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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A ILUMINAÇÃO PÚBLICA EM ITAPIRA


Até a invenção da lâmpada incandescente, por Thomas Alva Edison, americano, em 1879, Itapira, desde a sua fundação até 1882, foi iluminada pelo luar. Desse ano até 1905, por lampiões de querosene e, de 1905, pela energia elétrica, por uma usina construida aqui mesmo em Itapira, tendo como fornecedora, a própria Prefeitura. Sobre isto, o sr. Plinio Magalhaes da Cunha, já contou através do seu blog
(http://tempossaudososplinio.blogspot.com/2010_11_16_archive.html)
A iluminação pública tem como provável origem, a Inglaterra, quando comerciantes exigiram providências contra o crime. No Brasil, os primórdios da iluminação pública, nos remetem ao século XVIII, quando foram instaladas cerca de 100 luminárias a óleo de azeite, pelos postes da cidade do Rio de Janeiro, em 1794. Em Porto Alegre, há registros de lampiões no incio do século XX. Ainda em Porto Alegre, em 1874, a iluminação era feita através de lampiões à gas na Praça Principal. Em 1887, uma pequena usina para energia elétrica começa a operar na cidade. Outras cidades progridem na mesma direção.
Itapira foi a pioneira das cidades próximas na eletricidade para casas e o público. Outro dia, conversando com o sr. Ricilucca, do Circolo Italiano, ele contou fatos que mostram o pioneirismo de Itapira em ações públicas que beneficiaram os munícipes. A novidade chegava primeiro aqui e, em Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Amparo, por exemplo, chegaram mais tarde. A luz elétrica foi uma delas.


Sr. João Torrecillas, em suas crônicas conta com detalhes essa história de Itapira com a iluminação pública. Ele fala que:
O nome da empresa ligada à prefeitura que fornecia a energia que todos precisavam, chamava-se: Luz Elétrica Itapirense. Que o primeiro gerente foi o sr. Bento da Luz, quer dizer, o sr Bento Gonçalves de Moraes, muito ativo, que nos intervalos das atividades, vendia no escritório da empresa, gramofones e chapas gravadas. Outros sucederam ao Bento da Luz, Jose Andre Avelino e Zico Amaral. Como a cidade fosse aderindo ao novo, a pequena usina não conseguia fornecer o necessário. Várias vezes a energia sumia, deixando as casas num enorme breu.
A iluminação à querosene, aconteceu em 1882, sendo o vencedor da concorrencia, o sr João Baptista Trani, italiano, cuja profissão era de caldereiro, pela quantia de trezentos e cinquenta mil réis.(ata da Câmara, de 23/12/1882, fls 21 e 22). É claro que a iluminação abrangia o centro histórico de nossa cidade. Este mapa de 1888.






Giovanni Bapstista Trani. Ele é o mesmo homem, que com a concordância de sua esposa, doa o terreno para a Igreja de São Benedito

Aqui vão alguns artigos do contrato assinado entre Trani e a Câmara.
“....Art 1º A illuminação será feita por seis meses nas noites escuras, sendo os lampiões accesos as sete horas da tarde no verão e as seis horas da tarde no inverno, conservando-se accesos e com o melhor lume possivel ate a meia noite, comessando a illuminação no dia 1º de janeiro do anno fucturo, sendo os lampiões em numero de vinte e tres
Art 2º Os lampiões e chamines deverão conservar se sempre limpos.
Art 3º O kerosene será da melhor qualidade, sendo preferivel o Brilhante
Art 3º O arrematande fica responsavel pelo estrago que fiser nos lampiões que será incontinente reparado.
Art 5º De cada lampião que deixar de ser acceso, pagará a multa de um mil reis de cada noite que faltar
Art 6º O arrematante receberá o pagamento da quantia de cento e setenta e cinco mil reis trimestralmente, mediante informação do Fiscal que demonstre o exato cumprimento do contracto. Em firmesa do que para constar se lavrou este contracto, que vai assignado pelos ditos Vereadores, pelo arrematante e as testemunhas João Augusto Brandão e Theotonio Ribeiro Pinto. Eu João da Rocha Leite Secretario a escrevi. Antonio Jose Villas Boas, Joaquim Gomes da Cunha, José Gomes de Alvarenga Cunha, Jacintho de Araujo Cintra, Bento José de Oliveira Rocha, João Baptista Trani, Theotonio Ribeiro Pinto, João Augusto Brandão...”


Itapira em 1893


Em 1905, finalmente, a cidade inaugura sua iluminação. Pelo jornal “O Itapirense” , n. 21, de 21 de maio de 1905 é publicado o seguinte texto:


“...JORNAL “O ITAPIRENSE” Nº. 21

Itapira, 21 de maio de 1905.

