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quinta-feira, 10 de maio de 2012

A FESTA DE SÃO BENEDITO...... A FESTA DO 13

Hoje em dia, se fala muito de Patrimônio Cultural, material e imaterial. Existem uma quantidade imensa de sites que abordam o assunto. A palavra “cultura” tem seu significado, que podemos encontrar no dicionário: Priberam: (Acto.., arte, modo de cultivar) e segundo a Wikipedia: Cultura (do latim colere, que significa cultivar) é um conceito de várias acepções, sendo a mais corrente a definição genérica formulada por Edward B. Tylor, segundo a qual cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.[1] Em Roma, na língua latina, seu antepassado etimológico tinha o sentido de “agricultura” (significado que a palavra mantém ainda hoje em determinados contextos), como empregado por Varrão, por exemplo.[2] Cultura é também associada, comumente, a altas formas de manifestação artística e/ou técnica da humanidade, como a música erudita europeia (o termo alemão “Kultur” – cultura – se aproxima mais desta definição).[3] Definições de cultura foram realizadas por Ralph Linton, Leslie White, Clifford Geertz, Franz Boas, Malinowski e outros cientistas sociais. Em um estudo aprofundado, Alfred Kroeber e Clyde Kluckhohn encontraram pelo menos 167 definições diferentes para o termo cultura.Por ter sido fortemente associada ao conceito de civilização no século XVIII, a cultura muitas vezes se confunde com noções de: desenvolvimento, educação, bons costumes, etiqueta e comportamentos de elite. Essa confusão entre cultura e civilização foi comum, sobretudo, na França e na Inglaterra dos séculos XVIII e XIX, onde cultura se referia a um ideal de elite.[3] Ela possibilitou o surgimento da dicotomia (e, eventualmente, hierarquização) entre “cultura erudita” e “cultura popular”, melhor representada nos textos de Matthew Arnold, ainda fortemente presente no imaginário das sociedades ocidentais. De qualquer forma, a primeira definição, aponta bem o cuidado que temos de ter com a tradição, costumes, histórias, lendas, Fé, lembranças. A festa de São Benedito começa no período colonial e vai se esparramar para muitíssimas comunidades no Brasil. Está associado a Fé Católica trazida pelos portugueses , aos negros escravos trazidos da Africa , a libertação dos escravos comemorada dia 13 de maio e, a São Benedito. Em Itapira , a festa, é comemorada há pelo menos 120 anos. No começo, somente os homens pretos. Depois, o branco foi participando, como podemos constatar hoje nas festas da Igreja de São Benedito. Mas antes de falar sobre Itapira devemos saber quem foi São Benedito. Benedito, nasceu na cidade de Sicilia, na Italia em 31 de março de 1524. Era filho de escravos, numa versão etíopes, noutra, capturados no norte da Africa mas de qualquer forma, chamado de mouro, pela cor escura de sua pele. Desde o inicio de sua vida mostrou a tendência para a religião e o amor a Jesus. Até os 18 anos trabalhou como lavrador e pastor de ovelhas. Durante esse tempo sempre foi maltratado por seus colegas pelo fato de se isolar com o rebanho, procurando um lugar solitário para a contemplação. Aos 21 anos, foi insultado publicamente por causa de sua cor, o que não tirou sua serenidade. A atitude foi presenciada por um lider de um grupo de eremitas franciscanos (São Francisco de Assis), Jerônimo Lanza, que o chamou para viver com eles na comunidade. Fez votos de pureza, castidade e pobreza, sendo que caminhava descalço e dormia sem cobertas no chão. O povo o procurava, pois, tinha o dom da ciência infusa. ( Site: http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?IDmat=17EDA129-FAF5-FCA7-C0139ABB76F9C267&mes=Fevereiro2005: A imunidade da ignorância decorria da ciência infusa, isto é, o conhecimento das verdades religiosas, morais e físicas necessárias à instrução