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segunda-feira, 18 de junho de 2012

OS PADRES DE ITAPIRA



Sei que o assunto não é novo porque durante os últimos cem anos de nossa cidade, vários padres se destacaram por seus atos, bons e ruins, sempre apontados pelos jornais e por nossos historiadores. Encontramos no Museu uma dissertação de mestrado, solicitado pelo Programa de Pós-Graduação da PUC Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, para o obtenção do titulo de Mestre, de Arnaldo Lemos Filho, que vai radiografar o catolicismo de Itapira desde o seu começo, lá em 1820. Ele menciona ( a dissertação é de 1980), 5 Capelães Curados antes da criação da Paróquia e 23 Vigários. Estou citando esse trabalho porque ele vai analisar o catolicismo de Itapira com maior ênfase à partir de 1934 com a presença do Padre Henrique de Moraes Mattos. Ele, o Padre Henrique, é importante para esta matéria por ter feito um trabalho, com certeza bastante difícil, onde relata desde a fundação da antiga Vila da Penha até o inicio de seu paroquiato, na visão de um sacerdote-historiador. Seu trabalho leva o nome de “Respingando o passado de Itapira”, assinado com o pseudônimo de “Euzébius Ignatus”. No jornal A Cidade de Itapira de 29 de agosto de 1982, noticia o falecimento do religioso, mostrando o que aconteceu nos 48 anos em que esteve à frente da Paróquia N.S. da Penha: “....Ontem, Itapira amanheceu triste, com o infausto falecimento de um dos seus filhos mais queridos, Cônego Henrique de Moraes Mattos, Pároco da Igreja N. S. da Penha desde 1934. O nosso querido Padre Henrique, como era carinhosamente chamado pelo povo de nossa cidade, nasceu em Piracicaba, aos 3 de maio de 1905, filho de Alcebíades Monteiro de Mattos e de dona Benvinda de Moraes Mattos. Iniciou seus estudos no Externato São Jose de Piracicaba, em cujo educandário concluiu o curso primário, indo logo depois para Campinas onde seguiu sua vocação, fazendo o Seminário. Ordenou-se no dia 21 de setembro de 1929, tendo sido designado para a Paróquia de São Manoel, posteriormente em Leme, onde serviu como Vigário-Coadjutor. De Leme foi designada como Coadjutor para a Matriz São Jose de Mogi mirim, para depois ser Coadjutor na Catedral de Campinas. Nos anos de 1931 à 1934, foi Vigário nas Paróquias de Vinhedo, Pedreira e São Pedro. Em 3 de dezembro de 1934, foi nomeado Pároco da Matriz de N .S. da Penha em nossa cidade, cuja investidura se deu a 16 daquele mês e ano, Permanecendo a frente do paroquiato até 28 de agosto de 1982. Foi elevado à Cônego em 15 de novembro de 1966, tendo sido empossado nessa dignidade eclesiástica no dia 9 de dezembro do mesmo ano. O Cônego Henrique foi possuidor de uma personalidade marcante, princípios morais rígidos, afável e lhano em seu relacionamento com todos, por isso soube granjear uma verdadeira legião de admiradores, não só entre os praticantes da religião católica, como também no meio profitente de outros credos religiosos, cujas convicções sempre soube respeitar. Sua existência foi quase toda vivida em nossa cidade, daqui nunca ter se afastado, mesmo com prejuízo de suas promoções eclesiásticas. Em setembro de 1979, foi agraciado com o honroso e merecido titulo de Cidadão Itapirense, que lhe foi outorgado em Sessão Solene da Câmara Municipal de Itapira. Como ele mesmo disse certa vez: -Eu mesmo nunca poderia ter pensado, que vindo para cá, permanecesse por tantos anos. Aqui celebrei três jubileus: o de Prata Sacerdotal em 1954; o de Prata de Paroquiato em 1959; e o de Jubileu de Ouro Sacerdotal em 1979. O falecimento do estimado Padre Henrique se deu às 7:30hs da manhã de sábado, deixando uma consternação geral, uma lacuna, não só no meio católico de Itapira, como também no seio da comunidade itapirense que nesse meio século aprendeu a admirá-lo e respeitá-lo. Seu corpo após as cerimônias litúrgicas que foram celebradas ontem à noite, às 19:00hs, foi sepultado na cripta da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha...” Ele, o Cônego Henrique, vai descrever o melhor possível seus antecessores, com dados pessoais e eclesiásticos, de forma cronológica a vida de cada sacerdote que serviram Itapira. Tudo extraído das Atas da Cúria Metropolitana de São Paulo e do livro tombo da Matriz.









Vamos à eles então:

 Relação de nomes, em ordem cronológica:


 Padre Antonio de Araujo Ferraz (Padre Ferraz)

• Padre Felipe Jose Pereira (1835-1837, 1839-1840)

 • Padre Mateus Jose Leite (1837, 1844-1845)

• Padre Martinho Antonio Barreto (1837-1838, 1841, 1845)

 • Padre Severino de Andrade Motta (1842-1844) 

• Padre Elias Rodrigues Moreira (1846-1847) e (1846-1848)

 • Padre Luiz Antonio de Alvarenga (1848-1849, 1851-1853)

 • Padre Martinho Antonio Barreto (1849-1851, 1853-1855)

 • Padre Antonio da Rocha Pinto (1855) • Padre Jose Honório da Silva (1857)

 • Padre João Ezequiel Teixeira Pinto ( 1857-1860)

• Padre Januário Máximo de Castro Camargo e Prado (1860-1862)

 • Padre Gaudêncio Ferreira Pinto (1863-1871)

 • Padre Manoel das Dores Brasil (1871-1872)

 • Padre Afonso de Laino (1872-1874)

 • Cônego João de Santa Cândida (1874-1876)

• Padre Nuncio Grecco (1877)

• Cônego Tomaz d’Afonseca e Silva (1877-1883)

• Padre Bernardo Cardoso de Araujo (1883-1886)

 • Padre Agostinho Gomes da Costa (1886-1891)

• Padre Antonio Luiz dos Reis França (1891-1893)

 • Padre Bento de Almeida Dias Leme (1893-1909)

 • Padre Manoel Carlos de Amorim Correa (26/09/1909 à 30/12/1912)

• Cônego Oscar Sampaio Peixoto (30/12/1912 – abril de 1913)

 • Padre João Calazans Nogueira (abril de 1913 à abril de 1915)

 • Cônego Artur Teixeira Barbosa de Guerra Leal (14/04/1915 a 11/02/1923)

• Padre Vicente de Paula Rizzo ( 11/02/1923 a 06/09/1925) 

• Padre Lázaro Sampaio Mattos (6/09/1925-13/11/1934)




Os capelães


Padre Antonio de Araujo Ferraz. Consta que residia em Mogi Mirim, donde era natural. Era Vigário da Vara de Mogi Mirim. Foi batizado em 11 de janeiro de 1876 na Matriz São Jose de Mogi Mirim. Era filho legítimo do Capitão Jose de Araujo Ferraz e Dona Gertrudes Bueno de Camargo. Neto paterno de Luiz Mendes de Vasconcellos e de Catarina Duarte de Camargo. Neto materno de Antonio Pereira de Barros e Mariana Bueno de Camargo. Foram padrinhos do batismo: Antonio da Silva do Prado, solteiro, e Maria Bueno de Camargo, viúva, por seus procuradores: Manuel Bueno Barbosa e sua mulher, Maria Bueno de Godoy. O Padre Ferraz foi ordenado Presbítero por Dom Mateus de Abreu Pereira, 4º Bispo de São Paulo, num Oratório Episcopal de São Paulo, no dia 17 de março de 1810. A ligação dele com Itapira está na amizade que tinha com João Gonçalves de Moraes, pois, em 7 de março de 1824, celebrou a primeira Missa em terras itapirenses, no primitivo oratório.
1- Padre Felipe Jose Pereira (1835-1837,  1839-1840) Foi o primeiro Capelão Curado de Itapira depois da elevação do oratório para Capela Curada, em 16 de março de 1835.
2- Padre Mateus Jose Leite (1837,  1844-1845) Irmão do Padre Martinho Antonio Barreto que o substituiu. Aparece em 1829 como doador do patrimônio do Padre Martinho. Tinha 42 anos, residindo em Mogi-Guaçu, vivendo das Ordens e das lavouras. Em 1823 residiu em Mogi Mirim. Segundo Capelão Curado. Natural da Vila de São Sebastião, Bispado de São Paulo, foi batizado na Paróquia de São Sebastião em 21 de setembro de 1876. Filho legítimo de Marcos Antonio Barreto e Francisca Maria do Nascimento. Neto paterno de Marcelo Ferreira da Mota e Apolônia de Faria Garcez, todos naturais da Vila de São Sebastião. Neto materno de André Francisco de Quevedos, natural da Vila de São Sebastião e sua mulher Maria Leite Tavares, natural da Vila de Itú. Padrinhos: o Capitão Mor  Manoel Lopes da Ressurreição e sua mulher Ana Josefa. Ordenado Presbítero por Dom Mateus de Abreu Pereira, Bispo de São Paulo, no Paço Episcopal em 28 de outubro de 1810.
3- Padre Martinho Antonio Barreto (1837-1838, 1841, 1845) Vamos encontrá-lo mais tarde como um dos primeiros Vigários de Itapira.
4- Padre Severino de Andrade Motta  (1842-1844) Antes fôra coadjutor do 12º Vigário de Campinas, em 1836. Natural da Vila de Campos do Goiatacazes, Freguesia de São Salvador, Rio de Janeiro. Batizado na Paróquia de Nossa Senhora das Neves de Macaé, Diocese do Rio de Janeiro, no dia 24 de dezembro de 1782. Nascido no dia 16 de dezembro de 1782. Padrinhos: João Mendes da Silva e de dona Ana Maria Francisca Teixeira. Foi ordenado Presbítero por Dom Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, 5º Bispo de São Paulo, no oratório de sua quinta de Santo Antonio, no dia 02 de novembro de 1834.
5- Padre Elias Rodrigues Moreira (1846-1847) Último Capelão Curado. Vindo a criação da Paróquia em 8 de fevereiro de 1847, foi provisionado pouco depois como seu primeiro Vigário.