A inauguração da Luz Electrica
No dia 14 do corrente inaugurou-se, nesta cidade, a luz electrica, que, no dizer de todos, é uma das melhores dentre as que existem nas diversas cidade do interior.
Desde as primeiras horas do domingo ultimo extraordinario era o movimento do povo, notando-se grande animação e jubilo immenso por esse novo melhoramento pelo qual acaba de passar a nossa futurosa cidade.
Ao som de duas bandas de musica e ao estrugir de numerosos foguetes, effectuou-se, ás 6 horas da tarde, no recinto da Camara Municipal, repleto de pessoas as mais gradas, uma sessão magna sob a presidência do dr. Francisco de Paula Moreira Barbosa, achando-se presentes os drs. Juiz de Direito e Promotor Publico e todos os vereadores da Camara actual e transacta como também os dignos representantes da Companhia Paulista de Electricidade.
Depois de uma bella oração pronunciada pelo dr. Paula Barbosa, que, na qualidade de Presidente da nossa Camara Municipal tem prestado a nossa cidade serviços valiosos, foi dada a palavra do sr. Pedro Tortima, estimado solicitador residente no Amparo, que começou o seu discurso felicitando o povo de Itapira por ser um povo que sabia cumprir á risca as palavras que em caracteres indeléveis estão inscriptas na bandeira nacional, isto é “ Ordem e Progresso”.
O orador depois de ter salientado os diversos melhoramentos pelos quais a nossa cidade passou nestes ultimos tempos, e após ter concitado os directores de nossa politica e da administração municipal a perseverarem na obra que com tanto zelo, amor e desinteresse tinham em prehendido, concluiu dizendo que alem da luz electrica o povo de Itapira precizava de uma “outra luz”, mais radiante ainda, isto é, da luz de um “meteóro deslumbrante” que dissipasse para sempre as nuvens negras que de vez em quando costumam pairar no horizonte da nossa cidade, porque atráz dessas nuvens se esconde magestosa a “deusa da paz” que esta prestes a apresentar-se ao brioso povo de Itapira, afim de formar uma só familia e afugentar as inimizades existentes, pois que assim a nossa cidade, abençoada pelo sorriso mais ridente da natureza, poderá progredir com mais facilidade.
O sr. Pedro de Mattos, talentoso advogado residente em Mogy-Mirim, tambem num bello e eloquente improviso congratulou-se com o povo itapirense e com os directores da nossa politica, por serem homens dedicados e dignos, accrescentando que a prova dos relevantes serviços a Itapira nestes ultimos tempos estava patente e innegavel.
Segui-se com a palavra o dr. Raul Bicudo, nosso zeloso Promotor Publico, que depois de discorrer sobre o progresso em geral, dirigiu palavras de elogios aos dignos directores da Companhia Paulista de Electricidade, por terem-se esforçado no sentido de cumprirem fielmente com o contracto previamente estabelecido. Respondeu a essa saudação o dr. João de Faria, digno presidente da companhia referida, hypotecando o seu apoio em prol do progresso local.
Encerrada a sessão pelo dr. Presidente da Camara Municipal, após ter salientado os dotes intellectuaes e moraes do dr. Paulo Valenzin que, na qualidade de engenheiro empresario guiara com proficiencia summa o serviço da installação desde o seu inicio, todos dirigiram-se ao “Centro da distribuição” onde se inaugurou a luz, falando nessa ocasião, o sr. Benedicto Florencio, cuja peça oratória enthusiasmou a grande massa popular que se achava apinhada em roda do “Centro” referido.
Finda essa cerimonia o povo dirigiu-se a casa do nosso prestimozo chefe, o sr. Alfredo Azevedo, orando novamente o talentoso moço sr. Benedicto Florencio que com palavra fluente, saudou aquele nosso prestante amigo, o concluiu dizendo que Alfredo Azevedo constitue a vanguarda poderosa do progresso desta terra e a nossa garantia.
A esta saudação respondeu agradecendo o sr. Pedro de Mattos em nome do manifestado.
Em seguida, depois de uma passeata, todos foram convidados a tomar um copo d’agua, que foi servido em profusão numa das salas do Club 8 de Setembro que se achava artisticamente illuminado e garridamente enfeitado.
A cidade aprezentava um aspecto deslumbrante e a mais franca alegria transparecia no semblante de todos. “