de si mesmo e de seus filhos. Esta ciência é chamada infusa porque não fora adquirida pelo estudo, mas infundida diretamente por Deus na alma, por uma benevolência especial do Criador.) E, não só gente do povo, como também doutores, padres, autoridades esclesiasticas. Com o passar do tempo, foi realizando milagres e sendo profético. Nunca se afastou dos principios de São Francisco, preocupado com os que tinham menos do que ele. Alimentava, curava, admoestava. Todos que dele se aproximavam, logo percebiam seu carisma e amor ao próximo. Apesar de analfabeto e sem ordens (não era padre), foi convidado para ser Superior do Mosteiro. Sua administração foi perfeita e sem mácula. Após o tempo certo, voltou a sua função de cozinheiro, o que de forma alguma o entristeceu. Ao contrário, voltava para uma função humilde e escondida. Uma de suas histórias que a tradição trouxe, diz que seu superior um dia quis fragá-lo levando comida do mosteiro aos pobres. Inquirido, disse que carregava flores sob seu manto. Ao abrir o manto, realmente haviam flores. Sua vida foi um exemplo para qualquer ser humano, brancos ou negros. Morreu em Palermo, na Italia, no dia 04 de abril de 1589 com 65 anos. Se em vida fazia milagres, após sua morte, eles se multiplicaram. Essa veneração foi trazida pelos portugueses para o Brasil. Como era imperativo a catequização do negro, resultou num sincretismo, a devoção ao Santo Mouro. O escravo fez uma ponte entre sua vida e a do Santo europeu. Com o passar do tempo, a identificação de outros santos católicos foi tomando conta do coração dos neo-convertidos. Quando em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assina a Lei Aurea, libertando os escravos, todos entenderam que seus pedidos para a liberdade do negro, dirigidas à São Benedito, era um milagre. Itapira também abrigou grande quantidade de escravos. Existe um trabalho de pesquisa do Professor Douglas, meu amigo, da rede estadual sobre esse assunto e, poderemos ter mais certeza do número assim que ele publicar. Voltando ao ano de 1892, iremos saber através das pesquisas e crônicas dos saudosos Odette Coppos, João Torrecillas Filho, Jácomo Mandato e Dr. Freitas, dos primórdios da Festa que logo daqui a dois meses iremos participar. No site da Paróquia São Benedito, encontramos a seguinte explicação : Segundo diz a história, o terreno onde hoje está construída a Igreja de São Benedito, foi no passado um lugar que acolhia escravos fugidos das fazendas ao seu redor. Quando a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, libertando os escravos, este terreno foi doado para a comunidade negra que ali morava, ou melhor, se escondia. Como não temos nenhum registro que determine as datas com exatidão, criou-se a tradição de dizer que a festa começou no dia da assinatura da Lei da Libertação dos Escravos, ou seja, 13 de maio de 1888. A essa comemoração uni-se o louvor a São Benedito. Tido como o protetor da raça negra, por ser negro e filho de escravos. O Dr. Freitas pesquisou esse inicio. No site dele, encontrei uma longa matéria sobre o “Chico Pitada”. Esta é uma referência. A outra está nas crônicas do Cônego Henrique de Moraes Matos. Freitas vai relatar que houve um “hiato”, quer dizer, um salto de tempo que nem mesmo ele, por dedução, pode afirmar que sim ou não. Todos conhecem a história da Capela de São Benedito, hoje Paróquia, delimitada àquele local onde se encontra, que abriga a Festa de Maio. O imigrante italiano, Giovanni Bapstista Trani, aportou no Rio de janeiro no ano de 1877. Em 1880 já morava em Itapira. Casou-se com duas netas do co-fundador da Cidade, João Gonçalves de Moraes. A primeira, a senhorinha d. Maria Gonçalves de Moraes em 04 de maio de 1881. Ela faleceu em 11 de janeiro de 1885. Após tres meses, em 30 de abril, casava-se com sua cunhada, d.Helena de Moraes.
