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domingo, 24 de abril de 2011

A IGREJA PRESBITERIANA EM ITAPIRA

A Igreja Presbiteriana nasceu em Itapira entre os anos de 1874 e 1876, tendo seu templo central na Rua Campos Salles (antiga Rua do Ipiranga). No livro Dicionário das Ruas de Itapira (J. Mandatto – 1979) diz que o nome desta rua foi dado pelo Conselho de Intendência em 29 de março de 1890, sua localização é no centro da cidade e, Manuel Ferraz de Campos Salles foi o terceiro presidente do Brasil, no período de 1898 a 1902. Anteriormente foi deputado geral (1887), senador (1889), ministro da fazenda e governador de São Paulo. Nasceu em Campinas-SP a 13 de fevereiro de 1841 e faleceu em Santos –SP a 28 de junho de 1913.




Foto de 1920






Foto de 1934



A Igreja Presbiteriana é a última construção antiga no lado par da rua. Não há informações precisas sobre a sua construção mas que foi concluída em 1910. O terreno foi doado por Antonio Rangel, membro da Igreja e não tenho informação do autor do projeto arquitetônico. Esse terreno vinha desde a Rua Comendador João Cintra. A foto abaixo está num postal do ano de 1920.


Podemos comparar aqui a imagem da construção original e após a reforma. Um templo muito bonito.
































Tenho também uma foto do interior mostrando o altar de 1934












No museu encontramos um instrumento usado na construção do templo que é um “nível”, todo trabalhado e ainda muito bem conservado. Fabricado em 1897. Foi doado pelo ex-prefeito de Itapira, Alcides de Oliveira.







Pela Presbiteriana passaram como reverendos, em tres fases, destacado pela própria Igreja na agenda de 2011:

Fase dos pioneiros – 1874 a 1920
George Chamberlain (primeiro missionário) - George Mash Morton - Eduardo Lane (Organizador da Igreja) - John Boyle - Delfino dos Anjos Teixeira (Diretor da Primeira Escola Evangélica de Itapira) - Zacharias de Miranda (Filho da Igreja) - Alvaro Reis - Henrique Vogel – Flaminio Rodrigues – Antonio Lino da Costa (ex-sacerdote católico) – Alfredo Guimarães – Alfredo Jackson Porter – André Jensen – José Borges dos Santos - Miguel Rizzo Junior – Basilio Braga de Oliveira – W. Thom pson – Thomaz Porter – Willian Sin – Henrique Maurer Jor – Miguel Torres – Erasmo Braga – Julio C. Ribeiro – Alva Hardie – Samuel Gammon – Herculano de Gouveia.

Fase da Consolidação Histórica – 1920 a 1959
Francisco de Souza – Vicente Themudo – Palmiro Ruggieri – Benedito Alves da Silva – Norivaldo Nicácio – Theodomiro Emerique – J.W. Dabney – Ernesto Alves Filho – Paulo Vilon (faleceu no pastorado) e substituído pelo pastor Américo Justiniano Ribeiro – Neftali Vieira Junior – João Francisco Correia.

Fase de expansão – 1960 a 2009
Nathanel Almeida Brandão – Ademar de Oliveira Godoy – Celso Costa Soares da Silva – Cilas de Campos – Oswaldo Soares de Campos (Filho da Igreja) – Naor Villas Boas – Osvaldo Abraham Chamorro Vergara – Mac João de Paula – Gilmar Bueno – Naor Villas Boas (segunda vez) – Edson Elias de Oliveira – Marcelo Bologna da Silva (Filho da Igreja) – Silas da Silva – Jucelino – Odayr Olivetti – Decio Madruga – Reginaldo da Silva Prudente.


Desde 30 de janeiro de 2010, é responsável pela Igreja Central, o Reverendo Luiz Fernando dos Santos ( ex-monge cisterciense e sacerdote católico). Possui uma forte formação teológica conforme vemos na Agenda da Igreja. Casado com Dona Sonia Regina e pai da Srta Talita Raissa.

Para escrever sobre a história da Comunidade Presbiteriana, meu primeiro contato foi com o Reverendo Luiz, sendo muito simpático e prestativo, indicando outra pessoa que me ajudaria bastante, que é o André Avancini. André foi muito positivo e ainda fez doação de alguns livros sobre assuntos religiosos. Moço excelente.
Nos livros pesquisados no museu encontrei algumas referências e noticias:
No Album de Itapira (J.N.Caldeira- 1935) alude à Igreja Presbiteriana: “ ...fundada da Igreja Evangélica em 10 de janeiro de 1876 , os seus membros pediram à Câmara da designação do terreno para o cemitério desta crença. Simultâneamente a Irmandade do Santissimo Sacramento, fez igual pedido...”.


