinião da arqueóloga e museóloga, Fernanda de Camargo e Almeida:
“....museu em principio, assusta. Brasileiro não tem o costume de visitá-los e ainda costuma pensar que eles são depositários de múmias e uma porção de outras coisas mortas, sem nenhum valor. Isso não é verdade.O MUSEU DE COMUNICA E SEU GRANDE SEGREDO É MANDAR MENSAGENS, chegando mesmo a constituir-se em excelente tribuna e debates.”
Contou a inaguração com a presença do Contra-Almeirante da Força Aeronaval, Fernando Ernesto Ribeiro, o professor Vinicio Stein Campos e o Chefe da Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo, representando o Governador Laudo Natel, o dr. Reinaldo Calil. Dona Carmem Ruette de Oliveira estava presente, oportunidade em que Stein, em seu discurso, já antecipou o nome do patrono do museu, Virgolino de Oliveira. Disse ainda, que os museus paulistas, tem a missão de resgatar a memória do povo bandeirante que ainda carece de pesquisas para que todos saibam sua verdadeira história. Em seguida, Helio Pegorari passa às mãos do Sr. Plinio, documento solicitando ao Governador a integração deste museu à esfera estadual.


Almirante Pedro Ernesto Carneiro Ribeiro; Calil Filho; Prefeito Hélio Pegorari; Plínio Magalhães da Cunha – primeiro diretor e implantador do Museu Histórico; Prof. Vinício Stein Campos e o Presidente da Câmara Municipal de Itapira – Vereador dr Antonio Celidônio Ruete

Aqui vemos, Vinicio ao centro ladeado por Pegorari, Plinio, Celidonio e o moço que aparece com a máquina fotográfica na mão, não é ninguém menos do que o Paulo Andrade, da Lowell, que anos mais tarde, seria o presidente da Câmara itapirense.

Descerramento da faixa

Em 28 de outubro de 1973, o jornal Folha de Itapira, retrata a visita do professor Vinicio Stein Campos, no museu. Segundo apuração do semanário, ele é naquele momento, a maior autoridade em assuntos museulógicos no Brasil. Seu livro “Elementos de Museologia” é um sucesso e no museu temos um exemplar. Ao observar a capa é possivel ver o Museu Imperial, que ele, Stein, considerava como modelo.


Livro de Vinicio Stein Campos (que está no museu)


Foi catedrático da cadeira de museologia da USP e Diretor do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.

No livro de visitas, rasga elogios a Plinio Magalhães pelo empenho e dinamismo no trabalho em nosso museu.


Dois anos depois, era finalmente inaugurado, no local onde hoje se encontra, o Museu Histórico e Pedagógico Comendador Virgolino de Oliveira. Em 21 de abril de 1974, um domingo, às 17:00hs, com a chegada de Dona Carmen Ruette de Oliveira, é descerrada a faixa e entregue ao público o grandioso museu itapirense.

Prefeito Alcides de Oliveira


As autoridades: Pedro Magalhães Padilha, Secretaria da Pasta da Cultura, Esporte e Turismo do Estado de São Paulo; Deputado Januário Mantelli Neto, Vice-Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo; e, o prefeito Alcides de Oliveira ao qual, o sr Plinio o qualificou como pessoa de descortino adminisrativo, amor à Itapira e patriotismo, dando continuidade à instalção de um museu plantado nos corações penhenses por Benedito Alves Lima e a Helio Pegorari, por ter atraido para Itapira pessoas e ações que transformaram uma idéia simples em algo do tamnho do Estado. E claro, e uma justa homenagem ao idealizador dos museus históricos, Vinicio Stein Campos. Como oradores, em nome do prefeito, falou o dr. Ariovaldo Risolla e pela Secretaria de Estado, sr. Vinicio que, pontuou em seu discurso de improviso, a importância da cana de açucar para a região e para o Brasil. O Desembargador e corregedor de Justiça, dr Marcio Martins Ferreira também se fez presente. Centenas de itapirenses participaram do evento, conhecendo as dependências e acervo.