Foto após 1906, tirada no alto da Rua Comendador João Cintra – ao fundo, ve-se a Capela de S.Benedito
Fachada atual da Paróquia de São Benedito
Na foto acima aparece a segunda esposa, com a qual teve os filhos: Romeu, Fidelis, Samuel, e Regina. Do primeiro casamento: Ildefonso e Julieta. Em 25 de março de 1897, resolve doar uma parte das terras de sua propriedade para a construção da Capela de São Benedito. Era um homem muito religioso, católico e portador de um coração e carater cristão muito elevados. Segundo o historiador, como já havia o terreno, o Santo e a Irmandade restava apenas construir a Capela, com a benção especial do Vigário Geral de São Paulo, Monsenhor Antonio Pereira Reimão. Vai ser construida em 1906 ( há 106 anos). Também havia a Sociedade 13 de Maio de festejos, que era à maneira do Clube Recreativo da época. A Sociedade 13 de Maio ficou com a responsabilidade da construção, recebendo as esmolas e ofertas que eram postas no altar do Santo na Igreja Matriz. A festa ao Santo era realizada em abril. Então houve um consenso de se transferir para a data da abolição da escravidão, 13 de maio. Pelo fato de ter um lado profano ( barracas, jogos, diversão e comidas) cresceu intensamente. Pelo movimento atual da festa podemos imaginar. É a festa mais importante à São Benedito da região e do Estado. Em 2004, se contabilizavam a passagem de 50 mil pessoas durante o evento.
Livro: Reliquias da Terra Natal de Jacomo Mandato Interessante é saber que houve uma capela mais antiga dedicada ao Santo, pertinho do local onde hoje está a Paróquia. Ficava na Rua Saldanha Marinho, provavelmente onde fica o Iesi. Feita por negros escravos e frequentada por eles. Para comprovar, temos os relatos de pessoas de credibilidade. Nas crônicas do Cônego Henrique, páginas 11, encontramos:
Crônicas do Conego Henrique, pg 11 – ano de 1874 – As obras da construção da Capela
Crônicas do Conego Henrique, pg 12 – ano de 1877 – Defensor da Abolição
Crônicas do Conego Henrique, pg 16 – ano de 1886 Missas na Capela
Crônicas do Conego Henrique, pg 17 – ano de 1891 – Instalação da confraria de São Benedito
Ata da Câmara, impedindo a reforma da Capela Santa Cruz - Ano de 1896
Album de Itapira, sobre demolição da Capela da Santa Cruz - 1896
Crônicas do Conego Henrique, pg 19 – Doação da imagem à nova Capela - 1907 Então, temos duas Capelas dedicadas à São Benedito ( 138 anos), conforme a data da construção da primeira, com o nome de Santa Cruz. Essa Capela, tendo por base o depoimento de Dito Lucio, antigo congadeiro e, Maria de Lourdes, uma das netas de Chico Pitada, registrados por Odete Coppos, diz o seguinte: :..” os iscravo erguero uma capelinha de tijolo e o “Chico Pitada”,qui era iscravo tamem, tirava ismola, indo di porta in porta c’o oratório di gavetinha prá recoiê o dinhero;quano a capelinha já tava pronta,puzero a image di São Binidito qui era piquena;o primero foi o Padre Agostinho, isso no tempo do Dotô Firmino, qui era o nosso libertadô”. Coloca Chico Pitada como contemporâneo do Delegado Joaquim Firmino e do Pe Agostinho Gomes da Costa, que foi vigário de 1886 a 1891. A data de 1891 engloba a instalação da Irmandade de São Benedito. A busca do Chico Pitada por doações materiais e financeiras acontece antes de 1886 porque o Pe Agostinho Gomes da Costa celebrava missas na antiga Capela após ter sido vigário da Paróquia da Penha.