Os Vigários



1- Padre Elias Rodrigues Moreira (1846-1848) Natural da Vila de Jacarehi, Bispado de São Paulo, foi batizado a 14 de abril de 1795. Filho legítimo do Alferes Angelo Rodrigues de Oliveira e de Maria Francisca do Rosário, esta de Jacuhi e aquele de Jacarehi. Neto paterno de Antonio Rodrigues Moreira e de Maria de Oliveira. Neto materno de Inácio Francisco de Oliveira e de Rita Lemos do Prado. Padrinhos: Manoel da Cunha Machado e de Francisca Lemos de Siqueira. Obteve sentença “de genere”  no dia 3 de dezembro de 1918.
2- Padre Luiz Antonio de Alvarenga (1848-1849, 1851-1853) Foi o segundo Vigário de Itapira. Embora não exista provisionamento na Cúria Metropolitana de São Paulo, nos livros da Matriz aparecem suas anotações e assinaturas. O Padre Alvarenga dá inicio ao seu trabalho no final do primeiro trimestre de 1848. Parece que se ausentou algumas vezes, deixando o Padre Martinho Antonio Barreto em seu lugar, na qualidade de pró-Pároco em 28 de janeiro de 1849 e 7 de junho de 1853. Também no período de 25 de fevereiro de 1849 até 14 de agosto de 1851 e, assina os documentos já como Vigário. Ele vai ser o sucessor do Padre Alvarenga. O Padre Alvarenga vai ser provisionado em 23 de outubro de 1851 até 15 de agosto de 1852. Aparece outro provisionamento dele para a cidade de Caçapava por tempo de um ano, no dia 20 de outubro de 1852. Em 25 de junho de 1853 é novamente provisionado à Penha do Rio do Peixe (Itapira). De fevereiro à julho de 1853, Itapira é submetida à Estola de Mogi Mirim, cujo Pároco era o Padre Jose Maria Cardoso de Vasconcelos. Nasceu Padre Alvarenga em Taubaté, em cuja Igreja Matriz foi batizado no dia 13 de janeiro de 1812. Era filho de João Jose de Alvarenga e de Ana Francisca da Anunciação. Fez seus estudos eclesiásticos em São Paulo nos cursos mantidos pelos Padres Leão Jose de Sena, Inacio Rodrigues Bernardes e Joaquim Anselmo de Oliveira, este último Cônego e Arcipreste do Cabido de São Paulo. Foi Vigário em Campinas, sendo um homem de muita ilustração e orador sacro de grande renome. Consta que o Bispo de São Paulo, Dom Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, exigiu que ele assinasse um documento concordando, que uma vez ordenado, iria para Ubatuba. Posteriormente ele foi dispensado do compromisso, pois, não aparece seu nome naquela cidade. Substitui por algum tempo (um ano ou pouco mais) em 1847 o Padre Jose Maria Cardoso de Vasconcelos, Vigário de Mogi Mirim., como Encarregado da Paróquia. Em 1852, em Itapira, envia uma petição para a Cúria solicitando a devolução de seus documentos que visava uma cadeira no Cabido da Catedral. Tinha 17 irmãos dos quais três eram sacerdotes: Padres Luiz Antonio de Alvarenga, Antonio Silvério de Alvarenga e Manoel Francisco de Alvarenga. Uma de suas irmãs, Irmã Gertrudes Maria de São Jose, foi freira do Convento da Luz, São Paulo.
3- Padre Martinho Antonio Barreto (1849-1851,  1853-1855) Foi Capelão Curado, Pro-Pároco e Vigário de Itapira. Substituindo o Padre Luiz Antonio de Alvarenga, esteve em Itapira nos períodos entre 03 de julho de 1853 e 18 de junho de 1855. Nasceu em São Sebastião em 1 de julho de 1803, sendo batizado no dia 13 desse mesmo mês. Era filho de Marcos Antonio Barreto e de Maria Lima de Sant’Ana. Seus avós paternos e maternos eram todos daquela localidade. Foi ordenado Presbítero por Dom Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, Bispo de São Paulo, no Oratório Episcopal daquela cidade em 21 de dezembro de 1829. Ainda bem moço, transferiu-se para terras de Mogi-Guaçu com sua família, comprando terras de lavouras e um pequeno engenho de açúcar que mais tarde seria seu patrimônio de ordenação. É sabido que no século 19, houve uma intensa imigração dos sebastianenses para terras e vilas do planalto paulista. O motivo foi o decreto do Capitão General Bernardo José de Lorena, no século 18, tornando o porto de Santos o único a receber embarcações e tributos, acabando com a prosperidade das cidades litorâneas. A família Barreto também se moveu para as cidades de Rio Claro e Limeira em busca de terras para as lavouras. Em 1832, o Padre Barreto vai para Limeira e se torna Capelão Curado da Capela das Dores de Tatuí, tornando-se logo depois Vigário da Paróquia em 9 de dezembro de 1832. Foi Vigário em Mogi Mirim em 1833, coadjutor do 12º Vigário de Campinas do Padre Joaquim Anselmo de Oliveira, entre 1833 e 1834, e auxiliar do Padre Francisco Ferreira Garcia que dirigia a Paróquia de Ouro Fino entre 1846 e 1847. 
4- Padre Antonio da Rocha Pinto (1855) Vigário interino na Paróquia de Itapira de julho de 1855 à fevereiro de 1856. Deixando Itapira, o Padre Jose Maria Cardoso de Vasconcelos de Mogi Mirim, novamente volta a ser o responsável no período de maio de 1856 até julho de 1857.
5- Padre Jose Honório da Silva (1857) Foi provisionado Pároco de Itapira em 1855, porém, não assumiu a Paróquia nessa época. Não consta o provisionamento na Cúria de São Paulo nos anos de 1856 e 1857. Pelos livros da Matriz de Itapira, consta sua passagem no período de um mês, de julho a agosto de 1857, com caráter de Pró-Pároco, assumindo o governo da Igreja um pouco antes da Visita Pastoral do 6º Bispo de São Paulo, primeiro brasileiro e paulista, Dom Antonio Joaquim de Melo. Muito provavelmente além da importância da Visita Pastoral outro fato importante foi a inauguração da Igreja Matriz concluída em 1857. Deve ter coincidido a visita do Bispo com a inauguração. O Padre Jose Honório nasceu em São Carlos à 20 de agosto de 1818 e foi batizado na Igreja Matriz da mesma vila em 28 de agosto de 1818. foram seus pais, Francisco Honório Correia Taborda, natural de São Miguel, do bispado de Mariana e de Mariana Joaquina da Silva, natural de Curitiba, do então bispado de São Paulo. Seu avô materno era Antonio Jose da Silva, natural de Portugal e sua avó Gertrudes Batista Diniz, natural de Curitiba. Seus padrinhos foram: Jose Rodrigues Ferraz e Ana Matilde. Foi ordenado Presbítero por Dom Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, Bispo de São Paulo, no Oratório Episcopal daquela cidade em 21 de setembro de 1840. Além de Itapira, paroquiou: Amparo (1849-1855), primeiro Vigário de Monte Sião (1854), Socoro (1855) e Itajubá (1844-1845).
6- Padre João Ezequiel Teixeira Pinto ( 1857-1860) Foi o 6º Vigário da Igreja N.S. da Penha de Mogi Mirim (antigo nome de Itapira). Seus provimentos, na Cúria de São Paulo datam de 24 de setembro de 1857, 1858 e 1859, como Vigário encomendado. Pelos livros da Paróquia, verificou-se que esteve em Itapira de agosto de 1857 à setembro de 1860. Natural da cidade de Guaratinguetá, onde foi batizado a 4 de maio de 1831, pelo Vigário de então, Padre Manoel da Costa Pinto. Na respectiva certidão, acartada ao seu processo “de genere”, encontramos a seguinte cláusula: “E por não se ter feito este assente no tempo competente, autorizado mandei abrir e assinei este assento, a vinte e seis de abril de mil oitocentos e oitenta e um”. Assina o Vigário Antonio Martiniano de Oliveira. Filho legítimo de João Pinto da Silva e de Antonia Custódio dos Santos, ele natural de Pouso Alto e ela de Guaratinguetá, neto paterno de Jose Pinto da Silva, natural de Santa Maria, do bispado do Porto e de Escolástica Francisca da Fonseca, natural de Pouso Alto. Neto materno de Antonio Jose Teixeira, natural de Guimarães (Portugal) e de Gertrudes Maria de Oliveira, natural de Taubaté. (Descendentes dos Raposos e Gois). Estudou como um dos 15 primeiros alunos no Seminário Episcopal, solenemente inaugurado em São Paulo, no bairro da Luz, a 9 de novembro de 1856, por Dom Antonio Joaquim Melo e, um dos seis diáconos que estavam concluindo os estudos teológicos, encetados no Palácio Episcopal. Como diácono foi o primeiro vigilante do estudo e do dormitório do novo Seminário. Obteve a sentença “de genere” a 3 de março de 1856. Foi ordenado Presbítero por Dom Antonio Joaquim de Melo, Bispo de São Paulo, no Oratório Episcopal daquela cidade em 19 de abril de 1857. Teve um irmão sacerdote, Cônego Benedito Teixeira da Silva Pinto que foi Vigário em sua terra natal (Guaratinguetá) e um tio, o Padre Miguel Teixeira Guimarães. Exerceu o paroquiato além de Itapira, em São Pedro de Piracicaba, Indaiatuba, Santa Cruz da Conceição, Atibaia e Santa Bárbara. Em Campinas, foi por pouco tempo coadjutor do 16º Vigário, Padre Jose Joaquim de Souza Oliveira, de março de 1884 em diante. Em dezembro de 1897 encontramo-lo em Pinhal como pró-Pároco. Faleceu em Itatiba.
7- Padre Januário Máximo de Castro Camargo e Prado (1860-1862) Os livros paroquiais registram o exercício do oficio do 7º Vigário de quase dois anos, de dezembro de 1860 a setembro de 1862. Já os livros da provisão da Cúria de São Paulo registram a 28 de dezembro de 1860 a 1861. Entre o paroquiato do Padre Januário, isto é, de setembro a dezembro de 1860, Itapira ficou confiada ao zêlo pastoral dos sacerdotes de Mogi Mirim, dos Padres Jose Maria Cardoso de Vasconcelos e Luiz Jose de Brito, lá residente, que também fora Vigário da 10ª Comarca Eclesiástica constituída para Mogi Mirim (cabeça de comarca): Mogi Mirim, Itapira, Serra Negra e São João da Boa Vista. Ele era natural de Campinas, nascido a 26 de janeiro de 1826 e foi batizado aos 30 dias do mesmo mês e ano. Filho legitimo do Alferes Raimundo Álvares dos Santos Prado (de Jundiaí) e de Maria Miquelina de Camargo (de Curitiba). Neto paterno do Sargento-mor Raimundo Álvares dos Santos Prado e de Catarina Maria de Lacerda. Neto materno do Sargento-mor  Miguel Ribeiro de Camargo e de Luerubina Rosa de Castro. Padrinhos: Sargento-mor Teodoro Ferraz Leite e de Ana Luerubina (descendentes dos Lemes). Obteve licença “de genere” no dia 30 de janeiro de 1854. Ele lutou pela criação da Irmandade do Santíssimo, devidamente oficializada pelo Bispo Diocesano, Dom Antonio Joaquim de Melo em 05 de dezembro de 1860. O Padre Januário batizou o Capitão João Batista de Araujo Cintra, neto do Comendador João Baptista de Araujo Cintra, que fez construir a atual Igreja Matriz (que permaneceu em pé  até 1955). Foi também Capelão da Irmandade do Santíssimo Sacramento de Campinas (1860).  Em meados de abril de 1866, procedeu ao solene e festivo benzimento do Cemitério da Irmandade do Santíssimo Sacramento de Campinas, com foguetório que custou 23$500 réis. Compareceram os sacerdotes: Padre Joaquim Jose de Souza e Oliveira, Vigário da Paróquia; Padre Antonio Casalette, coadjutor; Padre Joaquim Jose Vieira, Padre Francisco de Abreu Sampaio; Padre Antonio Manoel de Camargo Lacerda (vulgo Padre Abel). O Vigário recebeu a espórtula de 20$800 réis e os demais 10$800 réis. A Irmandade do Santíssimo de Campinas em 30 de setembro de 1859 adquiriu do Padre Januário um cálice, colher e patena, tudo de prata lavrada portuguesa, pesando 118 oitavas, por 60$000 réis. Encontramô-lo em agosto de 1856 Vigário da Vara e na qualidade de Fabriqueiro em Campinas. 
8- Padre Gaudêncio Ferreira Pinto  (1863-1871) Como sucessor do Padre Januário, o Padre  Gaudêncio, natural de São Paulo, por portaria de 22 de novembro de 1852, ficou um mês para nesse tempo solicitar a posse por um ano. Não achamos vestígios de sua passagem por Itapira naquela data. O Padre Jose Maria Cardoso de Vasconcelos de Mogi Mirim é que vinha dispensando atenção e zêlo por Itapira de setembro de 1862 à março de 1863, quando Gaudêncio iniciou seu paroquiato em Itapira. Seu provimento é de 13 de fevereiro de 1863 até 13 de fevereiro de 1871, data em que foi exonerado. Vigário de Brazópolis (1856-1859). Foi o 2º Vigário de Jacutinga, iniciando seu paroquiato a 23 de fevereiro de 1875 e terminando a 21 de fevereiro de 1885, data de seu falecimento em Jacutinga, onde foi sepultado. Sabemos que nasceu em São Paulo a 19 de novembro de 1831 e foi batizado na Paróquia da Sé a 17 de dezembro de 1831. Padrinhos: Tenente Coronel João Rodrigues de Camargo Pires, sob a proteção de N.S. da Penha. Obteve sentença “de generes” no dia 1 de setembro de 1854 e foi ordenado Presbítero a 27 de setembro de 1854. Foi Vigário em Tietê de 01 de janeiro de 1880 a 16 de agosto de 1884; posteriormente passou a residir em São Paulo, avulso, onde em 1910 ainda residia a Rua Marquez de Itú, 47. 