No incio, a coisa foi bem. Luz havia, do inicio da noite até o amanhecer do dia seguinte. Da Ponte Nova até a cidade, os fios de cobre, traziam a maravilha que imitava o sol à noite. O responsável pelos serviços, ia à casa do futuro consumidor e perguntava: “ – Quantos bicos ou pendentes?”, Isto é, em quantos cômodos iriam ser colocadas lâmpadas. E não havia regras: o sujeito podia colocar lâmpadas de 40,50 ou 100 velas. E ninguém as desligava, visto que o preço era o mesmo. Não existiam os relógios de consumo. Com o aumento de consumidores, inclusive os comerciais com suas máquinas, o fornecimento complicou. Sem aumento da capacidade de gerar energia elétrica na Ponte Nova, o fornecimento ficava aquém. Começou então, o suplicio do itapirense. A luz, avisava a sua ausência inevitável, piscando. Depois, a escuridão. Tudo acompanhado por reclamações leves e pesadas. O mesmo jornal que noticiava com júblios a luz, agora criticava as autoridades pela ausência. Temos dois nomes de intendentes no ano de 1905 que estavam juntos no processo, como todos os vereadores, Jacintho Francklin da Cunha Alvarenga e João Ribeiro Pereira da Cruz , cujas fotos vão a seguir nessa mesma ordem:




Por se tratar de um investimento altíssimo e bastante técnico, em 1915, a Prefeitura vendia sua usina à empresa Companhia Mogiana de Luz e Força. Era a época da administração do Cel. Francisco Vieira.



Foram gerentes ainda, os srs. Mario Rocha, Arthur Bretas, Dr. Ratto e Dr. Viana. O Dr. Ratto contraiu matrimônio com a filha do ex-intendente João Ribeiro Pereira da Cruz e o Dr. Viana com a filha do Dr. Mario da Fonseca, este último, dono do Jornal O Itapirense. Torrecillas conta que alguém foi até o consultório do querido médico, Dr. António Ramos, falando do grande espetáculo que aconteceria naquele dia 14 de 1905. O médico não se entusiasmou porque como viajava para Paris na França, duas vezes por ano, já conhecia muito bem o que viria. Paris já era conhecida como “Cidade Luz”. Ele pontua também uma tragédia lá na usina da Ponte Nova. O Sr. Jácomo Jacomini era o responsável pela usina e, residia com sua familia lá. Seu filho, de apenas 5 anos, bincando nas proximidades do barranco do rio, caiu. Seu corpo foi achado somente no dia seguinte.
Com as dificuldades de manter-se o fornecimento de energia elétrica, a empresa itapirense (patrimônio de Itapira, assim o povo falava) foi vendida para a Cia Mogiana de Força e Luz. Claro que os problemas continuaram. Pior para o munícipe. Seriam colocados medidores de consumo. E, dentre as cláusulas do contrato de fornecimento, a empresa se eximia de ressarcimentos em vista dos cortes de luz, alegando “motivo de força maior”. Esse motivo foi usado por muito tempo, o mesmo tempo que o jornal O itapirense desceu o sarrafo na péssima prestação dos serviços. Bastava uma chuva, relâmpados, ventania para que a luz faltasse. A empresa alegava “... por motivo de força maior..”. Consertar, somente no dia seguinte, com tempo bom. Os empregados não iriam arriscar mexer em fios vivos porque era morte certa. No final de semana, vinha o jornal com as “bastonadas” : “....Quarta-feira pp, a cidade ficou na maior escuridão, coisa de estranhar porquanto, a empresa encarregada de dar ... a iluminação, garantia ela, que dali pra trais, a coisa não ia falhar mais. Ah!... a causa da escuridão na quarta-feira, isso foi porque, lá na Sibéria, forte furacão, sacudio essa parte da Rússia...” e, outras quadrinhas:

“... Se na Ásia ou Siberia
Forma-se grande tufão,
A coisa se torna séria,
Itapira fica na escuridão...”

“... Itapira na escuridão,
Pobre terra, triste sina,
A empresa tem o perdão,
Ventou lá na Cochinchina...”

A briga pelo jornal continuou até o casamento da filha do Dr. Mario da Fonseca com o Dr. Viana. Torrecillas salienta que o genro conseguiu melhorar bastante os serviços de iluminação itapirense. Essa empresa também foi comprada por outras que acabaram se tornando a CPFL que ilumina vasta região do Estado de São Paulo.
Ainda falando das noites em que a luz faltava, os mais chateados eram os homens que iam ao Cine Recreio. Quando a luz acabava, uma, duas vezes, certamente apagaria pela noite toda e, importava ao dono do Cine, Paladini, devolver os ingressos. As lojas, essas iam até às 21:00hs, com lampiões e velas, por respeito ao público. Outros, que eram da pá virada, aproveitavam a escuridão para traquinagens.
A turma do Antonio Risola ia à coloninha do sr João Del Corso, junto a carpintaria e ferraria de seu sobrinho, Anibal. Estacionados alí, trolis, charretes, cabriolés, carroças. Protegidos pela escuridão, lá se ia pelo buracão uma delas. Pepino Anastácio, preferia juntar seus músicos e sair pelas ruas, tocando seus dobrados como protesto pela falta da luz. O Pinéle, Padeirão e o Valentim Dela Mura, usavam a invisibilidade para trocar placas dos estabelecimentos comerciais. O Açougue virava paradaria, a padaria botequim e, assim por diante. Mesmo com toda a escuridão, o povo andava pelas ruas. Não havia o medo que se tem hoje.
Infelizmente, não encontrei os contratos e documentos daquele época. Talvez, alguém, dentre os 70 mil moradores, tenham guardados em um canto da casa, memória desse período que tanto progresso trouxe à Itapira. Foi a pioneira na iluminação pública, constituindo uma empresa municipal , com usina, gerador, transmissão e fiscalização, no começo do século passado. Parabéns mais uma vez Itapira e a sua gente.
Coloco aqui tres fotos, da segunda década do século passado. Em duas delas, podemos ver o tamanho da lâmpada incandescente:



Iluminação pública na Praça Bernardino de Campos












Duas lojas: uma sapataria e outra de móveis










Detalhe da lâmpada


Fontes: Atas da Câmara de Itapira (transcrição Sr. Carlos Gomes) – Jornal A Cidade de Itapira, Crônicas João do Norte – Acervo de fotos do museu histórico municipal – Site: A História de Itapira, Sfreitas - http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A2mpada_incandescente -http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Edison -
http://www.osetoreletrico.com.br/ose/assets/2c688ee8/ed.36_fasciculo_capitulo_1_desenvolvimento_da_iluminacao_publica_no_brasil.pdf
Esclarecimento: a maioria das fotos que compõem o acervo do museu histórico, são copias das fotos originais que estão em poder do sr Plinio Magalhães da Cunha. Ele mesmo, quando diretor do museu, fez cópias e, deixou no acervo. Nas próximas matérias, vou sempre revelar quando são cópias doadas pelo ilustre historiógrafo e, quando originais, doados por ele ou outras pessoas.

CULTURAL


LUZ DE VELA
Luz de vela – faz-me relembrar de um passado distante, tempo de infância e adolescência, que não volta mais. Em minha terra natal, na roça, não havia energia elétrica, a vela era a opção predominante de iluminação. O progresso naquele tempo, nem passava perto.
Luz de vela – das brincadeiras com as crianças da mesma idade, do futebol e dos carrinhos de lata entre os meninos; das bonecas de pano e da amarelinha, para as meninas e das brincadeiras de roda e de tantas outras, onde a criançada brincava até se cansar....
A noite, como não se podia brincar com a luz natural, brincávamos à luz de vela: era a brincadeira do anel, de adivinhação, e quando havia luar, brincávamos de pega-pega, de roda e de tantas outras brincadeiras.
Luz de vela – debruçado sobre o livro de leitura, estudava. A vela crepitando e ziguezagueando nas palavras lidas, forçando a fixar mais no que estava estudando; passaporte da primeira consulta ao oculista, o que muito mais tarde veio a acontecer....
Luz de vela – de banho tomado, cansado de estudar e de brincar, ajoelhado junto ao leito, de mãos postas elevava uma prece ao Pai do Céu, que nos desse outros dias de brincadeira e divertimento, que nos guiasse na vida com saúde e paz.
Luz de vela – o afago materno: um sono tranqüilo, povoado de sonhos e a certeza de ter trabalhado, estudado e ter brincado e não ter feito nada de mal a ninguém.
Luz de vela – de mãos dadas: o primeiro amor. Amor puro, sincero. Uma janela aberta, uma brisa maior, a vela se apaga. Mãos procurando mãos. Alguém acende a vela. A brincadeira continua...
Um assopro voluntário. O primeiro beijo. Carícias puras de adolescentes. Promessas de amor....Nunca esquecerei de ti, Luiza.
Luz de vela – o tempo passa. O progresso enfim chega ao lugar, e com ele a luz elétrica. As velas e os castiçais foram esquecidas em uma gaveta qualquer. Já não necessitam dela.
Luz de vela - Cresço. Torno-me adulto. Procuro a vida. Procuro o conhecimento. Procuro as ilusões. Procuro um amor. Encontro as ilusões do conhecimento e amores múltiplos.. Quando não os encontro, compro-os, e assim vou levando a vida, distante de que acontece em minha cidade natal.
Luz de vela – Um telegrama. Viagem. Uma dor profunda, lembrança dos tempos idos, dos afetos, das brincadeiras, e do primeiro amor...
Luz de vela, olhos vermelhos, silencio total. Luzes múltiplas. Múltiplas velas crepitando. Minha mãe. Flores. O soluço. As lagrimas, a dor maior de perder uma pessoa tão querida.
(Não vi Luisa).
Luz de vela – o progresso não te substituirá jamais.
LUZ DE VELA – das brincadeiras, dos afetos, da oração, de tanto amor e de tamanha dor!
Autor: Manoel Luiz da Silva Porto


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