A devoção ao Santo por Francisco (Pitada) de Oliveira vem da cura de sua perna. Por isso seu esforço em edificar a Capelinha. Ia para sitios e fazendas com a capa do Opa (Irmandade) e uma capelinha com uma gaveta para doação do dinheiro. Dizia a frase: “ Esmola para São Benendito”. Usava um carrinho para coletar materiais para construção. Se o raciocínio estiver certo, ele é um dos mais antigos moradores de Itapira que teve condição de escravo. Outro nome que o Dr. Freitas salienta é Roque Rodrigues que é mencionado no livro de Menotti Del Picchia no poema Juca Mulato como “Roque Benzedor”, nascido em 1827. Este como primeiro rei da Congada de Embaixada e, aquele como construtor da primeira Capela que seria destinada ao culto de São Benedito. Quando falei no começo desta matéria sobre Patrimônio Cultural me referia a Festa. O principal da Festa é sem dúvida, seu enfoque religioso. A festa começou com os negros, negros escravos que habitavam Itapira daquela época. No sincretismo religioso que dá ao negro um representante da raça, tão bondoso, dedicado, cheio do Espirito de Deus e, negro como eles, nasce uma devoção que será cantanda e coreografada de maneira própria daqueles homens pretos. Na simplicidade e pobreza em que viviam, surge uma forma poética que vai envolvê-los de tal forma que a Igreja assume um papel ativo nos festejos. Há a criação de uma Irmandade, de uma Sociedade, transladação de imagem, benção da Capela e controle. Freitas, com base nos escritos de Odete Coppos, vai mencionando nomes de negros que integraram as congadas itapirenses: Logo após a Abolição dos Escravos, os negros se juntaram em grupos. A congada de Itapira apareceu de um desses grupos. O “Chico Pitada”, o Thomas, o Felipe pai de Henricão e avô da Fia, o Zé Gabriel, o Sebastião Elizeu pai de Jose Elizeu da Silva, o Benedito Francisco de Oliveira (filho de Chico Pitada) pai da princesa Maria de Lourdes. Todos eles se mobilizaram para a continuação da Congada de Embaixada. Na sequência foram aparecendo outros nomes: Lázaro Cândido, Antonio Custódio, Benedito Lucio, Paulino, Benedito Francisco, Nabor Honório e, outros. E, a Congada formada por pretos e brancos, é muito antiga e tradicional em Itapira, na festa folclórica da Festa de São Benedito. Odete Coppos em 1997, escreve sobre as “congadas” de Itapira. Diz ela que são tres: a de Embaixada, Mineira e N.S. do Rosário dos Homens do Bairro dos Prados. Houve outra, a de São Benedito, extinta pelo falecimento de seu chefe, Manoel Miguel. Sua esposa Maria Miguel foi famosa sambista como a Maria Cascate, a Nega e a Lázara. Odete conheceu outros negros engajados nas congadas: Nabor, Lazão, Dito Adão, Benedito Lucio e Antonio Custódio. A Congada Mineira, teve como chefe o sr. Joaquim Benedito Franco e, que a maioria de seus integrantes veio de Pouso Alegre-MG, formada desde 1958. A Congada dos Prados, teve como chefe o sr Sebastião Cândido e familiares e amigos, todos residentes nos Prados. Outro, considerado como chefe foi José Oliveira. Sambadeiras: Sabina, Maria Benedita, Malvina Leopoldina, Brasica, Malvina do Amaral, Angelica da cidade de Mogi Mirim e Bica da cidade de Pirassununga. A Congada de Embaixada é a mais antiga e tem esse nome porque conta uma luta. Nabor, que foi chefe da Congada por 30 anos, mantinha sob sua proteção o livrinho bem gasto pelo tempo, onde continha o enredo da história que eles encenavam nas ruas. O livro conta uma história que é um misto de lenda, guerra e ritual do Congo. São Benedito toma parte integrante