9- Padre Manoel das Dores Brasil (1871-1872) Para substituir o Padre Gaudêncio, foi removido da Santa Efigênia em São Paulo o Padre Augusto Cavalheiro e Silva, pelo prazo de um mês, em 18 de fevereiro de 1871. Antes que viesse para Itapira, foi passada outra provisão para que ele fosse para Araras, na Paróquia de N.S. do Patrocínio. Quando o Padre Gaudêncio se retirou de Itapira em junho de 1871, cuidou dos interesses espirituais de Itapira, o Padre João Eboli, coadjutor do Padre Jose Maria Cardoso de Vasconcelos de Mogi Mirim. Em 13 de abril de 1871 foi provisionado e em 26 de agosto de 1871 foi declarado Vigário por um ano. Mas não passou de um ano, pois, ele mesmo se exonerou em 1 de junho de 1872. Esteve então em Araras, na Paróquia N.S. do Patrocínio de 1877 a 1879 e em Campo Largo de outubro de 1879 a 2 de fevereiro de 1880, como Cônego.
10- Padre Afonso de Laino  (1872-1874) Suas provisões como Vigário foram 17 de julho de 1872 por um ano e, em 23 de junho de 1873 por mais um ano. Foi exonerado a 5 de fevereiro de 1874. Seu paroquiato durou apenas um ano e meio.
11- Cônego João de Santa Cândida (1874-1876) Pela exoneração do Padre Manoel das Dores Brasil, foi nomeado dia 1 de junho de 1872, Vigário encomendado da Penha de Mogi Mirim(antigo nome de Itapira) o Cônego Santa Cândida. Consta que em 1872, o Padre Santa Cândida não assumiu, pois, entrou o Padre Afonso e na seqüência o Padre Jose Maria Cardoso de Vasconcelos (Mogi Mirim). Recebeu novo provimento dois anos mais tarde, a 5 de janeiro de 1874, quando já se achava na Paróquia de Itapira. Ficou até dezembro de 1876, quando faleceu. Trabalhou com afinco pelas obras da Capela da Santa Cruz, no bairro Alto da Santa Cruz (primeira Capela que seria dedicada à São Benedito) e, pelas obras da Santa Casa, isso em 1864, como Vigário. Faleceu em Itapira a 7 de dezembro de 1876, de incomodo do peito. Com acompanhamento solene foi sepultado no Cemitério da Fábrica. Um ano depois, o Vigário Cônego  Tomaz de Afonseca e Silva fez o registro de seu falecimento  no 2º Livro, folha 127 de Óbitos da Paróquia de Itapira. Aos 11 de dezembro de 1876, pela portaria da Cúria Metropolitana de São Paulo, o Vigário de Mogi Mirim foi autorizado a ministrar todos os sacramentos aos fregueses da Penha de Mogi Mirim(Itapira) que estavam vagos pela morte do Vigário.
12- Padre Nuncio Grecco  (1877) Sacerdote italiano, nascido em Nápoles aos 18 de agosto de 1838, foi nomeado Presbítero aos 14 de junho de 1862 e residiu no Brasil desde 1874. Foi coadjutor em Franca (janeiro de 1875 a janeiro de 1877). Sua portaria na Penha do Rio do Peixe (antigo nome de Itapira) foi a 11 de dezembro de 1876. Foi provisionado em 17 de janeiro de 1877 por um ano. Porém seu paroquiato foi até abril de 1877. O Bispo de São Paulo, Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, nomeou-o Vigário de Ribeirão Preto (2º Vigário), tomando posse em 22 de abril de 1877. Foi até 17 de abril de 1890 quando se exonerou para ser Vigário em Jaboticabal. De Jaboticabal  foi anos mais tarde (1898 a 1903) para Espírito Santo do Pinhal, onde fez o revestimento da Igreja Matriz e construiu a Capela de N.S. Aparecida. Em 1903 voltou para Jaboticabal, onde a pedido do Bispo Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho , quando da primeira vez que esteve na cidade, a feitura do Livro Tombo da Matriz já em 1893. Organizou os arquivos, construiu uma bonita e espaçosa Capela à N.S. Aparecida que hoje é Paróquia; no Livro de Atas da Irmandade do Santíssimo figura um contrato entre o Cônego e a Irmandade, assinada e datada em 6 de janeiro de 1891. De Jaboticabal passou a Dourado (1911 a 1914). Em 1914 retornou a Pinhal. Já alquebrado e doente, terminou seus dias naquela cidade, sendo sepultado a 10 de setembro de 1914.  Aqui Padre Henrique cita uma fonte de sua pesquisa: “A Paróquia de Ribeirão Preto no século XIX” Monsenhor João Lauriano.
13- Cônego Tomaz d’Afonseca e Silva  (1877-1883) Dispensado da Paróquia de N.S. da Piedade de Mato Grosso, foi nomeado para a Freguesia da Penha do Rio do Peixe (Itapira), a 10 de abril de 1877, onde permaneceu até julho de 1883. Nasceu em Paracatú, Minas Gerais. Filho legítimo do Capitão Matias Afonseca e Silva. Fez os preparatórios no Colégio Caraça e  o Seminário em Mariana. Em 1850, juntamente como irmão, Padre João Amaro, em Paracatú, recebeu o Presbiterato de Dom João Marques Perdigão, Bispo de Olinda. Esta Diocese era enorme, conforme bula papal, e se estendia da Fóz do Rio São Francisco até Fortaleza no Ceará, a Serra de Ibiapaba (bula “et terram intus” (Pela terra à dentro), Piauí, a parte sul do Pará, Goiás ( Paróquia N.S. da Conceição de Vila Formosa da Imperatriz e Capela do Rio Verde), e as Minas Gerais. Tinha 6 Paróquias e uma vigaria na Vila de Paracatú. Nas palavras do Dr. Luiz de Santa Tereza: “ haec ingens terrarum partio”. (Esta é uma enorme quota mundial).  As ordenações dos irmãos se deu com a Visita Pastoral do Bispo Dom João Marques Perdigão. Além de Paracatú, o Bispo visitou todas as Paróquias da imensa região, em uma época que não haviam vias de comunicação. O Padre João Amaro seguiu para Catalão onde foi Vigário e, o Cônego Tomaz para o Santuário N.S. d’Abadia, em Agua Suja (Uberlândia), conforme as informações do sr. Sebastião Afonseca e Silva, pai do saudoso Arcebispo de São Paulo, Dom Jose Gaspar de Afonseca e Silva, aparentado com o Cônego Tomaz. O Cônego Tomaz foi Vigário em Alegre, distrito de Paracatú; na cidade de Rio Claro (Carmo do Rio Claro?); em Santa Rita de Cássia, Cajurú, Mato Grosso; Itapira e em São Sebastião do Paraíso. Possuía títulos: Comendador da Ordem de Cristo e Cônego da Capela Imperial, dados por Dom Pdro II. Fez diversas capelas e igrejas onde esteve. Bom orador sacro e extremamente caridoso. Era também um extremado abolicionista. Não perdia tempo em falar sobre o assunto, seja no púlpito e nos encontros particulares. Quando chegou a noticia da Lei Áurea, fez diversas manifestações e festejos na cidade de São Sebastião do paraíso. Obteve do Major Jerônimo Alves o tão sonhado patrimônio, onde levantou uma igreja. Em Itapira, o Cônego Tomaz recebeu a visita do 8º Bispo de São Paulo, de 15 a 21 de maio de 1877, Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho. Recebeu em Itapira, o grande apóstolo da Devoção ao Sagrado Coração de Jesus no Brasil, o Padre Bartolomeu Taddei, S.J., e deixou fundado a Confraria do Apostolado da Oração, paralizada algum tempo e mais tarde reorganizada (1903). Seria aquisição do Cônego Tomaz, uma urna para a Quinta-Feira Santa, da Casa Franco e Carvalho, vestimenteiros da Capela Imperial e fornecedores de todas as Dioceses do Império, com sede à Rua da Quitanda, Rio de Janeiro. No Livro de Batizados, a 20 de dezembro de 1877, o Cônego põe uma declaração: para evitar que o paroquiano seja multado, deve declarar quando for enterrar a criança, dar um nome que não foi do batismo porque irá configurar que ela nunca foi batizada. Benzeu o sino grande da cidade da Penha do Rio do Peixe(Itapira) em 1881. Deu-se no tempo em que esteve em Itapira o falecimento do Padre Jose Maria Cardoso de Vasconcelos, sacerdote que socorreu Itapira várias vezes na vacância de Vigários da cidade. Encontrava-se o Cônego Tomaz em São Sebastião do Paraíso (Minas Gerais) sucedendo ao Padre Joaquim Ferreira Teles,  falecido em 28 de julho de 1884, sendo o Cônego o 5º Vigário daquela cidade. Em São Sebastião foi achar a construção adiantada e a terminou para inaugurá-la em 1886. Esta Igreja foi fundada antes de 1853 e no tempo do antecessor a igreja incendiou-se, em 31 de agosto de 1879. Pediu licença ao Bispo para benzer a nova Igreja, que estava completa e ansiosamente aguardada por todos os paroquianos. O Bispo Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho autorizou a benção e no dia 15 de agosto de 1886, foram celebrados diversos ritos romanos, incluso aí, Missa ás 6hs, Procissão, Benção do Santíssimo e Missa cantada ao final. O numero de participantes foi incalculável, pois, vieram católicos das cidades circunvizinhas. A 1 de dezembro de 1887, em virtude da permissão do Bispo Dom Lino de 24 de setembro de 1884, o Cônego Tomaz benzeu a Pedra da Capela N.S. d’Abadia e colocou-a conforme o Ritual Romano no alto do bairro chamado Mococa, préviamente marcado, havendo antes celebrado Missa na Casa de Oração. A 17 de janeiro de 1887 o Bispo Diocesano deu licença para o Cônego Tomaz para observar a Capela Santa Cruz do Baú, em São Sebastião do Paraíso para celebração de Missa, com a obrigação de recitar com voz clara e inteligível os atos de Fé, Esperança, Caridade, Contrição... e que pudessem ser desobrigados do preceito quaresmal mediante confissão sacramental e sagrada comunhão, não só famílias e pessoas do lugar, mas escravos, fâmulas, agregados e pobres da vizinhança, uma vez que destas faculdades não resultem abusos e se observem as determinações litúrgicas e determinações diocesanas ainda não revogadas. A 17 de abril de 1888, Dom Lino, Bispo de São Paulo, autoriza o Cônego Tomaz a benzer o Cemitério ereto na Capela de São Tomaz de Aquino, uma vez que esteja convenientemente cercado de muros, com cruz alta no centro e afeto para o serviço de inumações de conformidade com as leis da Igreja.. reservando, porém, sem benção, uma quadra para enterramento dos católicos, o qual ficará separada do resto do cemitério por meio de divisas claras e precisas. O Cônego lutou muito pelo patrimônio da Capela de São Tomaz de Aquino, com 12 alqueires de terra na Fazenda Fortaleza. Esse patrimônio iria garantir a auto-suficiência da Capela em relação à Matriz de São Sebastião do Paraíso. Em 03 de abril de 1889, Dom Lino considerou Curada a Capela para jubilo de seus paroquianos, Ele o seu antecessor, Padre Joaquim Ferreira Teles, tiveram como coadjutor por alguns anos o Padre Antonio Salvastana. Devido a problemas na visão, o Cônego dirigiu-se ao Rio de Janeiro para tratamento e em seguida iria para Paris assistir a Exposição Mundial, mas foi vitimado pela febre amarela, vindo a falecer  aos 31 de maio de 1889 com 65 anos de idade mais ou menos, conforme notas bibliográficas feitas pelo Sr. Hermete Ornellas, sobrinho do Cônego.