No panfleto que é entregue ao púbico, fala-se um pouco desta história


À partir daí, varios fatos ocorreram no museu itapirense que lhe atribui valor como memória viva do patrono e seus pares; da tarefa de pesquisar e contar as origens de Itapira, de seu povo e seus feitos; da vida política antenada com os acontecimentos nacionais; da preservação dos heróis de seu convivio, como os grandes heróis brasileiros; da presença da religião preponderante; dos eventos bélicos; e, do folclore das terras da Penha. A preservação dos ideais republicanos é a outra face do museu. Dona Carmelita, que foi por muitos anos, funcionária do Estado, trabalhando junto ao Museu com seu marido (Plinio), se dedicou à parte pedagógica. Ela era quem recebia e ensina aos alunos de várias escolas, os tesouros de conhecimentos guardados na instituição. Ela também, se movia em direção aos alunos, procurando levar as mensagens das quais o museu era depositário, animando assim, a curiosidade e visita da escola ao museu. Trabalhos e transcrições, ela os fez e, muitos. Cuidava com todo o rigor as “coisas” do museu, sendo por isto, lembrada com muito carinho e respeito. Em 03 de agosto de 1980 (A Cidade de Itapira) traz a manchete e reportagem sobre o visitante de número 100.000 (centésimo milionésimo). Sinal do interesse do povo e das escolas. Algumas doações mereceram destaque da imprensa: a rotativa que pertenceu ao jornal “A Cidade de Itapira”, funcionando desde 1907; uma prensa que o Banco do Brasil de Itapira usou por bons anos; o trator de esteiras do Comendador Virgolino de Oliveira, pioneiro na mecanização agrícola da Mogiana; na quantidade de material bélico doado pelo sr. Sezefredo Fecci, por exemplo; homenagens e dias comemorativos animados muitas vezes pelas bandas e fanfarras de nossa cidade. Em 20 de setembro de 1989, por indicação do vereador Manoel Marcello Cezare Filho, recebe na Câmara de Itapira, a honraria “Tenente Coronel Francisco Lourenço Cintra”, honraria essa concedida apenas aos que nasceram em Itapira, o Diretor do Museu Histórico, Sr. Plinio Magalhães da Cunha, pelos relevantes serviços prestados à comunidade na área cultural, preservando a memória de nosso municipío.
Mas o tempo é inexorável conosco. Vamos envelhecendo e dando nosso lugar aos mais jovens. O Sr. Plinio se aposentou. Sua esposa permaneceu até o quanto pode, para continuar o museu, mas também se aposentou. O governo do Estado havia iniciado, a municipalização dos museus. Em 2001, o nosso, retornou às mãos itapirenses.


Foi assim:


Era o governo do prefeito Barros Munhoz e, o quis entregar à população durante o centenário do nascimento de Virgolino de Oliveira, tanto o prédio do museu como da Casa da Cultura. No jornal de 4 de março de 2001 (A Cidade de Itapira) vemos duas fotos que mostram a reforma. Forro, pintura interna e externa, piso, eletrica e hidráulica são os objetivos dos reparos. Em relação ao acervo, consta o trabalho de gente especializada na recuperação de algumas peças.

Aqui temos uma sequencia da reforma no prédio e nas peças:



No dia 15 de março, é reaberto ao público. Ainda no jornal de 21 de março, o prefeito declara o Professor Airton Canivezzi, para a coordenador do museu. Canivezzi enaltece as reformas e ordenação do acervo. Reuniu-se ainda, com o professor Campos Filho antes da inauguração para fixar os horários e dias de funcionamento ao público, como também voltar seu conteúdo às escolas, indústrias, sindicatos, etc. Falou mais. Sobre a constituição de um Conselho Diretor para promover a pauta dos trabalhos museais.

Vemos na foto, além do Prefeito Barros Munhoz, Dona Carmen Ruette de Oliveira e familiares.