nessa história porque os guerreiros do Congo, viram-se vitoriosos pela promessa feita ao Santo. “Era uma vez um exército Turco que avançou com furia para apoderar-se do governo da África. Foi mal sucedido e desbaratado. Os que sobreviveram, ficaram prisioneiros e, assim, passado o tempo, já aclimatados e casados com mulheres dali, todos se transformaram em uma só familia e viviam muito felizes. Mas os Turcos vingativos, não se esqueceram da derrota. Armaram-se e provocaram o segundo ataque. O governo africano consultou seus oficiais e a população e, compreendeu que ninguém queria a guerra. Então formaram numa longa procissão e fizeram a promessa à São Benedito, para que acontecesse um acordo amigável. A graça veio e, foram todos atendidos. Alegres e cheios de comoção, formaram, pela primeira vez a Congada em louvor de seu venerado e prometeram-lhe que se tornaria uma tradição. Passaria de pai para filho, para que a posteridade louvasse São Benedito e jamais esquecesse a graça alcançada. A dança representa o primeiro conflito. “ Primeira Festa de São Benedito “A primeira festa oficializada de São Benedito que se tem notícia foi realizada, segundo Odete Coppos, no dia 13 de Maio de 1910 pela Irmandade e pela “Sociedade 13 de Maio”. Eram festejos onde principalmente os negros se reuniam em frente a capela e ali sambavam e requebravam os esqueletos ao som dos ritmos africanos. As congadas, como sempre foram chamados esses ritmos e essas danças africanas, varavam a madrugada num batuque surdo e cadenciado permitindo a todos a expressão de sua fé e a sua homenagem a São Benedito, o protetor dos negros. Corria muita aguardente, quentão, pipoca, amendoim, doces e quitudes caseiros além de batata assada e rapadura. Muitos após o cansaço e os comes e bebes refestelavam-se e ali mesmo dormiam protegidos por São Benedito.” Odete Coppos foi uma pessoa que se mobilizou para a continuação e fortalecimento das congadas em Itapira.
Odete Coppos e amigas, preparando as roupas dos congueiros
Apresentação de Odete Coppos em Águas de Lindóia Em muitos depoimentos que Odete colheu, os festeiros que vem de São Paulo da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, que fica no Largo do Paissandú em São Paulo, conhecida também como Igreja dos Homens Pretos, disseram estarem preocupados com a ausência de pessoas negras nas congadas. Congada de homens pretos e brancos é antiga em Itapira mas a festa surgiu por causa dos escravos e a presença do negro é fundamental. Isso, lá em 1966, grifo meu.
Outro ponto alto e importante da Festa é a escolha da Pérola Negra, no baile que antecede o dia 13 de maio. É uma homenagem à mulher negra, sendo que a Rainha é apresentada ao público no último dia , 13. Odete Coppos ao entrevistar a Fia, coleta esta informação:
Do baile da Pérola Negra de 2011, tenho esta foto onde aparecem as candidatas
Da homenagem à Mãe Preta, a foto acima. No ano passado, pude fazer cópias de fotos das procissões de São Benedito junto a um casal de festeiros, Eldelcio e Dulce. Nas fotos irão aparecer muita gente bem conhecida que dispensa apresentações:
O casal, doador das fotos da Festa de Maio
Do livro de Odete Coppos, extraí a relação dos festeiros de 1968:
Da Igreja de São Bendito do ano de 2011, estes outros:Programação e festeiros: Especial Festa de Maio Em louvor a São Benedito e em Comemoração a Libertação dos Escravos A Festa A Festa de São Benedito em Itapira ou "Festa de Maio", é a maior e mais tradicional festa do município de Itapira e região, comemorada há mais de 120 anos. Ela é realizada no largo da matriz São Benedito em Itapira, de 4 a 13 de maio, dia do padroeiro São Benedito e data de libertação dos escravos no Brasil. Dia 04 - Terça-feira • 05h00Alvorada com queima de fogos e badalar dos sinos da Igreja, anunciando o início dos festejos • 18h30Marcha da Banda Lira a partir da sua sede atée a Igreja de São Benedito • 19h00Missa e Orações da Novena • 21h00Apresentações Musicais De 05 a 12 • 07h00Oração da Manhã • 15h00Missa • 19h00Missa e Orações da Novena • 21h00Apresentações Musicais • Dia 11 - Terça-feira o 07h00Oração da Manhã o 15h00Missa o 19h30Missa e Orações da Novena. Após a missa, entrega das fitas de São Benedito aos festeiros o 21h00Apresentações Musicais Dia 12 - Quarta-feira (Presença da TV Aparecida) o 18h30Procissão da Bandeira com a presença do Capitão do Mastro, Festeiros, Banda Lira Itapirense, Congadas e Fiéis Dia 13 - Quinta-feira • 05h00Alvorada e badalar dos sinos no largo da Igreja e café da manhã • 07h00Missa • 09h00Procissão da Coroa com os Imperadores e Imperatrizes • 10h00Missa Solene em Louvor a São Benedito • 17h00Grandiosa Procissão de São Benedito • 10h00Encerramento dos festejos e queima de fogos ________________________________________ Informações Gerais • Capitão do Mastro • BENEDITO TADEU MARELA E CELINA • Imperadores e Imperatrizes • OTTON HENRIQUE DUARTE E RYLLARI RAISSA P. S. BIBIANO • GABRIEL RIZOLA FERREIRA ALVES E HELENA BOSCARO • Veste do Menino Jesus • MARIA APARECIDA GASPARIM • Pároco: • PADRE CANDIDO EDUARDO DA COSTA ________________________________________ Festeiros • ABILIO CORADI FILHO ANA CLAUDIA MARCATTI • ANTONIO CARLOS FRANCISCO MARIA APARECIDA DELFINO FRANCISCO • ANTONIO CARLOS MARCATTI GRACIELA FERIAN MARCATTI • ANTONIO CARLOS ROSSI JÚNIOR CRISTINA APARECIDA FERNANDS ROSSI • BENEDITO VENÂNCIO DA SILVA SOBRINHO TEREZA MIGUEL VENÂNCIO DA SILVA • CARLOS ALBERTO SARTORI RENY DE SOUZA BARBOSA • CELESTINO PEREIRA COELHO CLAUDIA HELENA CIPOLA • EUDELCIO OLIVEIRA DIAS DULCINEI LUZIA CANDIDO DIAS • FRANCISCO DE ASSIS FERRAZ CONCEIÇÃO AP. FERRAZ • HEITOR LUIZ MARTUCCI ROSANGELA AP. MARTUCCI • JEAN HENRIQUE DUARTE ROSA ISABEL PEREIRA DUARTE • JOÃO BATISTA CIPOLA MARIA ANTONIA CIPOLA • JORGE MOYSES ANGELICA AMBROSIO MOYSES • JOSÉ LUIZ SANCHES IRACEMA SILVA RODRIGUES • JOSÉ ROMILDO BERNARDO • JOSÉ VALDECIR DA SILVA ANDREA LUIZ MATEUS DA SILVA • LUCAS AUGUSTO FRANCISCO MARIA HELENA PLUMARI • LÚCIO MARQUES DE MENEZES FILHO MARIA CALISTO DE SOUZA • APARECIDO ORÁCIO MARIA CELIA DE SOUZA • NELSON MARTINS DE SYLLOS JÚNIOR MÁRCIA BRAZ DE SYLLOS • PAULO SÉRGIO CAVENAGHI MARIA MADALENA BACCHIN CAVENAGHI • SIDNEI APARECIDO MALVEZZI PENHA IDALINA PEREIRA (M.Mirim) • VALMIR NANI MARIA AP. DELALANA NANI • VALTER ALEXANDRE BARIZON MARIA HELENA FRANCISCO • WALDOMIRO DOS SANTOS TEREZINHA DE ANDRADE Atualmente em Itapira, exista a Congada de Embaixada N.S. Aparecida, comandada pelo casal Reginaldo e Dorcides. A Congada Mineira não teve prosseguimento e, seu chefe, Sebastião Moreira não pode mais realizá-la devido sua idade avançada. Tivemos a honra de receber no Museu Histórico, na Semana do Folclore de 2008, se apresentando aos alunos do Julio Mesquita, a Congada N.S. Aparccida, cujas fotos, posto aqui:
Nesta última foto, nos cavaletes, estão fotos que o empresário e fotógrafo André Santiago fez e, emprestou ao Museu Histórico para deleite dos visitantes naquela semana. João Torrecillas Filho, em suas crônicas, lembra bem das Festas de Maio. Afinal, chegou aqui em 1915 com 8 anos de idade e, pode contemplar muito daquilo sobre o que ele escreveu por mais de 25 anos nos jornais itapirenses. Falou sobre tudo, incluisve a Festa de São Benedito. Logo no primeiro artigo dele em maio de 1975, no jornal A Cidade de Itapira, na coluna “No tempo da vovózinha”, ele compara as festas daqueles tempos e as atuais. Ele não se conforma com a invasão das barracas que vendem de tudo e não dâo uma garantia. Ao invés de comprar no comércio oficial da cidade, a população prefere a barraca da Festa de Maio. Lembra dos leilões de prendas, cartuchos, frangos, patos, leitões... ali no bater do martelo do Raul Arruda. Adentrar na Barraca da Sogra e tomar o quentão do Albertino Moraes e saborear os quitutes do querido João Juca, que manteve sua barraca por 50 anos da festa. Os cavalinhos-de-paus de um alemão simpático e seu filho, que ao som do realejo se fazia presente em todas as ocasiões. Os sambadores Thomaz e o Cezário juntamente com suas passistas e cantadores, empolgavam os que assistiam a Congada ao redor da fogueira (fazia muito frio em maio). Na lembrança de João do Norte (Torrecillas) continha as imagens que ele atribuia saudades e emoção. Da jogatina, permitida pelo delegado e autoridades, que nesses dias fechava os olhos, corria solta na festa: o jaburú, a roleta, a tômbola, o buzo e outras arapucas... tão empolgantes para o jogador como para o banqueiro. Sem contar com a rifa do chevrolet novinho que era sorteado à meia-noite do dia 13 sob a supervisão de Chico Vieira. Quanto à procissão, Torrecillas não via diferença entre as antigas e atuais. A veneração, o respeito, o fervor se mantinham igual. Em maio de 1982, no mesmo jornal, João do Norte conta mais sobre as barracas: Albetino Caixa, Amadeu Zázera, Manézinho e outros. GRUPI- Grupo Recreativo União Paulista Itapirense, formado por homens e mulheres negros, que nascidos em Itapira, viviam na Capital e, para cá vinham todos os anos para a Festa do Santo. Economizavam durante o ano para aqui aportarem pelos trens da Mogiana no dia 12. Havia um Baile de Gala na passagem desse dia, capitaneado por Jose, Amador e Henricão. Da Capital vinha um famoso Jazz Band, cujo maestro era João de Oliveira. Todos aqui o conheciam, pois foi o famoso Zico da Narcisa, um excelente músico que brilhou na Banda Lira. Em São Paulo pertencia ao Corpo da Banda da Força Pública. A Banda Lira, dese 1910, como é até hoje, sempre teve lugar de honra nos Festejos, incluindo aí um lanche preparado pelos homens e mulheres “de cor” que vinham da Capital. Naquela época, os festeiros, as comissões dos homens, as comissões da mulheres, o tesoureiro, o capitão do mastro... todos, todos negros, com muita honra, todos da cor do maravilhoso e amado São Benedito. Tem um trecho da crônica onde ele, João, fala do Chico Pitada que reproduzo abaixo:
Interessante o que a versão dele para o ex-escravo, não? História é assim, tem várias faces, principalmente as de Itapira. Por isso é importante conversar com os historiadores itapirenses porque temos um mosaico dos fatos diante dos nossos olhos. Imaginar e deduzir, como também ter documentos que preencham aquelas memórias que são legitimas ao chão penhense. Gostaria de terminar meu trabalho pedindo para quem for à Festa de Maio que tenha a curiosidade, devoção, respeito, pelo menos nos dois últimos dias, em ver toda a tradição, ou melhor, esse patrimônio cultural itapirense sendo revivido novamente por sua gente, negra e branca. Essas marcas são origens da nossa cidade e, à partir do momento que voce possui o sentimento de pertencimento, reconhece a História de Itapira como parte da sua própria história. Fontes: http://www.diocesesaojoao.org.br/novo/index.php?option=com_content&view=article&id=274:a-paroquia-sao-benedito-de-mogi-guacu-realiza-o-triduo-em-louvor-ao-seu-padroeiro&catid=11:noticias&Itemid=12 - http://www.estigmatinos.com.br/s-bened.htm - http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Benedito - http://www.derradeirasgracas.com/3.