14- Padre Bernardo Cardoso de Araujo (1883-1886) Com a saída do Cônego Tomaz de julho de 1883 até meados de agosto do mesmo ano, foi o Cônego Luiz Jose de Brito, de Mogi Mirim, quem atendeu Itapira. O Padre Bernardo foi empossado no dia 27 de julho de 1883 e 15 dias depois já estava nas lides paroquiais trabalhando com afinco. Nasceu em Santiago, Conselho de Almanar, Portugal a 1 de março de 1841. Filho legítimo de Antonio Caetano de Araujo e de Joaquina Cardoso de Araujo. Fez seus estudos em Lamego, ordenou-se sacerdote em 1868 e veio para o Brasil em 1870, permanecendo no Rio de Janeiro por dois anos e meio. Nesse bispado foi coadjutor e Vigário; No trimestre de 1873, foi para São Paulo, em Jundiai, como coadjutor, ficando um ano; Foi Capelão da Correição na Capital por 3 anos; Foi Vigário em Botucatú que pequenina e sem progresso naquele tempo, o segurou por 1 ano; foi nomeado Vigário em Borda da Mata (15/10/1879); Santa Rita da Extrema (23/04/1890); por 2 anos Capelão do Córrego do Caxambú; depois Itapira por 3 anos; Em São Jose dos Botelhos, cuja Matriz reformou; 5 anos em Campestre até 1901, onde também empreendeu a reforma da Matriz. Em 1902, sentindo-se cansado e sem forças para ser Vigário, foi para o Bispado de São Paulo, Diocese que serviu por longos anos. Ajudou os padres e no final serviu aos fiéis da Igreja de São Jose do Belém, na Capital. Faleceu em idade avançada, aos 83 anos, a 11 de dezembro de 1923. Estimado, humilde, edificante e prestimoso, foi daquelas almas boas que só deixam amigos. No seu tempo em Itapira, caiu o campanário da Matriz, sendo refeito com tijolos e ajuda do povo. O Capitão Joaquim Inácio da Silva deu novos caixilhos de abrir. Em 23 de setembro de 1883, o Bispo Lino Deodato, declarou o mês do Santo Rosário que coincidia com seu nascimento e o Padre Bernardo fez a consagração da Igreja  ao Santíssimo Coração de Jesus aos 8 de setembro de 1883. Com a presença de muitos fiéis e outros sacerdotes foi uma festa edificante, como também a festa da Virgem Santíssima. O Padre Bernardo foi enterrado em São Paulo.
15- Padre Agostinho Gomes da Costa  (1886-1891) Nomeado Vigário da Penha do Rio do Peixe(Itapira) em 5 de julho de 1886, entrou em exercício no mês seguinte e esteve a frente da mesma até julho de 1891. Era natural de Portugal, vindo para Diocese de São Paulo. Em 1875 foi nomeado coadjutor em Jundiaí; em 1875 passou para Vigário de Mogi-Guaçu; de 1886 a 1891, Vigário em Itapira. Em 1892, grassando com intensidade a epidemia da febre amarela em Mogi Mirim, foi esse sacerdote para essa cidade prestar seus serviços a todos e aos pobres que jaziam no abandono, não só espiritualmente como materialmente. Em 1895 uma segunda epidemia devastou aquela localidade. Novamente o Padre Agostinho prestou sua caridade a eles. Faleceu com 71 anos em uma modesta chácara que detinha na Rua Saldanha Marinho junto a linha férrea. Era muito querido pelo povo. Foi em seu paroquiato que se deu a abolição da escravatura que foi comemorada por ele e pelo povo. Na Igreja o solene “Te Deum”. No Livro de Ata, há despacho favorável ao seu pedido em relação aos que não podiam pagar as taxas para os diversos sacramentos que eram exigidos por Mogi Mirim. Celebrava Missa na Capela de São Benedito e revendo o Livro de Ata da Irmandade de São Benedito, o mesmo faz referencias a pequenos desentendimentos entre o Padre e a Irmandade mas nada que comprometesse as relações, pois, o Padre Agostinho nunca deixou de rezar Missas lá. Em 1916, o Padre Guerra Leal faz ver ao Prefeito Francisco Vieira, que o túmulo do Padre Agostinho está esquecido. Através de uma carta de retórica impecável, pede ao Intendente que não deixe no esquecimento um sacerdote de tamanha importância para a cidade. O prefeito atende ao pedido e é construído um mausoléu onde repousam suas cinzas.
16- Padre Antonio Luiz dos Reis França (1891-1893) Nomeado em 12 de junho de 1891, irá tomar posse a 2 de julho daquele ano. Nasceu em Guaratinguetá no ano de 1823 e foi batizado a 23 de abril do mesmo ano, na Igreja Matriz daquela cidade. Filho legítimo de Antonio Luiz dos Reis, natural da Vila de Cunha, Bispado de São Paulo e de Ana Galvão França, natural de Guaratinguetá, Bispado de São Paulo. Neto paterno de Manoel Aires do Amaral (natural de Portugal) e de Catarina Maria dos Reis (natural da Vila de Cunha). Neto materno  de Tomaz da Silva Reis e de Emiliana Maria da Silva, naturais da Vila de Cunha. Padrinhos: Capitão Jose Francisco Guimarães e de Esmeralda Bernardes. Por procuração se apresentaram o Alferes Jose Monteiro e sua esposa, Ana Angélica. Recebeu a tonsura e ordens menores a 28 de agosto na Quinta de Santo Antonio; sub-Diaconato a 24 de agosto, Diaconato a 13 de setembro e Presbiterato a 20 de setembro de 1846, no Palácio Episcopal das mãos do 5º  Bispo de São Paulo, Dom Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade. Em 29 de dezembro de 1847 foi nomeado Vigário de São Francisco de Paula em Pinheiros, sendo removido para Guaratinguetá em 8 de maio de 1848. Em 16 de abril de 1857 foi nomeado mestre de cerimônia da cidade de Guaratinguetá. Interrompeu o serviço paroquial por ter sido eleito deputado provincial em diversas legislaturas. Em 28 de agosto de 1890 foi nomeado Vigário de Jambeiro, de onde veio para Itapira a 12 de junho de 1891 a 29 de dezembro de 1893. Voltou para a Igreja de São Francisco de Paula (Pinheiros)  e, em 1894, 1899 e 1906 para São Vicente, Pirassununga e São Miguel de Piquete; foi por fim para Guaratinguetá onde faleceu com 85 anos de idade e 61 de sacerdócio, em 1908 no mês de março. O Padre João Antonio da Costa Bueno foi nomeado para sucedê-lo em 9 de julho de 1893 mas não assumiu.  Quem o substituiu foi o Padre Bento de Almeida Dias Leme. Em 1891, quando o Padre Reis França presidia instalação da Confraria de São Benedito, criou um problema. O Irmão procurador, Messias Antonio Franco levou ao conhecimento da mesa que o Pároco havia dado demissão ao segundo procurador, Sr. Joaquim Antonio Porfirio, que segundo ele, era de confiança e o iniciador da Confraria. Consta notar que nessa época (1891-1893) a Confraria de São Benedito não estava corretamente ereta e ficou paralisada por 10 anos (18/12/1903), quando se deu a segunda instalação. No dia 25 de fevereiro de 1892, a Paróquia de Santo Antonio de Jacutinga foi anexada à Itapira. O Padre Reis França, Capelão de N.S. Aparecida em 14 de setembro de 1853, foi denunciado porque não apresentou sua provisão assinada pelo Vigário Capitular, sede São Vicente, ficou suspenso e, apesar disso, continuou a usar das ordens, ficando irregular( A lei n. 43 de 30 de março de 1844, artigo 50 #1. Essa lei remetia à Mesa Administrativa a faculdade de apresentar sacerdote idôneo para Capelão, cuja proposta devia ser confirmada pelo Bispo. A Pastoral de 23/11/1852 declarou que as graças especiais que ainda não tinham sido apresentadas, o fossem daquela data a 2 meses, ficando sem nenhum vigor se não fossem). Este caso repercutiu no ano seguinte na Assembleia legislativa, porque o capelão era deputado.  Iniciou-se a catiliania contra Dom Antonio. O processo n. 344, junto ao 340, iniciado em 1853 contra o Padre Reis França teve sentença do Internúncio Marino Marini a 23 de abril de 1856, concedendo a Dom Antonio a faculdade para absolvê-lo da irregularidade. 
17- Padre Bento de Almeida Dias Leme  (1893-1909) Nomeado em 13 de outubro de 1893, seu paroquiato foi o mais longo de todos os seus antecessores. Outras particularidades assinalaram seus 16 anos em Itapira: foi o último Vigário do século XIX e o primeiro do século que se iniciava. Sob o ponto de vista da religiosidade, seu sucessor vai fundar a Igreja Brasileira em Itapira. Nascido em São Paulo a 15 de maio de 1861, filho de Joaquim Jose de Almeida e de Joana Batista Dias Leme, entrou para a Sé Catedral em 1872, onde esteve como coroinha até 1876, época em que foi elevado a Capelão Cantor. Em 1880 foi nomeado Mestre de Cerimônias do Cabido e do Sólio Episcopal de Dom Lino, cargos esses que desempenhou até 1891. Fez o curso preparatório do Seminário em São Paulo e depois de algum tempo, fez teologia. Recebeu tonsura em 19 de março de 1887, ordens menores a 27 de abril de 1890, Subdiaconato em 14 de dezembro de 1890, diácono a 20 de dezembro de 1890 e finalmente a 19 de abril de 1891, Presbiterato. Nomeado Ministro do mesmo Seminário pouco depois de sua ordenação, foi designado para a Paróquia São Francisco de Paula em Pinheiros, donde saiu para ser Vigário em São Bernardo. Em 1893 a 27 de outubro, tomou posse da Paróquia da Penha do Rio do Peixe ( Itapira). Todas as ordens e nomeações foram feitos por Dom Lino. Ele e o Padre João Antonio da Costa Bueno foram designados para Itapira mas este último nunca assumiu. O colega de Dias Leme era natural de Pindamonhangaba e irmão do Senador D. Antonio Dino Bueno. Iniciará sua vida religiosa  como Vigário de Guaratinguetá e São Roque; foi o 19º Vigário de Conceição de Campinas (1896 a 1898)  em substituição a Dom João Batista Correia Nery elevado ao Sólio Episcopal da Diocese de Espírito Santo, que leu a portaria de nomeação de seu sucessor; 3º Vigário da Paróquia de Cambuci, na Capital pelos anos de 1906; Vigário em Itapetininga em 1903; Vigário Ecônomo em São Miguel Arcanjo (27/10/1901 a 13/01/1902; Pró-Pároco de Piedade (1907); Vigário de Sorocaba (20/10/1907 a 2/03/1913); Vigário de Araçariguama. Merecidamente distinguido com as honras de Cônego Honorário do Cabido de São Paulo a 30 de junho de 1897,  em atenção aos seus muitos serviços prestados à Igreja. Em Sorocaba foi Síndico do Convento das Concepcionistas de Santa Clara que lhe ficou a dever serviços inestimáveis. Foi grande amigo do Bispo Dom Lucio Antunes de Souza, de Botucatú. Faleceu repentinamente no Rio de Janeiro. O Padre Dias Lemes foi Ministro do Seminário em São Paulo, Vigário de Itapira e de Limeira e, Cônego Catedrático do Cabido de Campinas. Tomou conta da Paróquia de Itapira de 27/10/1893 ate´ 25/09/1909, dia em que deixou Itapira para ir para Limeira, onde teve longo paroquiato e que veio a falecer a 26/02/1926, cercado de estima geral. Em Itapira, na 3ª semana da Epifania de 1895, cumprindo o mandamento do Bispo Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, 9º Bispo de São Paulo, de 25/12/1894, consagrou as famílias da Paróquia à Sagrada Família de Nazareth, por ocasião da festa litúrgica da Sagrada Família. Esforçava-se na realização das cerimônias da Semana Santa, pois, deixou no Livro de Tombo: “Todos os atos foram celebrados com toda a simplicidade mas com toda a decência exigida pela Liturgia Eclesiástica”. Em 13/03/1897 faz a ereção da via Sacra na Igreja Matriz de Itapira. Em 1900 empreende a reforma da Matriz, interior e exterior, aumentando muitos cômodos em ambos os pavimentos, inaugurando-a em 24/03/1901, às 5hs da tarde com afluência de muita gente e com a benção solene oficializada pelo Cônego Chantre, Vigário Geral de São Paulo, Monsenhor Manoel Vicente da Silva, auxiliado pelo Cônego Augusto Cavalheiro Silva, Padre Agostinho Gomes da Costa e o próprio Vigário, Padre Bento. O programa dessa inauguração tinha  a Ladainha de Nossa Senhora e Benção do Santíssimo; à noite teve a Missa Solene conduzida pelo Vigário Geral; no dia 25 o Monsenhor Manoel Vicente da Silva conduziu a Festa da Anunciação de Nossa Senhora e a procissão à tarde e o “Te Deum”. Assim a Igreja Matriz se tornou espaçosa e sólida, embora sem grandes ornatos externos. Quem propiciou a reforma foi o Coronel Jose de Souza Ferreira, que para isso angariou donativos e a importância de 16.800$000 réis, incluindo o seu. O Dr. Adalberto Pereira de Ulhôa Cintra promoveu duas subscrições populares, uma para aparelhos e instalações de gaz acetileno e , outra em favor do Altar do Sagrado Coração de Jesus (banqueta de metal branco e tapete) que hoje é o Altar de Nossa Senhora do Rosário. J. Henrique de Camargo tomou ao seu cuidado o Altar da Irmandade do Coração de Maria; o Coronel Alfredo Azevedo tratou da mobília da Matriz (48 bancos com encosto e estrado para ajoelhar, 2 bancos com espaldares para Missas cantadas e 1 Arcaz para a sacristia. Os 2 bancos são de valor artístico e se acham um ao lado do outro no Altar-mor; o Arcaz é o mesmo que se acha na sacristia. Devoto do puríssimo Coração de Maria e amigo da Congregação dos Padres Filhos do Coração de Maria, o Padre Bento dotou a Matriz com a Associação Religiosa, dos primeiros sodalícios paroquiais, a Arquiconfraria do Imaculado Coração de Maria, cujos fundadores foram os Padres Angelo Martins e Manoel Martins, c.m.j., e seu primeiro presidente foi o Padre Bento em 09/06/1903. Em 24 de fevereiro de 1907, presidiu o lançamento da Pedra Fundamental da Santa Casa de Misericórdia de Itapira, se tornando o primeiro capelão da Irmandade. No ano seguinte, 02/07/1908, fez a inauguração da parte acabada com Benção, Missa e Pregação. Em relatório que enviou à Cúria, incluiu a imagem de Nossa Senhora da Penha, de tamanho médio, exatamente aquela que se acha no Altar-mór, de madeira artística e pintura rica. Informou ainda do Altar do Coração de Jesus e de N.S. da Dores.  Informou ainda que de 1877 à 1903, houve 4 missões em Itapira. O Cruzeiro foi levantado no Parque pelos Missionários Cardinarianos em 1903. Foi amigo do Monsenhor Manoel Vicente, que esteve várias vezes em Itapira; também foi visitado pelo Monsenhor Benedito Paulo Alves de Souza, então secretário do Arcebispado de São Paulo (08/12/1908) e que mais tarde foi Bispo Diocesano de Espírito Santo, hospedando-se na casa do Major Jose Calixto de Almeida. A fim de conferir a sagração episcopal a Dom Antonio Augusto de Assis, em Pouso Alegre, passou por Itapira em Trem Especial, o Cardeal Arcoverde, promovendo o Vigário Bento, grandes manifestações por parte dos católicos (novembro de 1907). Com autorização do Vigário-Geral de São Paulo, Monsenhor Antonio Pereira Reimão, doou à Capela de São Benedito e Irmandade a imagem do santo que existia na Matriz. Os Altares de madeira do Coração de Maria e de N.S. do Rosário, vem do seu paroquiato adquiridas pelos anos de 1903 e 1904. Instalando-se o Cabido de da Catedral de Campinas a 3 de novembro de 1909, fez parte da primeira turma de Cônegos Catedráticos. Faleceu em Limeira a 26 de fevereiro de 1926.