Em 2005, com o governo mudando de mãos, entra na Secretaria de Cultura, o professor Jose Carlos Vieira. Ele tem sob sua responsabilidade não só o museu histórico, mas o Memorial Menotti Del Picchia e o Museu de História Natural Hortencio Pereira da Silva Junior. Como a passagem de um governo ao outro foi peculiar, entedeu o Secretário, fazer um grande levantamento nos documentos e acervos, além de procurar melhorar a difusão dos conhecimentos encerrados naquela instituição. Em 2007, eu sou tranferido para lá, afim de reconhecer, catalogar e tombar outros itens, que à partir de 1980 continuaram a ser doados ao museu. Até a saida do Sr. Plinio, constava cerca de 2.200 peças (tecidos, metal, papel, madeira,etc). Hoje conta o museu com quase 10.000 itens. Todo o ano, muitos itapirenses e vizinhos, querem deixar algo que represente a memória de Itapira. O tabalho de divulgação continua, através do jornal “A Cidade”, do meu blog “Itapira, histórico Cultural”, no “Portal Cidade de Itapira” e no Facebook “Pagina do Museu Histórico de Itapira”; nas visitas de escolas, que todo o mês recebemos; durante a semana, com a presença da população e, nos domingos e feriados (das 13:00hs ás 17:00hs) em sua grande maioria, turistas

Prefeito Antonio Helio Nicolai

O prefeito autal, Antonio Helio Nicolai, também deu um grande impulso ao museu, contratando uma equipe de museólogos para deixar tanto o acervo quanto o trabalho museal, em sintonia com o entendimento sobre museus nesse momento. Está tudo em ordem com as peças e documentos. O que falta é colocá-lo numa ordem que facilite a busca, prioridades para reparos, higienização constante e com materiais corretos, arquivamentos, digitalizações, uma iconografia que explique por si só o cerne do museu, a contextualização, a difusão e fomento, a pedagogia a serviço do museu, a capacitação e valorização dos funcionários, enfim, criar no itapirense a cultura museal.
Claro está, que precisamos da ajuda dos meios de comunicação, do empresariado sensível, dos preciosos professores, dos artístas que, com atitude civica, sejam parceiros e amigos dos museus.
Esta é um pouco da história desse aparelho cultural que tanto dignifica nossa cidade. Eu não mencionei, mas foram inúmeros os que, dedicaram muito de seu precioso tempo para construir esse patrimônio do povo de Itapira. Parabéns a todos.

FONTES: Jornais “A Cidade de Itapira” e “Folha de Itapira” – Sr. Plinio Magalhães da Cunha – Casa Menotti Del Picchia – Acervos do museu.
sites: http://www.paulobomfim.com/ - http://pt.wikipedia.org/ - http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-47142008000200006&script=sci_arttext - http://sitedepoesias.com/poesias/35254


CULTURAL
No museu dos embaraços
Toquei com os meus braços,
Eu estava sozinho ali,
No escuro do salão
Senti que toquei
Mas não vi.
Fios de armar bandeiras,
Sabres, escudos e laminas embainhada,
Dom Quixote matando moinhos,
Kamikazes e os seus sonhos de liberdade,
Sei que toquei;
Mas não vi.
Circo de fantoches, palhaços e risos,
Heróis e vilões com historias pra contar,
Da paz e da guerra, amores e tentações,
Assombrações noturnas,
Sei que toquei;
Mas não vi.
O vento balançou a cortina e
Apagou as velas dos candelabros de prata,
Távora redonda, cavaleiros mortais,
O coxo e o corcunda da torre,
O carrasco e a forca, Tiradentes herói,
Sei que toquei;
Mas, não vi.

Autor: Jose Aparecido Botacini

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

JULIO MESQUITA NOVAMENTE... OUTRA SALA

A EE Dr. Julio Mesquita, esteve com outra sala no museu às 16:00hs. A professora Sueli Tezinha Marquezi trouxe 27 alunos da 4 série. Do mesmo modo como os colegas anteriores, prestaram bastante atenção às explicações, perguntaram bastante e foram, muito, muito simpáticos e educados. Foi formidável acompanhá-los nesse passeio. Parabéns.