%20Os%20Santos%20do%20Dia/Santos%20do%20Mês%20de%20Outubro/05.10%20-%20São%20Benedito,%20o%20Negro.htm - http://www.kala.com.br/index.php?p=festa_maio - http://www.paroquiasaobenedito.com.br/index.php?p=festa_maio - Site: Historia de Itapíra, dr Sergio de Freitas. Odete Coppos: O livro da Festa do “13” e das Congadas de Itapira (1997); Congadas (1971; Nasce a Congada N.S. do Rosário dos Homens do Bairro dos Prados (1978); Guia de Turismo da Cidade de Itapira (1970) – João Netto Caldeira: O Album de Itapira (1935) –Jacomo Mandatto: Brava Gente Italiana! (1998); Reliquias da Terra Natal (1959) – Conego Henrique de Moraes Matos: Respingando o passado de Itapira (1980) – Livro de Atas da Câmarqa Municipal de Itapira de 17 de junho de 1892 à 15 de maio de 1896 – João do Norte, jornais A Cidade de Itapira. Fotografias do acervo do museu, cópias cedidas gentilmente pelo sr. Plinio Magalhães da Cunha.. CULTURAL Oração a São Benedito
Glorioso São Benedito, grande Confessor da fé, com toda confiança venho implorar a vossa valiosa proteção. Vós, a quem Deus enriqueceu com os dons celestes, impetrai-me as graças que ardentemente desejo, para maior glória de Deus. Confortai o meu coração nos desalentos! Fortificai minha vontade para cumprir bem os meus deveres! Sede o meu companheiro nas horas de solidão e desconforto! Assisti-me e guiai-me na vida e na hora da minha morte, para que eu possa bendizer a Deus nesse mundo e gozá-lo na eternidade. Com Jesus Cristo, a quem tanto amastes. Assim seja. Pode-se fazer a novena, rezando-se esta oração 9 dias seguidos. (Com aprovação Eclesiástica) MUSICAS DE SÃO BENEDITO NA FESTA DE MAIO DE ITAPIRA HINO A SÃO BENEDITO (I) Glorioso São Benedito, de Jesus imitador, dai-nos vossa santa bênção, rogai por nós ao Senhor. 1. Grande santo sim querido, grande amigo do Senhor. Escutai nosso pedido, sede nosso protetor. Duma raça sofredora, aliviastes os grilhões, recebei o peito agora, de mil gratos corações. 2. Vossa vida foi exemplo, da mais alta santidade, hoje altar e culto e templo, vos consagram a cristandade. Glória ao santo milagroso, dos humildes protetor, cujo amparo poderoso desvanece a nossa dor. HINO A SÃO BENEDITO (2) Pe. Geraldo C. da Silva e Pe. Joãozinho, scj CD Santos do Povo - Paulinas COMEP 1. Viemos celebrar a festa dos pobres com alegria, dos negros da irmandade, do povo da romaria. O santo que era humilde nos leva a oração, com danças e com folia, com cantos de louvação. Salve São Benedito, o santo Padroeiro! Viva São Benedito, o santo cozinheiro! (bis) 2. Viemos celebrar a festa dos irmãos desamparados, que o santo socorria como seus irmãos amados. Piedoso São Benedito, escuta nossa oração, no ritmo da congada, canta o nosso coração. 3. Viemos celebrar a festa com bandeira e estandarte, quem ama São Benedito sabe festejar com arte. Benedito, Bene, Bento, da congada e da folia: oi quem quiser ser santo, tem que ter muita alegria. Fonte: http://www.saobeneditoscrp.com.br/?s=sao_benedito/musica

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