18- Padre Manoel Carlos de Amorim Correa  (26/09/1909 à 30/12/1912) Batizado em 1 de agosto de 1873 na Igreja Paroquial  de Santa Maria de Mujães, Conselho de Viana do Castelo, Província de Minho, Diocese de Braga, Portugal, pelo Presbítero João da Costa Torres, coadjutor. Nasceu na mesma Freguesia às 3 horas da tarde de 30 de julho de 1873, filho legítimo, primeiro do nome de Theotônio Exposto da Roda de Barcellos, jornaleiro e de Rosa Gonçalves (jornaleira), naturais da Freguesia de Santa Maria de Mujães, nela recebidos e paroquianos, moradores no lugar do Paço; neto materno de Jose da Costa Raso e Tereza Gonçalves. foram padrinhos Manoel Antonio Ribeiro, casado, ferreiro e Maria Gonçalves, casada, jornaleira. Seu pai faleceu em 11/04/1885, deixando de seu casamento (27/04/11871), tres filhos: Manoel Carlos (Padre Amorim), mais velho, Antonio e Ana. Consta que sua mãe viúva, se transportou para o Brasil com os três filhos menores. Assim se explica como o Padre Amorim veio receber sua formação no Brasil. Posteriormente sua mãe retornou à Portugal com os outros dois filhos, que mais tarde se casaram. O Padre Amorim quando já Vigário de Itapira, fez viagem à Portugal em visita à sua mãe e irmãos. Ela porém, sobreviveu até os 72 anos, vindo a falecer,  em 23/05/1914, no lugar do Paço da Freguesia de Mujães. Consta que frequentou o Ginásio dos Padres Salesianos de Lorena, do qual saindo, foi rogar à bondosa mãe de Dom Nery, para que este o admitisse no Seminário da Diocese de Espírito Santo. Deixando o Seminário, esteve algum tempo no Rio de Janeiro, servindo na Casa Lucena. Foi em seguida recebido no Seminário do Rio Comprido, donde também saiu. Passou para São Paulo e, sob a proteção do Monsenhor Manoel Vicente, ingressou no Seminário Episcopal, onde porém, foi preterido algumas vezes nas Ordens. Recebeu lá as Ordens menores e maiores. Com o falecimento do Bispo Diocesano, Dom Antonio Candido de Alvarenga, o Vigário Capitular de São Paulo, Monsenhor Manoel Vicente, conseguiu que o Exmo Sr. Núncio Apostólico viesse de Petrópolis para conferir as sagradas ordens aos alunos do Seminário. Recebido o Diaconato a 02/02/1903, recebeu o Presbiterato das mãos de Dom Julio Tonti, Núncio Apostólico na Sé Catedral de São Paulo a 08/11/1903. Cantou sua primeira Missa a 08/12/1903 na Matriz da Consolação de São Paulo, pregando o Padre Joaquim Domingues de Oliveira Beleza, professor do Seminário, mais tarde, Vigário Geral de São Paulo, Bispo e 1º Arcebispo de Florianópolis. O Padre Amorim exerceu seu ministério sacerdotal nas paróquias da Consolação (São Paulo) e Jundiaí como coadjutor, em Bananal, Araras e Itapira, como Vigário. A 24/08/1909 foi transferido da Paróquia de N.Senhora do Patrocínio, em Araras para Itapira (1907-1909), N.S. da Penha, vindo com festiva recepção e tomando posse a 26/09/1909. Em Itapira, recebeu a primeira Visita Pastoral (de 5 a 9 de abril de 1910), do primeiro Bispo de Campinas, Dom João Batista Correia Nery, recebido festivamente pela população católica. Dom Nery elogiou o Padre Amorim pelo zêlo com o Livro que passou a ser do Tombo e deixou os mandamentos: 1- modificar as entradas do Altar-mór, dos Passos e das Dores; 2- Substituir a escada longa da Capela do Passos pela volta perto da Pia Batismal; 3- providenciar, na Capela dos Passos, a Capela do Santíssimo com decorações e arranjos confiadas ao Apostolado da Oração e à Arquiconfraria do Imaculado Coração de Maria; 4- melhorar a condição dos dois confessionários; 5-dotar a Igreja com mais três Pedras Dara; 6- fazer uma separação na pia batismal e outra na Igreja, entre homens e mulheres. Durante essa visita pastoral, Dom Nery recebeu, Dom Assis, que o ajudou nos trabalhos, demorando-se mais 2 dias. A 05/09/1912, foi reaberta a Capela do Santíssimo Sacramento, antiga Capela dos Passos, tendo passado por uma reforma completa. Foi em seguida colocado o tabernáculo com grande assistência de fiéis. Também a Matriz nesse dia foi iluminada pela primeira vez com luz elétrica. Em 17 de setembro de 1910, após grave enfermidade que o acometeu, na visita do Bispo Dom Nery nas festas de Natal daquele ano, o Bispo de Campinas, o elevou à condição de Cônego do Cabido de Campinas. Teve como substitutos durante seu tratamento de saúde, o Padre Luiz Cherico, residente em Campinas, místico (1910); Padre Ataliba Correia de Melo (1911), pró-Pároco e Fabriqueiro na ausência de 3 meses do Padre Amorim, e como coadjutores: Padre Miguel Guglielmi (4/07/1910), procedente de Rio Claro, que ficou por poucos dias; Padre Ataliba Correia de Melo (17/08/1910). Em sua volta reorganizou a Irmandade do Santíssimo (23/10/1910) e empenhou-se em receber os foros em atraso. A 10 de maio de 1910, reconheceu como Instituição Canônica Diocesana a Irmandade de Santo Antonio de Itapira. Benzeu o Cônego Amorim, a 1ª Pedra Fundamental das capelas: Santo Antonio (08/12/1911) e Santa Cruz (25/03/1911) na sede paroquial e de Sant’Ana em Eleutério (24/08/1912), na propriedade de Joaquim Francisco de Assis Vieira. A 1ª capela não foi adiante, a segunda tem longa história e a 3ª só foi levantada em 1944, nos mesmos alicerces. Em outubro de 1912, Dom Nery comunicou por carta de seu próprio punho ao Cônego Amorim Correa, que dia 1 de janeiro de 1913, cessaria sua jurisdição em Itapira, devendo ele entregar a direção da Paróquia ao sacerdote que fosse nomeado pró-Pároco. Na sua carta pastoral de 31/01/1913, Dom Nery dirigindo-se aos fiéis de Itapira diz que:               “ Tendo a Sagrada Congregação Consistorial, fundada em 16/07/1911, aconselhado, nas normas fornecidas para o nosso Seminário que houvesse nesta nossa querida Diocese um lugar em que os seminaristas passassem férias e fizessem exercícios práticos dos misteres pastorais, as nossas vistas se voltaram, caríssimos filhos, para essa Freguesia, não só porque verificamos por experiência própria as amenidades de seu clima, como porque conhecemos os sentimentos nobilíssimos de vossos corações e o alto grau de religiosidade que vos caracteriza. Não se trata, como estais vendo, de nenhuma medida disciplinar, nem entendemos de modo algum, magoar o ex-Vigário Amorim Correa, usando apenas de um direito que me assite como Prelado Diocesano. Assim como escolhemos Itapira, poderíamos ter escolhido qualquer outro município e destituir a bem geral qualquer Vigário; se prevalecem em casos tais, o capricho dos funcionários subalternos, o governo diocesano se tornaria impossível. Pensávamos, pois, que tudo corria tranquilamente, por isso que no uso de nossa autoridade não nos acusava a consciência de cometer injustiça alguma, quando inesperadamente fomos surpreendido por boatos alarmantes partidos de vários pontos da Diocese, todas concordes em afirmar que o nosso ato seria desobedecido. Continuando a confiar no espírito sacerdotal do Reverendíssimo Cônego Amorim Correa, julgamos que as noticias propaladas, não passavam de meros boatos sem fundamento e, de acordo com o que havíamos determinado, para essa Freguesia, fizemos seguir o Reverendíssimo Cônego Oscar Sampaio, com portarias que o habilitavam como Encarregado e Fabriqueiro da Paróquia de Itapira. O que aconteceu, as peripécias que se desenrolaram, vós todos conheceis. Apesar de ficar no ânimo de todos a triste impressão de que o infeliz sacerdote que até então era nosso representante no meio de vós, só não pusera em prática seus planos de resistência por falta de condições favoráveis, atendendo à pedido de vários fiéis  dessa Paróquia e, desejando por um termo no incidente,  deixamô-lo no uso de suas ordens, certo que este gesto de complacência mereceria alguma retribuição de sua parte. Estávamos iludidos! Dias depois reapareceria seu periódico com novos artigos irreverentes e sucediam fatos que reclamavam enérgicas resoluções do Governo Diocesano. Assim é que foi mister proibir o Cônego Amorim Correa a celebração dos atos religiosos na Capela de São Benedito. Era uma medida de ordem e da prudência e só competia ao mesmo sacerdote acatá-la e quando muito, recorrer ao Prelado Diocesano apresentando suas queixas e reclamações. Nada disso aconteceu. Nos dois jornais da cidade, em quebra evidente da reverência prometida ao sucessor do Prelado que o ordenou, dirigiu-se ao Bispo Diocesano nos termos que vos são conhecidos. Havendo na Pastoral Coletiva um dispositório que proíbe tais expansões eclesiásticas, incidira o Reverendíssimo Cônego Amorim Correa na ‘Pena de Suspensão’ aí cominada,  o que com grande mágoa para o nosso coração de pai, fomos forçados a notificar-lhe por Portaria de 29 de mês findo (janeiro). Equais sentimentos não moveram, entretanto, o coração deste infeliz sacerdote, pois, não só ousou telegrafar-nos em tom de mofa, acusando o recebimento da referida Portaria, como segundo consta, festejou com alegres expansões um fato que ao invés, deveria enlutar para sempre sua alma sacerdotal. Eis o que tem havido até o presente. Se a teimosia e contumácia desse sacerdote for até o uso indevido de suas ordens, lembrai-vos, caríssimos filhos, que não podeis tomar parte nos atos religiosos que ele por ventura exercer. Seria cooperar para um grande crime e um grande Pecado, o que atrairia sobre todos,  maldição do céu...” O Padre Francisco Ozamis, que foi auxiliar da Visita Pastoral do Bispo de Campinas, Dom Nery à guisa de Prólogo’, do Livro Relhadas, do Cônego Moysés Nora, afirma entretanto, que a substituição do Cônego Amorim, foi questão disciplinar e medida administrativa da Diocese. Notificado da suspensão em que incorrera, ato continuo resolveu o Cônego Amorim, fundar a ‘Igreja Nacional’, tendo por isso incorrido em excomunhão ‘spieciali modo’, reservada ao Sumo Pontífice. Por Portaria de 11/02/1913 foi destituído das honras de Cônego da Catedral de Campinas. Aos 30 de janeiro de 1913, havendo celebrado o Santo Sacrifício da Missa, fundara a ‘Igreja Católica Apostólica Brasileira’, e aos 16 de fevereiro daquele ano publicou seu Manifesto Pastoral, de ignorância inexplicável em pontos