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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

AGRADECIMENTOS EM 2011

Quando iniciei as publicações deste blog, não imaginava que interessaria a muitas pessoas, seu teor. Itapira tem sua importância relativa no cenário nacional, e, como todas as cidades, possue caracteristicas e ações que interessam a todos os brasileiros. Passaram pelo blog, aproximandamente, 7.400 visitantes. Eu sempre vejo os acessos, os assuntos e, são aqueles que mais falam sobre a cidade e seus moradores. Alcancei até a Europa, quando o assunto foi a Icab Itapira. Portanto, atingi minhas pretenções de anunciar a história de Itapira a todos que navegam na Internet. Faço o mesmo, no Jornal A Cidade e no Portal Cidade de Itapira. Neste último, a cada postagem, em média, 300 acessos. Não é possivel trabalhar em um local como o Museu Histórico e não contar aos outros sobre as diversas mensagens, que ele (museu) detém. Felizmente, não estou só, quando reconto as histórias citadinas da antiga Penha. Tenho apoio de amantes da história itapirense, como os Srs. Plinio Magalhães e Carlos Gomes, só para citar, além dos diversos amigos que escrevem, enfocando outros aspéctos. No ano que se inicia, levarei, junto com meus colegas do museu, as inúmeras histórias até os estudantes da cidade. Encaro com humildade essa missão, que sei, será muito proveitosa para a cidade. Agradeço mais uma vez a todos que se fizeram presentes e desejo um excelente Ano Novo, com mais alegrias que tristezas. Abraços

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

NATAL NO MUSEU HISTÓRICO...

Estive de férias por 15 dias. Por isso, a paradinha nas postagens. Recomeço as pesquisas para o ano que se inicia. No museu histórico, a Paula e o Fidelis, idealizaram uma pequena comemoração ao Natal de 2011. Muito bonita. Muita gente que passar por lá vai gostar. Parabéns aos dois. Abaixo, posto as fotos. Quem puder, passe por lá.








Um Feliz Natal para todos e um maravilhoso Ano Novo, cheio de realizações e muitas alegrias. São os meus votos...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

ITAPIRA....EM VERSO E PROSA


Esta pesquisa surgiu quando um funcionário do Forum ligou para o museu. Ele fora operado em São Paulo e, me disse que o médico quis conhecer obras poéticas que falassem sobre Itapira. Como ele não sabia, o médico brincou com ele por desconhecer tais obras da cidade onde o próprio funcionário nasceu. Não é só na poesia que muitos itapirenses desconhecem os grandes protagonistas da Arte Itapirense, mas há um universo vasto de obras e feitos que dariam muito orgulho saber que surgiram destas terras. No meu blog, ITAPIRA HISTÓRICA E CULTURAL, reconta muita coisa acontecida, com fotos, documentos e apoio da hemeroteca do museu. Outros historiadores também colaboram comigo ilustrando e indicando os caminhos para decifrar os mistérios de Itapira e da antiga Penha.

Nas poesias e prosas, diversas pessoas falam desse universo de fatos que colocam o munícipe e o turista a par da cultura do Rio do Peixe, produzida desde muito tempo por valorosos homens e mulheres. Só que história não aconteceu, mas continua acontecendo. Daqui cinquenta anos, outros itapirenses irão se interessar em conhecer voce e eu. O que fizemos, o que conquistamos, se contribuimos de forma positiva nesta sociedade ou nem notados, fomos. A decisão sempre é nossa.

Estas poesias e textos que vou mostrar colhi dos documentos ao meu alcance e, se lermos com atenção, poderemos ver a alma itapirense neles. Vamos lá:

Em 1890, o autor, identificado pelas iniciais CJBCN, faz uma poesia dedida a Nossa Senhora da Penha.


Menotti Del Picchia tem documentos cujas linhas exaltam Itapira. Quando da passagem de seu aniversáio, ele escreve uma carta de agradecimento. Mas, como tudo o que ele escreve, tem sua marca, acaba sendo artístico.



E... Uma poesia para Itapira


CANTO DE AMOR A UMA TERRA QUE É MINHA – Poesia de Milton Andrade, que recebeu o primeiro lugar no concurso realizado por ocasião do 150 o. Aniversário de Itapira- AUTOR: MILTON ANDRADE - O DOADOR É O COMPOSITOR DA POESIA













Jácomo Mandatto, nosso eterno historiador, em seu livro “História Ilustrada de Itapira, inicia a obra, com um texto poético dirigido à cidade:










Em 1934, J. Livans, fala de Itapira na Revolução Constitucionalista de 1932.











Lilia Aparecida Pereira da Silva também fala de Itapira de um modo peculiar, mesclando sua vida com a vida da cidade.