No livro Os Catolicismos de Itapira (A.L. Filho- 1980) faz um comentário sobre uma polêmica entre esta Igreja e a Católica Romana. Pelo que se entende, foi através das colunas de jornais.


Os presbiterianos, segundo o livro Memória do Sagrado (C.R.Brandão-1940) não agiram de forma agressiva no proselitismo em nossa cidade. O contato foi feito com pessoas já ligadas e descendentes do protestantismo e outros colonos de origem européia. Quem deu estrutura jurídica a pequena comunidade evangélica foi Eduardo Lane (1875). Por volta de 1909, os presbiterianos eram contados em numero de 50 membros comungantes. Em 1970, contava com 300. Hoje, olhando a Agenda 2011, contamos 180 membros.


Ainda nesse mesmo livro ficamos sabendo que em 1931, aqui em Itapira, os presbiterianos foram representados por seu pastor em reuniões oficiais do Comitê Pró Liberdade de Consciência, não como enfrentamento ao Catolicismo, mas em dois pontos que eram caros a esses evangélicos:
1) proibição do ensino religioso dominante obrigatório nas escolas públicas e
2) O não restabelecimento de relações preferenciais entre a Igreja Católica e o Estado Brasileiro.



Talvez seja isto que Lemos Filho menciona em seu livro sobre polêmica. A Igreja Romana quase nunca criou atrito com os presbiterianos porque primeiro, suas preocupações estavam voltadas à Igreja Brasileira e aos Espíritas que já haviam fundado dois “Centros”; e , segundo, os evangélicos não atingiram a elite e a classe política. Fica claro que os temas do Conselho eram muito importantes para os católicos romanos e rusgas apareceram com os presbiterianos por isso. Mas fora esse período, as relações foram tranqüilas, se compradas com o resto do Brasil.


No jornal Folha de Itapira em 03 de fevereiro de 1974 lemos: “ Em cerimônia festiva para a comunidade católica, tomou posse como pároco da Igreja de Santo Antonio, o Pe Paulo Nogueira, em 03 de fevereiro de 1974. O atual vigário, Pe Izidoro Zapata, fez todos os preparativos para o evento religioso juntamente com a Comissão Organizadora. Presentes:Pe. Jose Roque de Paiva, Cônego Francisco de Campos Machado, Pe Jorge da Paróquia de São Judas Tadeu, membros da Igreja Presbiteriana e fiéis das comunidades cristãs de nossa cidade”.



Foi, Ashbel Green Simonton, americano, nascido em 1833 em West Hanover, Pensilvânia, nos Estados Unidos. Ao ser ordenado em 1859, seguiu para o Brasil, chegando na cidade do Rio de Janeiro em 12 de agosto daquele ano. O Reverendo Simonton faleceu no Rio de janeiro em 07 de janeiro de 1952. Durante sua vida no Brasil, destaca-se a criação do Jornal Imprensa Evangélica (1864), organização do Presbitério do Rio de Janeiro (1865) e a criação do Seminário Primitivo (1867). Voltando aos Estados Unidos em 1862, casou-se com Helen Murdoch. Vindo para o Brasil, Helen ao dar a luz ao primogênito, faleceu 9 dias após. Sua filha, Helen Murdoch Simonton viveu até os 88 anos de idade e nunca se casou.

No dia 31 de outubro é comemorado como o Dia da Reforma Protestante.


Em Itapira, o relacionamento com os poderes políticos também foram tranquilos, pois, quando a Igreja solicita verbas para reforma e ampliação do templo, ele é concedido. Era o governo de Caetano Munhoz (1957) e do presidente da Câmara, Angelo Lisi. O processo mostra os procedimentos e pareceres dos edis, que atendem aos rogos dos presbiterianos.








No museu ainda encontramos uma publicação presbiteriana do ano de 1921 falando sobre as atividades da religião em nossa país.








Outro achado importante é um selo brasileiro comemorativo à Igreja Presbiteriana:







Quem quiser conhecer melhor a história da Igreja Presbiteriana em Itapira, poderá saber mais, diretamente na Igreja e, também indo ao museu histórico, acessando vários documentos lendo e apreciando esta grata presença centenária em nossa cidade.

Fontes: Memória do Sagrado (Carlos Rodrigues Brandão) - Os Catolicismos de Itapira (Arnaldo Lemos Filho) - História Ilustrada de Itapira e Dicionário das Ruas de Itapira (Jacomo Mandatto) – Album de Itapira (João Netto Caldeira) – Agenda 2011 da Igreja Presbiteriana Central de Itapira – Imprensa Evangélica , ano I, numero 1 , agosto de 2010.

Um comentário:

  1. que lindo ler esse histórico .Meu avô foi um dos primeiros membros FAMILIA FRAY.Sinto alegria por ter nascido em um lar presbiteriano.Sou da presbiteriana de Santo André.Abraços.

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