doutrinários. Aconselhado com os maus instintos do orgulho e da incontinência, abafando os brados da razão serena e da justiça imanente, perdeu a compostura de homem e de Padre. Anunciou fazer uma conferência em Mogi Mirim e cobriu de insultos o Bispo e o clero de Campinas, pela imprensa. O Cônego Moysés Nora de Mogi Mirim saiu a campo para defendê-los. Recorreu então o Cônego Amorim à autoridade civil. O Cônego Moysés Nora constituiu seus advogados de defesa no Tribunal. A queixa do Cônego Amorim foi julgada improcedente por sentença do Dr. Artur S. Witaker, Juiz de Mogi Mirim e absolvido o Cônego Moysés Nora, sendo o queixoso condenado nas custas (abril de 1913). Conseguiu o Cônego Amorim atrair para Itapira alguns sacerdotes da Igreja Católica, provenientes de outras Dioceses igualmente suspensos de suas ordens. Dentre eles, o sacerdote italiano Francisco Frederico Arditi, seu auxiliar em vida, que depois de sua morte se intitulou 2º Patriarca da Igreja Brasileira. Faleceu este sacerdote arrependido de seus erros e assistido pelo Vigário da Paróquia em 1928. O Cônego Amorim não durou muito, pois, veio a falecer a 30 de agosto de 1913, em sua Chácara, às 2 horas da manhã. Às 17 horas, foi enterrado no Cemitério de Itapira, com acompanhamento extraordinariamente concorrido. O Commércio de Itapira, n 56 de 04/09/1913 imediato à sua morte, deu amplo noticiário sobre o Cônego, a sua última enfermidade e seu passamento, não escondendo a assistência religiosa que lhe foi prestada à seu pedido. Por esta razão é que se tem afirmado haver o Cônego Amorim se arrependido. O Padre Amorim paroquiou Bananal pelo tempo mais ou menos de 11 meses, de fevereiro ao fim de dezembro de 1906. Tornou-se também provedor da Santa Casa. Veio a ser ainda redator do jornal “ A Palavra”, folha consagrada à Religião Católica e dos interesses do município de Bananal. Fez do púlpito sua tribuna de censuras e ataques. Vieram por isso lutas e episódios desagradáveis. Até o dia que não o suportando mais, teve a sua retirada forçada de Bananal. Coube ao Cônego Amorim receber festivamente após 70 anos, a imagem primitiva do Bom Jesus, desaparecida da Igreja Matriz.
19- Cônego Oscar Sampaio Peixoto (30/12/1912) – abril de 1913) Nasceu em Campinas aos 23/01/1884. Iniciou seus estudos no Liceu N.Senhora Auxiliadora de Campinas, tendo sido mais tarde levado por Dom Nery para o Seminário de Pouso Alegre, donde foi o 1º  sacerdote ordenado. Recebeu o Presbiterato das mãos de Dom Antonio Augusto de Assis, 2º Bispo de Pouso Alegre, a 07/02/1909; foi coadjutor de Santa Rita do Sapucaí; Vigário de Alfenas (em comissão) ; de Guaxupé; de Monte Santo; de São João da Fortaleza e de Cambuí; foi Cura da Catedral, Professor de Ginásio e Secretário do Bispado de Pouso Alegre; Cônego Honorário de Pouso Alegre. Na Diocese de Campinas, foi Vigário de Indaiatuba; coadjutor de Amparo (1911; Vigário do Arraial de Souzas (1911); procurador do Óbulo Diocesano (1912); 1º coadjutor da Catedral de Campinas; Secretario do Bispado, não só durante os anos de vida de Dom Nery mas na Sede Vacante, em cujo período foram Vigários capitulares Dom Joaquim Mamede da Silva Leite e Monsenhor Antonio Pereira Reimão, sucessivamente; Cônego Catedrático de Campinas (1916), pela Santa Sé, para a vaga de Dom Otávio. Aos 30/12/1912, por provisão de Dom Nery, foi Encarregado da Paróquia de Itapira, com todas as faculdades ordinárias que são conferidas ao Pró-Pároco e Fabriqueiro, recebendo das mãos do Cônego Amorim a direção da Paróquia, diante de testemunhas. Introduziu a benção do Santíssimo toda a quinta-feira; fundou a Associação da Damas de Caridade; recebeu a visita do Monsenhor Dr Joaquim Mamede da Silva Leite, visitador diocesano, que permaneceu em Itapira para a Visita Pastoral de 12/02/1913 a 05/05/1913, promovendo missões nos bairros e terminando os trabalhos pastorais na sede paroquial. foram centros de missões a Fazenda de Joaquim F. de Assis Vieira, em Eleutério; Barão de Ataliba Nogueira; as fazendas Santo Antonio do Dr. Maciel; São Jose de Antonio Lopes da Silva e Águas Claras, de dona Ana Bernardina de Campos; e à partir de 17 de abril, a cidade. Os missionários eram padres do Coração de Maria do Beato Claret, Franciscanos e Capuchinhos. Nesta Visita Pastoral houve 6.227 comunhões, 33 casamentos legitimados e 1098 crismas. Monsenhor Mamede deixou as seguintes determinações: 1- aquisição de paramentos e objetos necessários ao culto; 2- melhorar as condições do tabernáculo na parte da frente par funcionar bem; 3-consertar ou retirar a escada perto do Evangelho; 4- conservar a tribuna para as senhoras. Ainda presidia as reuniões do Apostolado da Oração; Arquiconfraria do Sagrado Coração de Maria e São Benedito. Fundou a Conferência de São Vicente de Paula em 01/03/1913. Em fevereiro desse ano foi designado coadjutor da Paróquia o Padre Cincinato Cabral. Na administração de Dom Francisco de Campos Barreto, foi o Cônego Oscar, nomeado para Vigário de Capivari (1921-1923); em Mogi Mirim (1923-1925) e Araras (1925-1926). Com autorização do Bispo passou para a Diocese de Ribeirão Preto, sendo Vigário de Casa Branca. Finalmente no Rio de Janeiro, prestou serviços na Matriz da Glória. Na quaresma de 1935, em busca de melhoras de sua saúde profundamente abalada, foi para Lindóia , passando por Itapira e ficando 2 dias na Santa Casa. Seguindo para Campinas veio a falecer a 08/05/1935, às 23:45 hs em quarto particular da Santa Casa com todos os sacramentos da Igreja. Foi enterrado em Campinas.
20- Padre João Calazans Nogueira  (abril de 1913 à abril de 1915) Nasceu em Rosário de Dom Viçoso, município de Silvestre Ferraz, Minas, aos 28/08/1871. foram seus pais Inácio Jose Nogueira e Ana Casarina Nogueira. Foi um dos primeiros sacerdotes ordenados por Dom Nery, na Diocese de Pouso Alegre aos 29/12/1901, pois, viera de Mariana com o curso de teologia terminado, havendo entrado no Seminário com 21 anos. Foi Vigário em Alfenas, Jacutinga, Andradas, Santa Rita do Sapucai, com pequeno intervalo, pois, prestou serviços na Diocese de Campinas como 1º Reitor do Seminário. Foi Vigário em Itapira e Arraial dos Souzas; Cônego Honorário de Pouso Alegre e de Campinas. Em 1943 sentindo-se sem forças para os trabalhos em Santa Rita do Sapucai, pediu sua exoneração, aceitando o serviço paroquial de Bela Vista, distrito de Santa Rita do Sapucai. Em todas as paróquias em que trabalhou conferiu grande dedicação à Igreja coibindo abusos e erros. Trabalhou para a construção das Matrizes de Jacutinga e Andradas e fez importantes reformas na Matriz de Santa Rita do Sapucai, cuja inauguração se deu em 22/05/1924, com a presença do Bispo Diocesano Dom Otavio, que fez a sagração do Altar-mor e onde construiu uma das melhores casas paroquiais. Na cidade de Bela Vista, mesmo idoso e enfermo, levantou uma nova e esplendida Matriz. Em Pouso Alto, Diocese de Campanha, onde se encontrava em visita a parentes e amigos, faleceu no dia 09/04/1943, às 22:30 horas. Era o mais antigo sacerdote da Diocese de Pouso Alto. Faleceu com 72 anos de idade e 42 de sacerdócio. Era Monsenhor Camareiro Secreto desde 1925, de cujo titulo foi portador o Bispo Dom Otavio, regressando de Roma, da visita “ad limina”. Em Itapira (1914) benzeu e levantou o Cruzeiro do Cemitério Municipal. Na longa 2ª visita de Monsenhor  Mamede, por ocasião da Festa da Padroeira N.S. da Penha, foi orador o Padre Dr. João Gualberto do Amaral. Teve como coadjutores os Padres Cincinato Cabral e Álvaro Pereira Pinto. Durante seu paroquiato vieram para Itapira, para pregar, os Padres Teofilo Laviganani S.j., e o Monsenhor Miguel Martins, missionário brasileiro (Missionário e Protonatário Apostólico). O Altar da Capela do Santíssimo e o trono, peças de arte em madeira, foram encomendadas pelo Cônego Calazans e pagas pelos esforços das senhoras zeladoras, ficando na ocasião (1914) em 2.500$500 réis. 
21- Cônego Artur Teixeira Barbosa de Guerra Leal  (14/04/1915 a 11/02/1923) Sacerdote português, relativamente moço, sob licença do ordinário de Portugal, concedido por tempo indeterminado “ad mutum episcopae”. Nasceu em 15/08/1878. As fontes que dispomos, antigos relatórios da Diocese de Campinas e noticiários sobre particularidades desse sacerdote, não são concordes. Diz uma dessas fontes que nasceu em Madalena, povoação do Conselho de Vila Nova de Gaia (Porto). Em seu necrológico e alhures, encontramos o local de nascimento sendo em Amarante, vila muito antiga e cabeça de Conselho (Porto), onde São Gonçalo de Amarante edificou uma capela. Entretanto, o local do nascimento deve  ficar na região da cidade do Porto. Foi ordenado em 1907, aos 29 anos de idade, em Portugal mas há divergências  da Diocese de sua ordenação. Segundo os livros da Diocese de Campinas, no tempo de Dom Nery, indicam a Diocese do Porto (1917 a 1919) ; dizem talvez em Lamego, cabeça de Conselho do distrito de Vizeu e sede do Bispado; não faltam informações sobre a Diocese de Algarves, que o Infante Dom Henrique construiu uma escola de navegação de onde partiam os algarvios para as conquistas oceânicas. Hoje constitui o direito de Vara. Podemos supor que o Cônego Guerra Leal se transferiu para o Brasil por causa da perseguição ao clero no ano de 1910. Nos anos de 1914 e 1915 vamos encontrá-lo na Paróquia do Arraial de Souzas, Campinas, havendo passado antes por Santa Barbara, na mesma Diocese. Por permuta com o Cônego Calazans, passou para Itapira onde ficou 8 anos bem trabalhados. De Itapira foi transferido para Araras, mudando depois para a Diocese de São Carlos do Pinhal, quando esta abrangia Jaboticabal e Rio Preto. Foi Vigário em Pitangueiras, Rio Preto, Tabapuã e Monte Alto, onde conseguiu levantar um majestoso templo com a invocação de Bom Jesus e deveria ser inaugurado em agosto de 1928, dia 6, quando poucos dias antes, faleceu no Hospital Beneficência Portuguesa na Capital, com 50 anos de idade. Dizia-se Cônego e Doutor. Os poucos relatórios da Diocese de Campinas no tempo de Dom Nery, são constantes quanto a sua condição de Cônego da Igreja Catedral de Faro, mas o relatório de 1914, diz Cônego de Loanda, um dos seis distritos da província de Angola. Quanto ao seu canonicato efetivo  ou catedrático sobre seu titulo acadêmico há igualmente contradição: Doutor em Teologia (relatório de 1914) E Bacharel em Teologia (os demais relatórios). Recebeu a 3ª e 4ª visitas pastorais de Dom Nery e a 1ª de Dom Barreto. Monsenhor Joaquim Mamede da Silva Leite, na 3ª  Visita  Diocesana deixou uma informação sobre a atual igreja, elogiando o aspecto e cuidados do Vigário. Determinou nessa visita (16/10/1915 a 03/11/1915) que o antigo Altar do Sagrado Coração de Jesus ficasse para o de N.S. do Rosário. Deu o Bispo 50 dias de indulgência para quem rezasse uma Ave Maria diante da imagem do Senhor Crucificado e de N.S. de Lourdes. O Bispo benzeu a 1 Pedra Fundamental da Vila São Vicente. Na passagem do Bispo Dom Otavio Chagas de Miranda indo tomar posse da Diocese de Pouso Alegre (1916), o Cônego Guerra Leal prestou grandes homenagens. A festa do Divino Espirito Santo, foi presidida pelos Bispos Diocesanos e auxiliares. A 19 de novembro, com grandes festas e com a presença do Batalhão Colegial do Liceu N.S. Auxiliadora de Campinas. Após a Missa celebrada por Dom Otavio, Dom Mamede benzeu a 1ª Pedra da torre da Igreja Matriz. Em 1914, o Cônego Guerra Leal hospedou o Bispo de Ribeirão Preto, Dom Alberto Jose Gonçalves. Diante do aspecto de um casarão de arquitetura colonial em péssimo estado de conservação, o Cônego Guerra Leal mandou levantar uma torre de 36 metros de altura, fachada nova e reforma completa do interior do templo: Capela-mor, Capela do