POR LILIA AP PEREIRA DA SILVA

É, lá : uma estrela de terra – Itapira,
Onde arco-iris plantaram casas,
E o sol, lareira nos telhados,
Pastoreia das flores.

É lá: um pedaço de estrada pequenino – mas o Grande Verso –
Embaixadora dos deuses,
E meteoritos, que se desprender no ar,
Como cintilantes asas de pássaros,
Enamorados do chão.

É lá – fortaleza dourada –
Que os pagés ainda vivem,
Nas tabas dos ventos,
Arautos do Brasil novo.

É lá que, hoje, para sempre, nasces, Itapira, porque é fonte
(também as fontes nascem sem parar)
Botas de dois bandeirantes são raizes do teu jôrro,
E, num par delas, meu sangue circula:
No teu sangue, tetravô, Manuel Pereira da Silva.
Nas velhas mãos, ergue a bandeira de Itapira,
A que ainda não nasceu, já tão nascida,
Cor de lume e raiz,
Primavera de pássaros e estrelas.
E em teus braços, companheiro, João Gonçalves de Moraes,
Eis que se acastla o horizonte de telhados,
Que, um dia, coalharia de sombras o Ribeirão da Penha.
Agora, estão derrubando as matas, gente de Itapira,
Ouçam o atrito dos músculos e a agonia das árvores,
E os pássaros, desalojados dos ninhos,
Reverentes à terra e ao azul.
Já encontraram o primeiro teto de taipa para renovar o canto,
Ouvem os escravos na luta com o barrote,
E o suor como fios de rios, nos seus corpos.
Um pássaro está pousando nos seios da negra
Presa na senzala, libertando o leite ao menino louro.
Os pássaros tiveram importante papel na tua vida, Itapira,
Foram teu primeiro hino,
O primeiro disco das casas de João Gonçalves de Moraes
E do Comendador João Cintra,
Melodia ainda entre o patamar e o alpendre,
Entre o poço e a soleira.
Os pássaros foram, ainda, o primeiro coral em tua primavera igreja,
E a té os conselheiros da tua cadeia primeira.
E como ontem, Itapira, tens o mistéria da lua vermelha,
Feita de grãos de café,
Da lua fofa, chusma de flores de cana,
Da lua laranja,
Espelhando os laranjais que douram a terra.
Itapira – pouso de fadas tecelâs
De brancas nuvens,
Das ramas de algodão
Acesas
Nas campinas,
Florindo estrelas
Além das chaminés!
Tuas meias luas, itapira, nomoram teus filhos enamorados,
E tua Santa, Itapira, a Senhora da Penha, lavou mãos no teu rio,
E até as próprias lágrimas, para sorrir-te sempre
E fazer de tua história uma âncora no mapa de São Paulo.

É em teu chão, testamento de sombras -,
Colorem-se colares de dentes,
Cantis, gibões, chapéus-de-couro,
Do julho-paulista
Que, em criança, senti,
“Toque de silêncio,
Marchai
Pela poeira da estrada
E janelas que se irmanam!
Trincheiras mortas, ouvi,
Urnas em louros agitam-se,
Acharcadas de sangue!
Rufam tambores nos ares
Pelas colheitas de ouro,
Vozeando flores, espadas,
E bandeiras paralelas
Abraçadas aos ventos!
E eu tenho rosas nascidas
Em capacetes sem frontes,
Buscando corpos na terra,
Com treze listras no peito.
E vejo fuzis que passam
Vertendo novo, o horizonte,
E pelotões que se formam
Com baionetas caladas;
Minha sobra nas fronteiras,
Na fileira de medalhas
Dispotas por muitos sóis.
Ouço granadas que riscam,
Caules de sol, pela noite,
Desabrochando estrelas.
E piso o mapa forrado
De uma bandeira tão branca,
Bordada de trinta-e-dois!
Eu, de Bartira
Às Bandeiras.
Eu,
Destinada entre bravos”.
É lá a ilha do meu sangue – Itapira –
E o tribunal de minhas chagas.
Foi lá, que um dia, um anjo triste,
Com archote de sol, derramou roxas lagrimas,
Cobrindo, com lençol de terra, o corpo
Do médico primeiro da cidade.
E a cruz vermelha que meu pai enterava nos braços,
Junto ao coração – que hoje brota rosas –
Erigiu, no solo e em nosso lar, uma cruz de bronze.

E é lá que o caboclo Juca Mulato
Bateia o so, no Cruzeiro, e, às tardes
Os místicos ipês, congregados, são-lhe
Uma rede de flores,
Onde sonha a mulher nunca sua.

É lá que as estrelas escreveram poesias
Em meus cadernos, no Parque,
Quando eu desdenhava as bonecas, em menina,
Enquanto a negra-mãe-segunda iniciava a construir sua cabana
De estuque em meu coração
E, em suas estórias, as fadas fiavam rosas à minha vida.