Santíssimo, Sacristia, Batistério,Côro e Tribuna. A Câmara Municipal doou o relógio para a torre que ficou em 2.300$000 réis. Na 4ª visita de Dom Mamede (21/031918 a 01/04/1918) declarou que achou tudo bom e bem feito pelo Cônego Guerra Leal, não só pela parte material mas também pela dedicação espiritual aos fiéis de Itapira. Foi incansável por ocasião da Gripe Hespanhola, organizando o hospital para atendimento aos pobres, não descuidando da assistência espiritual. Inaugurou a Capela da Fazenda São Joaquim, de João Batista Pereira e Irmãos, uma das melhores Capelas da Paróquia. Na 1ª Visita Pastoral do Bispo Dom Francisco de Campos Barreto, entre 16 a 22 de maio de 1922, os elogios no Livro de Tombo continuam à respeito da conduta do Cônego Guerra Leal. Fundou em Itapira um Colégio para meninos e meninas, a 01/02/1923, conduzido pelas Irmãs das Escolas Cristãs, de vida efêmera. Teve como coadjutores os Padres Serapio Giol Herrero 923/06/1915); Joaquim Fonseca (1915); Mario Abbondanza (19150; Jose Dias Ferreira; Jose Candido; Leão (italiano); Fernando Maria Leon e Francisco Dueñas Matuti, espanhóis, portugueses e italianos, todos por pouco tempo. Vem do seu paroquiato: a gruta de N.S. de Lourdes em mármore, inaugurada pelo Bispo Dom Mamede e o de Santo Antonio, em madeira, que dá a impressão de ter sido feito pelo mesmo escultor que fez o Altar do Santíssimo e os confessionários. Custou 800$00 réis. Foram aquisições do Cônego Guerra Leal as imagens, N.S. das Dores (tamanho natural); Jesus Crucificado, com movimento nos braços para as cerimônias de descimento da Cruz e Procissão do Enterro; Coração de Maria, existente na Arquiconfraria; Santa Luzia, São Vicente de Paula e N.S. de Lourdes. Ele retirou um sino de pau, que estava num dos campanários destruídos. Dentre os vários padres capuchinhos vindos de São Paulo, prestando serviços em Itapira, esteve o Padre Luiz Maria de Sant’Ana, posteriormente Bispo de Uberaba e Botucatu. O atual Arcebispo de Goiás, Dom Emanuel Gomes de Oliveira, esteve em Itapira na qualidade de Diretor do Liceu N.S. Auxiliadora, de Campinas (1916). O Cônego Guerra Leal se opôs às manifestações externas feitas pela Igreja Brasileira, junto as autoridades locais e perante o Governo do Estado, em virtude da fraqueza e ignorância daquelas, chegando a conseguir um “ Accordum” negando provimento ao recurso de “Habeas Corpus” à referida Igreja. Houve a instalação canônica da Confraria do Rosário (1917). Aos 5 de setembro de 1928, foram celebradas solenes exéquias pela alma do Cônego Guerra Leal, promovida por pessoas amigas e agradecidas. Faleceu em São Paulo e sepultado no Cemitério do Santíssimo Sacramento, donde anos depois veio para Itapira, onde descansa na cripta na nova Igreja Matriz desde 1970.
22- Padre Vicente de Paula Rizzo  ( 11/02/1923 a 06/09/1925)  Natural da Freguesia de N.S. da Candelária, em Itú e, irmão do Monsenhor Luiz Gonzaga Rizzo, este natural da Italia, pertencente ao clero de Santos. Filho de Francisco Rizzo e Miquelina Rizzo. Nasceu em 05/06/1891, fez seus primeiros estudos em Pouso Alegre, Estado de Minas Gerais, para onde foi levado por Dom João Batista Correia Nery, 1º Bispo daquela Diocese. Voltando para Campinas fez o curso no Seminário Maior (cuja matricula é de 30/01/1912), recebeu todas as ordens das mãos de Dom Nery, 1º Bispo de Campinas. As ordens maiores foram nas datas: Subdiaconato em 17/12/1915; Diaconato em 23/12/1915; e Presbiterato em 24/12/1915 na Catedral de Campinas. Exerceu sucessivamente os cargos de Secretario Particular de Dom Nery, Ministro de Disciplina do Colégio Diocesano de Campinas (1915), coadjutor da Matriz do Carmo, em Campinas (1917-1918), Secretario Particular de Dom Francisco Campos Barreto, Vigário das Paróquias Americana (1921-1923), Itapira (1923-1925) , Mogi Mirim (1925-1928), Rocinha (Vinhedo) (1931), Bom Jesus de Piracicaba (08/12/1932 a 14/01/1934) e por fim Indaiatuba (1937-1945), onde faleceu a 11/04/1945. Interrompeu algumas vezes seu paroquiato enquanto serviu na Cúria Diocesana de Campinas, como Promotor Eclesiástico, em licença. Esteve na Arquidiocese de Santos e de São Paulo. Nomeado Vigário encomendado de Itapira por provisão de 18/01/1923, tomou posse em 11/02/1923. Teve como coadjutores os padres: Francisco Borja do Amaral (eleito em 1940 1º Bispo de Lorena e transferido para Taubaté em 1944); Miguel Andey e Felix Ortega. Promoveu missões na Paróquia de Itapira em 1923 em algumas fazendas; na sede paroquial fez a Semana Eucarística; reorganizou (1923) a Irmandade do Santíssimo e fundou a Pia União das Filhas de Maria; inaugurou em 1924 o Altar do Calvário. O seu paroquiato foi assinalado por um importante acontecimento ligado à Dona Leocádia Cintra. Benzeu em 1925 a Capela de N.S. Aparecida, cópia da Capela de São Benedito em Aparecida do Norte e, uma das melhores Capelas rurais de Itapira, pelo tamanho e construção na Fazendo do Salto, do Coronel Jose de Souza Ferreira. Vendendo-se o prédio que abrigou a Escola das Irmãs, cedeu a casa paroquial para esse fim, indo morar na Matriz. De Itapira foi transferido para Mogi Mirim, sucedendo-lhe o Padre Lazaro Sampaio Mattos, seu colega de turma e ordenação.
23- Padre Lázaro Sampaio Mattos (6/09/1925-13/11/1934) Nasceu em  18/04/1893 na Freguesia de Santo Antonio de Piracicaba. Filho de Manoel Francisco de Mattos e de Maria Cândida Sampaio Mattos. Aluno do Seminário de Pouso Alegre, depois sendo matriculado no Seminário Maior de Campinas aos 30/01/1912. Recebeu das mãos de Dom João Batista Correia Nery todas as ordens. Subdiaconato em 17/12/1916; Diaconato em 23/12/1916; Presbiterato em 24/12/1916, na Catedral de Campinas. Cantou sua primeira Missa  na Igreja Matriz de Santo Antonio de Piracicaba, hoje Catedral. Logo após sua ordenação foi nomeado Ecônomo e Ministro de Disciplina do Seminário de Campinas. Em seguida esteve em Piracicaba avulso, em tratamento de saúde e depois, como coadjutor da Matriz de Santo Antonio, onde permaneceu alguns meses (1917). Após, foi Vigário das seguintes Paróquias: Rio das Pedras (1918-1922), nomeado por Dom Nery; Araras (1922); 1º Vigário da Paróquia do Senhor Bom Jesus do Monte, da cidade  alta de Piracicaba, criado por provisão de 04/12/1928 ( de 13/02/1923 a 05/05/1923); de Indaiatuba (1923-1925) e finalmente Itapira. Em virtude do Sínodo Diocesano de 1928, Pároco Amovível. Em Itapira teve como coadjutores os padres: Tomaz Glilardy Rafael Gioia Martins, Luiz Fernandes de Abreu, Domingos Cassiano, Jonas Wanderley Lima (em 1934 fez-se religioso da Ordem dos Frades Menores, hoje Frei Gil Maria Wanderley), Cassimiro Gomes de Abreu, Jose Braz de Carvalho, Jose Colucci, Emilio Viliotti, Ernesto da Cunha Veloso e Antonio Martins e Silva. Padre Lázaro promoveu o mês do Rosário em 1925, tendo com pregador o Padre Francisco Borja do Amaral, posteriormente 1º Bispo de Lorena; recebeu 2ª e 3ª visitas de Dom Francisco de Campos Barreto, 2º Bispo de Campinas. Já na 2ª visita o Bispo exortou a todos fazer preces para a Paróquia alcançar à Deus, por meio da Virgem da Penha, da extinção completa da apostasia e heresia, conseqüências da Igreja Brasileira. Estabeleceram-se em Itapira as Religiosas Missionárias de Jesus Crucificado (16/01/1930), tomando a direção do Colégio Santo Antonio. A construção do prédio destinada à instrução primária das meninas foi realizado pelo Coronel Francisco Cintra. As missões inciadas pelo Padre Frei Jerônimo O.F.N., em Eleutério, Barão Ataliba Nogueira e Fazenda Santa Joana não prosseguiram em outros lugares da Paróquia devido ao movimento revolucionário de 03/10/1930. De 19 a 30/11/1930 os padres redentoristas Jose Lopes e Henrique de Barros pregaram proveitosas missões na sede da Paróquia. Na visita de Dom Francisco de Campos Barreto (5 a 8/03/1931) recomendou em razão do bom elemento religioso existente, maior recurso as estatísticas piedosas da Diocese, com maior eficácia e uma vida eucarística mais intensa. Por ocasião da Revolução de 1932, foi a cidade saqueada e sua população bem prejudicada. Duas páginas do Livro do Tombo, descrevem os tristes acontecimentos que se deram em Itapira. O seu paroquiato registra algumas atividades da Igreja Brasileira que se prevaleceu da situação anormal logo após a Revolução de 1932, para suas manifestações públicas. A ação do Padre junto à Chefatura de Policia deu lugar a medidas necessárias ordenadas ao Delegado de Policia de Itapira. Consta (e com fundamento dada à idoneidade de quem nos informou) que o Bispo de Campinas, Dom Francisco de Campos Barreto, quando vagou a Chancelaria do Bispado de Campinas em 1934, mandou convidar o Padre Lazaro para o lugar do Cônego Oscar de Oliveira, mas o candidato não aceitou. Seu paroquiato em Itapira foi de um pouco mais de 9 anos. Sua posição na cidade não era mais sustentável: queixas e reclamações contra ele. Alguns dos seus últimos coadjutores  foram-lhe bem hostis. Havia algum fundamento, mas também deviam ser tendenciosas e exageradas essas reclamações como geralmente acontece em tais casos. Contava com o respeito e estima de pessoas mais religiosas e assíduas aos seus deveres. Seus adversários eram principalmente políticos afastados da Igreja. O Bispo por sua vez chegou a fazer-lhe sérias observações pessoalmente e mesmo deu-lhe oportunidade de compreender que deveria deixar a Paróquia. Em 03/11/1934 ele requereu sua exoneração da Paróquia por seu estado de saúde e reconhecendo que ela necessitava de zêlo e esforço intenso do Pároco. Obtido o despacho favorável, entregou, autorizado pela Cúria, a Paróquia ao seu coadjutor Padre Antonio Martins e Silva e passou a Piracicaba aos 13/11/1934 e depois (1935) a São Paulo, residindo a Rua Turiassú, Asilo São Vicente de Paula par velhos, como Capelão, nas Perdizes; celebrando também em Santa Cecília até 1937. Naquele tempo ia renovando anualmente sua licença na Cúria de Campinas para permanecer na Arquidiocese de São Paulo. De 1938 em diante, deixou de fazê-lo. Causando certo reparo em sua conduta em São Paulo, Dom Jose Gaspar fez-lhe fraternal advertência. Sua reação foi dizer-lhe que voltaria a sua Diocese de Campinas. Dom Gaspar louvou-o muito por isso. Mas, deixando de celebrar e saindo do Asilo, foi morar em sua casa no bairro de Santo Amaro. Com o passar do tempo, a autoridade veio a saber que ele ainda continuava em São Paulo. Nessa altura Dom Jose Gaspar deveria ter-se correspondido com Dom Francisco de Campos Barreto, Bispo de Campinas, sobre a situação canônica do Padre Lazaro. Dom Francisco de Campos Barreto, pela Tribuna de Campinas chamou Padre lazaro a 01/03/1940, com prazo de 15 dias, para assunto de seu interesse. O Padre Lazaro, certamente, sem condições de apresentar-se, não o fez. Aos 18 de de abril de 1940, pelo aviso n. 240, da Cúria Diocesana de Campinas, foi declaro suspenso “ a divinis”.  Em virtude do Canon 2.379 do Código do Direito Canônico, não havendo atendido ao chamado (01/03/1940) e por residir em lugar ignorado. Pouco depois, apresentou suas justificativas por um sacerdote amigo e de alta consideração de Dom Francisco de Campos Barreto (Padre Ludovico Kauling – m.s.c ) que mandou dizer ao Padre Lázaro não haver nenhum processo contra sua pessoa, aconselhando-o a procurar outra Diocese, contando com todas as facilitações do seu ordinário próprio. Voltou Padre Lazaro a Dom Gaspar por intermédio de um dos seus irmãos, Dom Jose, extremamente bondoso, mandou dizer que regularizasse sua situação e viesse. Nesse tempo, acometido por crise cardíaca nas primeiras horas da noite de 06/11/1940, pediu sacerdote e médico. Contrito, morre, nessa mesma noite. Transportado para Piracicaba, foi sepultado junto de sua mãe. 





                                                         A primeira Matriz de Itapira - 1857






                                            A Matriz reformada,  com a construção da torre.





                                     A segunda Matriz de Itapira, no mesmo lugar da antiga, 1955 






Fontes: Respingando o Passado de Itapira, Pe Henrique de Moraes Mattos; Os Catolicismos de Itapira, Arnaldo Lemos Filho; Jornais A Cidade de Itapira; site História de Itapira, Dr S. Freitas.

CULTURAL



Dedico este poema a todos os que lidam com o “sagrado”, que de coração puro e muito amor se dedicam aos seus semelhantes, mesmo que tenham que abrir mão dos seus sonhos particulares, como simples homens e, vislumbrar, como se fácil fôsse, o UNIVERSO.



ORAÇÃO DA SEGUNDA CHANCE 

Que eu possa, meu Deus, reandar
Reviver imensamente o dia comum
Redescobri-lo único, e estendê-lo
Pela noite sem brilho que brilhava
E eu não sabia...

Juntar cada caco do vaso do tempo
Do meu mundo de menino
Derrubado pela fase nova
Que nunca aconteceu
Como eu queria...

Que eu possa meu Deus, reviver
A alegria de qualquer coisa
De qualquer dia
De qualquer hora
Mas agora...

Sentir-me dono do meu caminho
E não vendê-lo para o homem modelo
Mas fechá-lo nas mãos
E diuturno me chamar
Para vivê-lo...

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Poesia hospedada a pedido do autor
Procedência: Cianorte - PR
http://www.sopoesias.com/portifolio.php?id=Religioso



quinta-feira, 7 de junho de 2012

Gostaria de compartilhar com todos os videos que vi no youtube sobre museus, do Minc, Ibram e Paiva Neto "CONHECENDO MUSEUS" são maravilhosos, muito bem feitos, áudio, etc. Além de conhecer os museus filmados, a gente aprende muito de forma muito interessante. Vale à pena ver. Aqui tem um dos links. http://www.youtube.com/watch?v=3JULrC7FIn0. Bom programa a todos.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Só avisando que estou em férias por 15 dias. Mesmo assim vou postar a última pesquisa sobre os padres de Itapira. Aguardem...