É lá que os séculos de seara engatinham o arranha-céu,
Mas as porteiras se abrem, como antigamente,
De manhâzinha,
Quando o pãp acorda e a aurora
O doura
E enrola em linho, ax aves
E em gaze de luz, o gado.

É lá que a madrugada dorme
O chilrar das estrelas,
A árvore da noite,
Que cresceu a lua cheia,
Os grilos, que namoram os eucaliptos.

É lá meu sitio – chão de mel,
Onde os anjos com asas verdes de grama
São a seiva dos faunos.

E ficou lá a fazenda de minha infância,
O caiçara com alma em concha
Do orvalho à brisa.
Monjolo batendo água
E lavanderias, no rio,
Batendo lençóis de nuvem,
Distantes da Casa-Grande.
Na granja, o roçar das asas,
Tão brancas, sem serem de anjos,
Acordando o casarão,
Derramou baldes no poço,
Buscando o leite da terra.
É um lirio, imagem de gêsso,
Velando os chapéus-de-palha,
Foi holocausto ao trator.
Do paiol, as borboletas
Eram ponteiros da tarde,
Batendo no casário.
Ovelhas vestindo flores
De densos algodoais,
Vagavam pelas colinas
Onde coivaras morreram.
Penumbra acendeu candis
No alpendre da Casa Grande...
E o ipê curvou-se de pétalas
Sobre o espantalho tombado.
Araras sobrevoavam silos,
Gritando na invernada.
E verdes folhas da horta,
Sabendo a sol e a tulha,
Entre currais e estábulos,
E róseas línguas de cabras,
Enterravam-se.
Ladraram cães ante os vultos
De antepassados, cerrando
Janelas da casa-branca.
A porta da Casa-Grande
Começa na minha rua...

É lá, Senhor, que a mesa se põe, no Natal,
Com a rosa tardia.
E os gritos quem assobiam às estrelas,
São pobres e sensíveis, como eu.
Olhando Teu presépio, na vidraça,
Há pombos que meus olhos vêm abutres,
E, abutres que enxergo como pombos.
Acorrentaram-Te à sombra de uma cruz
O corpo de jacinto:
Todavia, a terra era seiva verde,
Ao nasceres,
E os muros, sem os plantarem mãos dos homens.
Sei – que não me escutam os embalsamados,
Sei que não me atendem os que dormem,
Sei que não me ouvem os palhaços,
Porque precisam rir...
Pai! Não me lembre a noite e serei lirio!...
Não me lembre a dor e serei mãe! ...
Acordei todo um mar de estátuas,
Autopreservadas,
Sem mostrar os pregos de minhas mãos
Ao madeiro,
Cantando pastorais, como Tu, um dia.
Senhor! No Natal, enquanto minha mãe rezava na lareira,
Eu monologava esta balada da bem-aventurança:
“Bendito hão de ser os fracassados
Quando exaustos da derrota forem paz.
Benditos os encarcerados,
Pela porta da muralha que abrirá.
Benditos os ajoelhados,
Pois alcançarão o horizonte.
Os potentados,
Porque nasceram para ser irmãos.
Os isolados,
Capazes de se protegerem nas próprias fontes.
Louvados os nécios,
Pelo sorrir constante.
Os desdenhados,
Porque se elucidaram.
Os escolhidos,
Porque engrandecerão.
Os comandados,
Porque dirigirão.
Louvados os fracos,
Quando acordarem da força.
Os fortes,
Porque mentem fraqueza.
Os prudentes,
Porque são calmos.
Os leais,
Porque não caminharam.
Os infiéis,
Pelo muito de autênticos.
E louvados os semi-libertos,
Porque ousam.
Os inúteis,
Porque não existem.
Os inquiridores,
Porque anseiam.
Os que julgam,
Porque são cegos de si.
Os que ouvem,
Porque olvidaram de se fazer ouvir.
Os conselheiros,
Porque acreditam ser ouvidos.
Os covardes,
Porque são mortos-vivos.
Os mortos,
Porque nos legaram.
E bem-aventurados os sábios,
Porque feridos, não sangram.
Os amados,
Porque necessitam.
Os maus,
Porque não entendem.
Os bons,
Porque não invejam.
A vida,
Porque anseia o fim,
E os criadores,
Porque atrasam a morte.

É lá, Os crepúsculos são “mais” em Itapira,
Quando no declínio da tarde,
Trago-Te, Virgem, as almas de todos os poetas do universo
Quais camélias às Tuas mãos.
Os pássaros canóros do infinito
Para badalarem os sinos das capelas,
Entoando ladainhas
Por sobre as pedras dos caminhos.
Trago-Te estrelas balouçando aos ventos
E ervas florindo púrpuras corolas,
Para enfeitar-Te a fronte.
Ó Senhora, ó Mãe-Rainha, há estrelas apagadas
Nas celeumas;
Acende-as – são almas
Floradas no abismo,
Sem o verde do céu.
É lá que minha oração se estende
“Senhora, regenera o silente
Que trouxer nos olhos
O lirio morto.
Tu, que podes das cinzas alçar asas.
Dá ao que gritar, suave canto.
Tu, fonte milagrosa para chagas.
Oferta a âncora das mãos
Aos prestes ao naufrágio, de joelhos.
Nasçam roseiras do Teu manto
Para enfeitar os puros.
E passeia pelos campos, pelo rio, por nossas portas,
Com Teu passo de nuvem.
Aquele que existiu, guarda nos olhos,
àqueles que virem, dá Teu sorriso.
Os sinos das capelas sejam rosas
Aos Teus ouvidos;
Nosso gesto aos irmãos Te seja incenso,
E vela mais ao Teu altar, presença nossa.
Senhora de Itapira, nossos anjos,
Aqueles verdes anjos que se foram,
Coroam-Te a fronte, com luzeiros.
Aceita esta cidade que Te damos
E deixe em Ti se aninhem nossos pombos,
E faze que outras mães te beijem o ventre!”.

Foi em itapira, o ginásio, minha adolescência,
Onde das páginas das ciências e dos mitos,
Caminho do seu templo,
Fui passos.
E horizonte, na aurora de seus mestres,
Árvores crescidas de suas nuvens,
Deusa, em seu vinho alimentada.
Em seus corredores,
Fui sombra de primavera.
E em sua distância,
A encantada
Pelo profeta dos rumos que foi.

É nessa cidade um dia,
Dobrada em solidão, interrogada,
Um resultado de luzes
Moveu minha paleta de pintora.

É lá também que
A memória e a coragem
Impulsionaram-me a estudante
Da JUSTIÇA.

É lá. Tudo foi lá. Até o amor-maior
Que me feriu de versos – nada mais,
Como estrelas artificiais na escuridão de um fim.

E um dia, intacta aos estigmas
E decifrada no grito...
Quando os deuses de mim se emigrarem
E os faunos – suicidas
Abraçarem minha alma,
Lá, sob o solo,
ITAPIRA – que me brotou as mãos
No secular das raizes –
Guardarei teu nome em mãos postas,
Prometida das colinas!

(n. 150 aniversário de Itpaira)










Nino Marcatti , escreve...
Apelo



Hoje vou apelar!

Não à comunidade itapirense,

cada qual tem sua vida a cuidar.

Nem aos políticos,

cada qual tem suas causas a abraçar.

É apelo amigo,

ao companheiro de idéias e ideais,

de cultura e tradição.

Para que volte à plenitude

das suas atividades possíveis.

Aos estudos e pesquisas,

aos livros, à Pedra e aos amigos.

Volte a fazer a velha máquina

bater os tipos, como sempre bateu,

mesmo que mais devagar.

Da reconhecida identidade,

tem história para avalizar seus modos,

da terra que lhe deve

quase toda personalidade.

Do direito consagrado ao descanso,

ao seu pensamento

não cabe aposentaria.

Pode, no entanto, não ser perdoado,

se insistir na quase total clausura,

se desperdiçar a lenha que não queima,

se guardar no armário,

os conhecimentos construídos.

A viagem da amada do Riachuelo,

de dolorida e inconformada rapidez,

pode cobrir, com justiça, o seu sofrimento,

mas não justifica a sua apatia.

Com certeza,

ela não aprovaria tal comportamento.

Se voltasse, por alguns minutos,

suas orelhas puxaria.

Num sussurro paciente, lhe diria:

Levanta homem!

Jamais vi tanta animosidade,

condeno a sua teimosia,

movimente seu sangue italiano.

Manifesto minha indignação,

da escolha mal feita,

tornando a solidão,

como a sua melhor companheira.

Este é a partida.

Itapira não deseja

ser a chegada antecipada.






E, finalmente, Jose Marella, nos idos de 1900, escreve um hino que se tornará oficial da nossa cidade, de beleza e amor tão grandes para Itapira, que vale à pena ler e ficar consternado, pelo apelo ao grande espírito itapirense.




FONTES: Livro “ História Ilustrada de Itapira, de Jacomo Mandatto e, acervos de documentos do museu. – Site: http://escolasillascrespo.blogspot.com/2010/10/projeto-sillas-crespo-em-verso-e-prosa.html


CULTURAL


Na Revolução de 32, Menotti faz a letra para um Hino.